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It was always you

By InaraMachado19

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Colin se casa com Marina, descobre a verdade sobre seu casamento e a atitude que achava ser correta. Perde su... More

N/A
Capítulo 1 - Um Casamento de Aparências
Capítulo 3 - Sombras de Desejo
Capítulo 4 - O Peso das Palavras
Capítulo 5 - Cartas no Silêncio
Capítulo 6 - Ecos do Que Foi e do Que Virá
Capítulo 7 - Máscaras e Verdades
Capítulo 8 - Entre Linhas e Olhares
Capítulo 9 - "Enfim, nós"

Capítulo 2 - Espinhos no Jardim

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By InaraMachado19


A casa de campo de Colin e Marina aos arredores de Richmond, era rodeada por jardins floridos e cercada de silêncio. Era um lugar ideal para escapar da sociedade londrina - e, mais importante, para esconder os olhos cansados de Marina Thompson, agora Bridgerton.

Na manhã cinzenta daquela quinta-feira, Marina escrevia à Lady Featherington solicitando a autorização para que Penélope passase unsbdias com ela, servindovde dama de companhia.

"Lady Featherington,
Gostaria que autorizasse Penélope1 passar alguns dias comigo no campo. Preciso de companhia - de alguém que me veja com olhos gentis, sempre nutri muita estima por sua companhia.
Com carinho, Marina."

A carta, delicada em aparência, escondia intenções mais profundas. Marina não escrevera apenas por saudade. Ela precisava de Penélope ali, precisava que Colin a enxergasse. Precisava reverter o dano que causou antes que fosse tarde demais.

---

Penélope chegou dois dias depois, mudada, na aparência e na personalidade, nao usava amarelo como de costume, seu vestido era verde-musgo e usava um poncho de pele para se proteger do vento gélido do campo. Seus olhos, antes suaves, estavam mais duros do que Marina se lembrava. Ela a abraçou, mas sem o mesmo calor de outros tempos.

- Pen, estou tão feliz que veio. - Marina segurou suas mãos com força, como se tivesse medo que a prima desaparecesse.

- Achei que precisava de uma companhia... feminina. - Penélope respondeu, o tom cuidadoso. - E minha mãe quase me obrigou a vir, acredito que para ela não quer ter trabalho comigo.

Colin observava de longe, encostado no batente da porta que dava para o jardim. Havia algo de estranho em ver Penélope ali - uma nostalgia dolorosa, como a lembrança de uma música esquecida. Tentou se aproximar, mas ela desviou o olhar.

---

Durante o chá da tarde, Marina retirou-se mais cedo, queixando-se de dores de cabeça. Penélope e Colin ficaram sozinhos na varanda. O silêncio se estendeu como uma cortina entre os dois, até que Colin, impaciente, quebrou-o.

- Você parece zangada.

Penélope continuou com o rosto em direção ao jardim.

- Eu estou. Mas isso não deve importar, não é?

- Pen... - a voz dele era hesitante. - Eu queria te agradecer por ter vindo. Marina tem estado muito...

- Infeliz? - ela cortou, os olhos fixos nas folhas que dançavam com o vento. - Assim como você.

Colin a encarou, surpreso. Penélope nunca fora cruel, mas havia uma acidez em suas palavras que o desarmava.

- Eu sei o que está pensando - ele disse, mais baixo. - Que fui cego. E fui. Você me avisou. Você tentou me mostrar que ela amava outro homem...

- E você não quis ouvir. - A voz dela agora tremia. - Você queria um propósito, uma causa para lutar, um gesto nobre. Então se jogou de cabeça numa mentira porque parecia mais romântica do que a verdade que eu te ofereci.

Colin sentiu o golpe. Doeu mais do que esperava.

- Eu não queria te magoar, Penélope.

Ela riu, seca.

- Mas magoou mesmo assim, achei que fosse sua amiga e amigos dão ouvidos um ao outro.

Ele se aproximou um passo, cauteloso.

- Não posso mudar o que fiz. Mas posso pedir uma chance... de consertar, de... entender.

Ela o olhou pela primeira vez. Havia lágrimas contidas nos olhos azuis céu.

- Você não me deve desculpas. Mas se está esperando que eu esteja aqui para suavizar sua culpa, está enganado. Marina é sua esposa. Eu sou só a amiga esquecida que ficou para trás.

