抖阴社区

                                    

Tento ligar mais algumas vezes e mandar algumas mensagens pelo WhatsApp e nada.

Quando o táxi chega, eu pego o dinheiro, lhe entrego e saio rápido.

- Moça, seu troco.

- Pode ficar. - paro em frente à porta da casa e respiro fundo algumas vezes.

Toco a campainha e espero alguns minutos, toco novamente e meu coração já está disparado.

Quando vou tocar novamente a porta se abre.

Ele abre a porta passando as costa das mãos nos olhos.

O olho dele está vermelho e o rosto também.

Meu coração acelera e eu o abraço.

Ele começa a chorar baixinho, fico lhe abraçando até ele parar de chorar.

Quando ele se acalma, eu fecho a porta e o puxo em direção à sala.

Nos sentamos no sofá, coloco minhas coisas no chão e respiro fundo, meu coração ainda bate descontroladamente.

Ele fica me encarando como se não estivesse acreditando que eu estava ali.

Ele me dá a mão e eu aperto fraquinho antes de começar a falar.

- O que houve?

- Meu pai caiu e está internado com um coágulo na cabeça, ele vai operar amanhã e eu tô com medo, eu tô com medo. - ele diz e meu coração se aperta.

Eu nunca vi o Vinnie tão frágil e isso tá acabando comigo.

Puxo ele pra um abraço e fico passando a mão pelo seu cabelo, coloco ele deitado na minha perna enquanto faço cafuné e ele chora baixinho.

- Minha mãe faleceu há alguns anos atrás e meu pai não superou isso até hoje. Depois que ela se foi, sobrou só eu e ele, não tenho irmãos e eu sempre tenho que me fazer de forte toda vez que eu tenho que escuta-lo falar da minha mãe, mas o pior é que dói tanto em mim quanto nele. - ele diz soltando alguns soluços em meio as frases. - Se eu perdê-lo, eu serei sozinho, eu sei que não sou um exemplo de filho, mas eu o amo.

Meus olhos ficam marejados automaticamente, eu não sirvo para ver as pessoas chorando e não poder fazer nada.

Controlo minhas lágrimas, pois tenho que ser forte para apoia-lo.

- Vai ficar tudo bem, eu tô com você. - digo.

Ficamos nessa mesma posição durante um bom tempo, sem falar nada, só aproveitando a presença um do outro.

Eu me sinto bem pelo fato de estar com ele e triste pelo fato de vê-lo assim.

Ele se levantou pra ir tomar um banho e eu tô aqui sentada na poltrona da sala me perguntando o que eu vou fazer da minha vida.

Minhas provas começam amanhã e eu tô muito ferrada.

Não quero deixá-lo sozinho, mas eu tenho estágio e tenho que ir estudar.

Pego meu celular na bolsa e decido avisar que não poderei ir hoje.

É a primeira vez que eu vou faltar, acho que não será um problema.

Ligo pra empresa e peço para transferirem para a sala do meu chefe.

Sorte que o senhor Benjamim é gente boa.

- Bom dia senhor Benjamim, aqui é a Sarah, hoje não poderei ir trabalhar, não tô me sentindo muito bem.

- Tudo bem, vá ao médico, aproveita e pega uma declaração.

- Acho que não será preciso, só estou vomitando, deve ser alguma virose.

- Tudo bem então, se piorar procure um médico e me avise. Boa recuperação. - Obrigada. - encerro a chamada.

Vinnie aparece e se senta de frente pra mim.

- Temos que conversar, sei que não é o momento, mas eu preciso. Me perdoa pelo o que aconteceu, não foi minha intenção, ela estava falando sobre a aula comigo e do nada me agarrou, mas eu me afastei.

- Vinnie, vamos esquecer isso, eu vi o que aconteceu, eu fiz tempestade em copo d'água, vamos esquecer. - falo, ele me abraça e em seguida me beija.

Quando seus lábios tocam nos meus, eu sinto um apertinho no peito e nem parece real, parece que ficamos anos longe, quando na verdade foram dias, eu acabei criando uma dependência dele, isso é ruim, mas quando eu estou com ele não faz diferença.

Passamos a tarde juntos, fomos visitar o pai dele no hospital, ele está em coma induzido e está tudo certo para a cirurgia amanhã, o médico nos garantiu que não era muito grave e que se ele continuasse da forma que estava, a cirurgia seria um sucesso, mas mesmo assim o Vinnie continua cabisbaixo, sem ânimo e nem queria comer, mas eu fiz ele comer, na verdade eu o chantagiei falando que ele não queria comer porque eu que tinha cozinhado, e deu certo, ele comeu tudo e ainda repetiu.

Quando eu termino de lavar a louça, olho no relógio já são 21:15h, preciso ir embora.

- Vinnie, agora eu vou embora, já está tarde, tenho prova amanhã, eu tô fodida na matéria e ainda tenho que estudar.

- Não vai, fica aqui comigo, eu te ajudo a estudar, tem roupa sua aqui pra você ir à faculdade amanhã. - ele diz me abraçando por trás e beijando meu pescoço.

- Não Vinnie, você precisa descansar e eu preciso estudar. - falo me virando pra ele.

- Fica, por favor, eu te ajudo, não vou conseguir dormir mesmo. - ele dá de ombros, eu penso durante alguns segundos e chego à conclusão de que não tem mal nenhum ficar.

- Tá bom então, vou tomar um banho e depois você me ajuda com a matéria - falo e ele afirma com a cabeça. - Vai olhando ali o que é pra estudar, tem uma folha dentro do livro com tudo o que preciso estudar. - digo e vou em direção ao seu quarto.

Abro o armário e vejo que realmente têm algumas peças de roupas minha.

Pego uma calcinhas e uma blusa dele.

Tomo um banho e quando termino vou pra sala, tem um monte de livros espalhados pela mesa de centro e o Vinnie está de óculos todo concentrado, é tão sexy e fofo.

Sorrio e vou me sentar perto dele.

- Não é nada muito difícil, se eu fosse seu professor pode ter certeza que eu nunca passaria uma prova com coisas tão fáceis assim. - ele diz e eu reviro os olhos.

Ele me explica tudo, acho impressionante a facilidade que tenho de entender as coisas com ele, a forma como ele explica, tudo flui tão fácil com ele.

*

Quando terminamos de estudar já está tarde eu tô craque na matéria.

Nos deitamos e ficamos um tempinho acordados.

- Estou com medo do que pode acontecer amanhã. - ele diz e meu coração se aperta por não poder estar junto com ele.

- Não fique assim, temos que pensar no melhor. - digo acariciando o rosto dele. - Eu prometo que assim que eu terminar a prova, eu vou lá pro hospital. - falo e ele sorri.

- Obrigado por estar fazendo isso tudo por mim. - ele diz e lhe dou um beijo.

Ele me abraça pela cintura e eu faço cafuné no seu cabelo.

Assim que ele pega no sono, eu finalmente consigo relaxar para dormir.

O Professor - Vinnie C. Hacker Onde histórias criam vida. Descubra agora