Trem bala
Passo a mão na cabeça enquanto wl me olhava sério.
Wl: Que porra foi em? Oito horas da manhã e nós aqui nesse bar, nem comi nada ainda cara.
– Falei te amo pro farrat. -Ele deu de ombros.-
Wl: Parabéns? Você quer que eu compre as alianças? -Me olhou sem entender.-
– Tomar no cu! Eu tô desesperado, porra. -Passo a mão no rosto várias vezes.- Ele não respondeu, de quebra não falou nada também.
Wl: E eu tenho o que com isso? Vocês já não tão juntos? Tão casados? Tá pirando pq?
‐ Porra Wallace, nos nem juntos tá mermo. Tamo naquilo, de tá juntos, mas sem compromissos definidos. Aí nós transando, soltei um “te amo”, agora tô neurótico pq o farrat ficou caladão até na hora que nos foi dormir.
Wl: Acho que eu não precisava saber que vocês tinham transando, papo reto. -Fez cara feia passando a mão no rosto.- Fica de boa, acho que você pegou o mano de surpresa…e cadê ele?
– Tá dormindo, deixei ele lá. -Tomo um gole da minha cerveja.- E agora? Fiquei igual um otário depois disso.
Wl: Seila, nunca falei te amo pra nenhuma mulher na hora da transa. -Solto um suspiro fechando os olhos.- Não esquenta, ele só ficou surpreso. Se fosse eu no lugar dele, ia ficar também, logo tu mandando um te amo?
– Agora tô na neurose, papo reto. -Olhei pra rua, mas meus olhos bateu na Williany que andava toda morta, com uma cara nada boa.- Qual foi dessa rata?
Wl: Que? -Olhou pra mesma direção que a minha, a mina colocou a mão no rosto, e do nada caiu no chão.-
Levantamos e um pulo indo na direção dela, tirei meu fuzil nas costas entregando pro wl que segurou olhando pra Williany que se sentou no chão meio pálida.
– Qual foi malucona? -Me agachei puxando os braços dela que foi se levantando aos poucos, seu rosto estava pálido.- vish caralho!
Me levantei pegando ela no colo, mas ela negou rapidamente segurando meu braço.
Williany: Eu tô bem, só foi minha pressão por causa desse sol quente. -Andei com ela nos meus braços até o bar, sentando ela na cadeira.-
Ela fez uma cara que ia vomitar, fiquei logo afastado, cê é doido.
Pedi uma água e entrei para ela , que tomou a metade de uma vez.
Wl: Qual foi, acho que foi o sol não, tu comeu? -Ela negou olhando pra garrafa.-
Williany: Acabei dormindo ontem, e não comi nada. E hoje de manhã eu não queria, pq fiquei um pouco enjoada. -Cruzo os braços olhando pra ela.-
Vou pra fora do bar passando meus olhos procurando alguém do movimento, e acho Binho, assovio chamando ele que vem.
– Qual foi Binho, faz um favor aí, compra lá dez reais de pão, queijo, presunto e um suco de uva…aqueles de caixa. -Peguei minha carteira tirando uma nota de cinquenta reais, entregando a ele que balançou a cabeça devagar.- Demora muito não.
Binho: mec. -Falou jogando o fuzil pra trás e foi andando rápido pra caramba.-
Voltei pra dentro do bar onde o wl tava conversando com ela, ele tinha um olhar sério. Provavelmente ficou preocupado, ele tem uma irmã um pouco mais nova que Williany, aí ele fica assim.
Acho que por isso, que a bebel dele se apaixonou rapidinho, wl é meio doido, mas é um cara dahora.
Wl: Mas tu tem que comer, tomar um copo de toddy antes de sair, comer uma fruta. Minha mina é bem assim também, gosta nadinha de comer de manhã, mas ela come uma fruta de manhã pra não ficar passando mal, tá ligado? -Williany balançou a cabeça devagar.- acho que tu deve conhecer, a raíra.
Williany: Sei sim, terminei meus estudos ano passado com ela, fomos da mesma sala do terceiro ano.
– Terminou os estudos foi? -Ela balançou a cabeça.- E tu não tem 17? A mina do wl tem 18.
