Como conquistar Mavie Hollis / Vol. 6

Nathan Blackwood

Abro as notas do meu celular, escrevendo o nome de todos os meus amigos, colocando ao lado o que pretendo dar de presente de Natal a cada um deles. Sempre preciso anotar esse tipo de coisa, ou acabo esquecendo de alguém. Não é por mal, mas simplesmente acontece. O nome de Briar e dos pais dele são sempre os primeiros, porque sempre sei o que dar a eles. Logo depois vem o pessoal do casarão. Mas quando chego no nome de Mavie, simplesmente travo.

O que dar de presente de Natal pra minha namorada supostamente falsa? Sei das coisas que Mavie gosta, mas minha mente vira um borrão de confusão quando penso no que deveria dar a ela. Talvez eu devesse pedir a ajuda de Jas pra escolher. Ou talvez eu deveria pedir a ajuda da minha avó, ela sempre sabe o que fazer nessas situações.

—Que carinha é essa, querido? Está tudo bem? —A mãe de Briar surgiu na sala, abrindo um sorriso ao me pegar sentado na mesa de jantar sozinho, como se tivesse pronto para começar uma reunião. Eu não estava, mas estava fazendo algo super importante.

—Está tudo bem sim. Só estou pensando em algumas coisas sobre o Natal. —Afirmei, observando o sorriso dela se tornar maior, como se ela tivesse muito ansiosa pra esse dia. Ela deu a volta na mesa, se aproximando de mim e tocando meu ombro.

—Você já decidiu onde vai passar a véspera de Natal esse ano? Você é sempre muito bem-vindo para ficar com a gente. E sempre ficamos muito felizes quando decide ficar aqui em casa. —Falou, com um tom de voz super amoroso, que eu sempre via a usar com Briar e Abigail. —Mas vamos entender se quiser passar com a sua avó. Além de você ter sua namorada agora. O que for mais confortável pra você.

—Posso ser sincero? —Indaguei, sentindo um aperto esquisito no peito, porque esses feriados sempre me deixavam mal, por precisar escolher com quem vou estar. Era difícil demais pra mim e as vezes eu gostaria que fosse mais fácil, pelo menos uma vez.

—É claro que pode.

—Queria poder passar o Natal com todos vocês, sem precisar escolher só um. —Sussurrei, observando o sorriso dela diminuir um pouco, enquanto seu rosto exibia uma expressão cautelosa, como se ela pudesse me entender de verdade. Como se pudesse ver a dor dentro de mim.

Mas como eu poderia fazer isso? Briar e eles sempre passavam o Natal em Albany, e esse ano só seria diferente por causa da Abigail. Não podia tirar minha vó da casa de repouso, porque da última vez que fiz isso as coisas ficaram complicadas demais. Sei que ela sofreria quando precisasse voltar pra lá. E agora tem a Mavie. Mas ela tem sua própria família com a qual já está fazendo planos. Queria poder passar com todos eles e não precisar escolher.

—Passar o Natal com todos nós, sem precisar escolher, seria um bom presente pra você? —Questionou, como se pudesse mudar as leis naturais das coisas e fazer isso ser possível. Abri um sorriso dolorido, balançando a cabeça positivamente, porque isso seria o melhor presente de todos. —Teremos a festa de Natal que vocês estão organizando. Vou conversar com os pais da Mavie e ver se podemos fazer alguma coisa.

—Não precisa mudar os seus planos por minha causa. Eu só estava... —Parei de falar quando ela balançou a cabeça negativamente.

—Você também faz parte da família, Nathan. E o Natal é pra ser sobre a família. Quero todos os meus filhos felizes, inclusive os que são de coração. —Afirmou, se inclinando e deixando um beijo na minha cabeça, enquanto eu pensava no quanto eu era grato por tê-los na minha vida.

[...]

Bati na porta, engolindo um pouco do nervosismo. Era a primeira vez que eu aparecia na casa de Mavie desde que as férias começaram. O café estava fechando nesse horário, então a família dela estava toda em casa, muito provavelmente. Eu não fazia ideia do que ela poderia ter dito aos pais sobre mim. Mas estava nervoso de qualquer forma.

—Oi, Nathan. —Joe abriu um sorriso assim que abriu a porta e viu que era eu. —Entra aí, cara. A Mavie está na sala.

Fiz o que ele pediu, esperando ele fechar a porta antes de o seguir para a sala, onde Mavie estava, junto com seus outros irmãos. Havia uma bagunça de caixas de papelão por todo lado, e uma árvore imensa no canto da sala, que estava sendo decorada para o Natal, pelos três irmãos mais novos de Mavie.

—Nathan? —Mavie pareceu surpresa ao me ver, já que não tínhamos combinado absolutamente nada para hoje. Abri um sorriso tenso, porque não tinha certeza se ela ficaria feliz com a minha visita, já que eu tinha aparecido sem avisar. —Não sabia que vinha. Você me mandou mensagem ou...

—Não mandei. Desculpa, da próxima vez eu mando. Só queria ver você. —Afirmei, me dando conta do que tinha falado tarde demais, porque Mavie me encarou de uma forma que parecia nem estar respirando, antes de desviar os olhos.

Ela costumava fazer isso as vezes. Me encarar por um longo momento, como se estivesse imaginando muitas coisas na sua cabeça, antes de desviar os olhos e ficar quieta, parecendo sem graça. Acho que as vezes eu costumava fazer isso também, porque gostava muito da presença dela. Nunca disse a ela nesses dias que nos aproximamos, mas a presença dela acalma o caos que existe dentro de mim.

—Eu estou atrapalhando alguma coisa?

—Ah, não, só estávamos montando a árvore de Natal. —Taylor afirmou, vindo pra perto de mim e me entregando algumas bolinhas coloridas, de pendurar na árvore. —Você faz a parte do topo da árvore, porque nenhum de nós consegue alcançar.

Olhei para Mavie, me perguntando se estava mesmo autorizado a ajudar, já que Taylor já havia se afastado para ajudar Wyatt e Luca a decorarem a parte de baixo da árvore. Mavie abriu um sorrisinho pra mim, antes de indicar com a cabeça que eu fosse ali ajudar.

—Então, você veio me ver? —Mavie indagou, ficando do meu lado quando parei na frente da árvore e comecei a colocar as bolinhas nos galhos. Olhei pra ela, antes de assentir. —Cuidado, Nathan, ou vou começar a achar que está se apaixonando por mim.

Olhei pra ela por um momento, me perguntando se ela estava apenas brincando ou falando sério. Mas Mavie estava sorrindo pra mim, com os olhos praticamente brilhando enquanto focava no meu rosto, como se quisesse saber minha reação aquilo.

—Isso não seria realmente um problema, ou seria?

Continua...