Ela se levantou, arrumando as saias com elegância, mas também com firmeza. Colin a seguiu com os olhos, o coração apertado. O jardim, antes florido, parecia agora um campo de espinhos.

---

Do andar de cima, Marina os observava pela janela, o rosto pálido apoiado nas mãos. Aquela era a chance - e talvez a última. Mas sabia que não seria fácil. Para reconstruir algo entre Penélope e Colin, primeiro seria preciso que eles desenterrassem tudo o que foi silenciado.

E Marina, cada vez mais certa de seu plano, sabia que em breve precisaria partir. George estava vivo. E esperava por ela.

---

O sol da manhã filtrava-se pelas cortinas da sala de estar, lançando um brilho dourado sobre as xícaras de porcelana. Marina fez um convite com uma calma quase ensaiada.

- Penélope, querida, o campo está esplêndido nesta época do ano. Eu pensei... talvez uma cavalgada fosse revigorante? Há trilhas suaves na floresta. Você e Colin poderiam aproveitar o dia. - sorriu com doçura, os olhos escuros mascarando a inquietação.

Penélope hesitou. Olhou de soslaio para Colin, que lia um jornal encostado à lareira. Ele levantou os olhos por um breve segundo, como se já soubesse da ideia e a estivesse aguardando.

- Eu não costumo montar. - ela murmurou, recostando-se com elegância ensaiada. - Pelo menos não com frequência.

- Uma caminhada, então. Ou um piquenique. - Marina insistiu. - A natureza pode fazer maravilhas para o humor. - Virou-se para o marido: - Colin, seria gentil de sua parte acompanhar Penélope. Eu preferiria ficar... tenho andado fatigada demais ultimamente.

A desculpa colou. Como sempre fazia.

---

O piquenique foi montado com capricho pelos criados: toalhas bordadas, frutas frescas, tortas doces e uma cesta de chá. Colin tentou manter o clima leve, mas Penélope mantinha a expressão reservada, quase entediada.

- Você costumava rir comigo. - ele comentou, após alguns minutos de silêncio enquanto ela mordiscava uma fatia de maçã.

- Sim, quando eramos amigos. - ela retrucou, sem rodeios.

O comentário o calou.

Penélope levantou-se, talvez para afastar a tensão, talvez apenas para se perder entre as árvores. Seus passos a levaram à beira de uma pequena colina úmida e escorregadia pela chuva recente. Um estalo, um escorregão - e o mundo virou.

Colin correu assim que ouviu o grito abafado. Encontrou-a sentada no chão, o tornozelo torcido e o vestido rasgado na bainha.

- Não toque em mim! - ela protestou, ao vê-lo se aproximar.

- Você está machucada, Penélope. Não seja tola.

- Não sou tola. Só não preciso de sua piedade.

- Não é piedade. É preocupação! - ele se ajoelhou, a voz apertada. - É culpa, é raiva de mim mesmo, é tudo isso junto. Você acha que eu durmo bem desde o dia do casamento? Que não penso em você e como você tentou me alertar em, cada maldita noite?

Ela apertou os lábios, os olhos brilhando. Ele estendeu a mão. Ela hesitou - só por um segundo - e então a recusou.

- Eu preferiria mancar sozinha do que me apoiar em alguém que só me enxerga quando está caindo aos pedaços.

Ele recuou. Pela primeira vez, sentiu o peso real da perda. Não da ilusão de Marina, mas de Penélope - sólida, real, e agora distante demais.

---

Na casa, Marina esperava. No quarto, enrolada em cartas de George Crane, lia suas promessas em silêncio. "Faltam apenas três dias. Estarei à sua espera no bosque de Holloway, ao pôr do sol."

Ela sabia que não podia mais viver como Bridgerton. Já não havia como salvar o que nunca teve - nem com Colin, nem com a sociedade. Mas havia algo que ela ainda podia fazer: dar a Colin a chance de ver Penélope, antes que tudo ruísse.

Ela foi até sua penteadeira e começou a dobrar cuidadosamente um vestido simples, costurado às escondidas. No fundo do baú, um envelope com moedas e um colar antigo herdado da mãe. Sua fuga estava planejada. Restava agora apenas o momento certo.

E enquanto Penélope mancava de volta para casa com a ajuda de um criado - e Colin observava com um olhar de cão perdido -, Marina fechava mentalmente a porta daquele capítulo da vida.

Mas ainda havia tempo. Três dias. Três dias para fazê-los se verem de verdade. Ou para perdê-los para sempre.



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