Williany: Entrei um ano adiantada. -Falou baixo dando uma olhadinha pra mim, mas logo baixou a cabeça.-
Fiquei quieto olhando pra ela, tava toda sem jeitinho, nem querendo olhar pro wl.
O Binho chegou com as sacolas, me entregou e saiu.
Wl: Agora sim, por isso que eu gosto de tu, cara. -Deu um sorriso olhando pra sacola, me sentei na cadeira colocando tudo na mesa e olhei pra ela.-
– Come. -Ela abre a boca pra falar.- Come, ou eu enfio tudo na tua goela.
Ela ficou calada abrindo a sacola, wl foi logo metendo a mão fazendo um pra ele,coloco suco nos copos descartáveis que estava na mesa e entrego pra cada um.
Nem afim de comer eu tô, mó arrependimento por falar te amo por farrat. Papo reto, o bagulho tava tão gostoso na hora, que eu soltei.
Na sinceridade, não sei se ele gostou, quando terminamos tudo, limpamos o quarto e fomos tomar banho, e ele ficou calado. Dormi boladão também, nem pra falar nada, esse arrombado.
Wl: Continuando teu bagulho. -Falou com a boca cheia de pão.- Acho que você não devia bater cabeça, tá ligado? Se você acha que o teu sentimento não é correspondido, chega no farrat pra conversar, você não tem bola de cristal pra tentar adivinhar.
‐ Tô ligado, mas complica…aí ele não sente o mesmo que eu, vou ficar com uma cara de tacho.
Wl: Por isso que você vai sentar e conversar com ele. -Williany encarava nos dois, com curiosidade nos olhos.-
Fico quieto mexendo na minha corrente, meu celular tocs fazendo eu tirar ele do bolso.
[LIGAÇÃO ]
-Oi?
Farrat: Tô saindo da tua casa, a chave tá comigo.
– Beleza, depois eu pego ela na boca contigo.
Farrat: Tá.
Ele desliga a ligação, faço careta mandando uma mensagem pra ele, avisando que queria conversar depois.
Williany: Licença, mas eu tenho que ir. -Falou com um pão na mão.- Obrigada pela comida.
Balancei a cabeça devagar, vendo ela sair do bar enquanto ajeitava a calça.
Fiquei de canto terminando minha cerveja, enquanto o passa fome tava devorando os pão. Esse aí tem uma fome de dez pedreiro.
Quando deu dez horas, fui pegar meu rumo, fiquei de plantão perto da boca 20, longe pra caralho e de quebra fiquei no sol.
Já fico como, nervosão por causa do sol quente…e papo reto, acho que é um sol pra cada pessoa, não é possível.
Sete horas de plantão, fiquei me tremendo de fome, otário foi eu em não comer nada.
Fui logo pra boca pegar minha chave, tô grudando por causa do suor, só quero um banho e comer.
Entrei sem permissão mermo, playboy olhou pra minha cara e logo olhou pra um cardeninho na frente dele.
Digão me olhou e deu um sorriso na minha direção, só levanto a sobrancelha pra ele.
Vou até Farrat que tirou a minha chave do bolso dele e balançou na minha direção.
Farrat: Quando eu sair daqui, passo na tua casa. -Balanço a cabeça devagar.-
Playboy: Era contigo que eu queria falar mesmo…na verdade, vou falar amanhã pq tô sem paciência agora. -Ele olhou pro digão, e depois pra mim.- Quero você aqui de manhã, tem umas pessoas pendentes que estão devendo uns caralho pra mim faz um tempo, quero que você finalize eles.
Passo a mão no rosto.
– De novo isso? Sabe que eu não sou muito afim de matar esses viciados. -Ele deu de ombros.-
Playboy: Nove horas, quero você aqui.
Bufo ficando puto, nem falo nada e saio fechando a porta com tudo.
Gosto não, tô ligado que esses viciados fudidos ficam devendo a boca algumas vezes, e o playboy não tem paciência.
Manda logo finalizar, o problema que muitos deles tem filho, mulher, e fica numa gritaria do caralho.
Paciência zero pra isso, sem neurose.