Como conquistar Mavie Hollis / Vol. 6

Eu e Nathan nos aconchegamos no sofá de frente para a lareira. Os braços dele ao redor de mim, enquanto minhas costas estavam aconchegadas no seu peito. O calor do corpo dele era reconfortante depois, assim como seu perfume, que tomava conta de mim. Tinha certeza de que iria dormir sorrindo, com aquele cheiro grudado no meu nariz.

—Agora eu entendi porque você estava tão sumido. —Falei, me virando um pouco, só pra conseguir ver o rosto dele. Os braços dele se apertaram ao meu redor, enquanto seu polegar brincava com meus dedos e sua outra mão envolvia meu braço, fazendo círculos da minha pele, que me deixavam arrepiada. —Só não entendi onde meu irmão entre nisso. Por que vocês estavam saindo juntos?

—Ah, eu disse a ele que iria te pedir em namoro oficialmente, porque ainda não tinha feito isso. Não se preocupe, não contei sobre a aposta. —Afirmou, como se sentisse que eu havia ficado tensa quando ele começou a falar. Relaxei na mesma hora, vendo ele me dar um sorriso tímido. —Eu queria fazer tudo certo. Joe conhece você muito bem, assim como a Jas. Então os dois me deram algumas dicas do que fazer. No final, foi meio que perda de tempo, porque não consegui fazer nada do que eles sugeriram.

—E o que eles tinham sugerido? —Indaguei, sabendo que iria matar Jasmine mais tarde, por saber que Nathan pretendia se declarar pra mim. Por saber que ele gostava de mim, e não me falar nada, vendo o estado de lamentação que eu andava, achando que ele não queria mais nada comigo.

—Eu deveria te chamar pra dançar quando eles ligassem a música após o jantar. E então eu poderia começar a falar sobre nós. —Nathan ergueu a mão e deslizou o polegar pela minha bochecha, deixando um rastro de calor pelo caminho. —Nós dois nos damos bem demais, Mavie. Você me entende como ninguém. É tão atenciosa comigo e se importa com todas as minhas inseguranças e esquisitices. Somos ótimos juntos. Ótimos amigos e ótimos namorados falsos. Gostei de beijar você, como nunca gostei de beijar qualquer garota. Eu só conseguia pensar em beija-la de novo, te tocar, abraçar e... —Nathan se inclinou, roçando os lábios nos meus, fazendo minha respiração falhar, enquanto eu engolia em seco com a faísca que ameaçava me consumir. —Como posso odiar ser tocado, ao mesmo tempo que não quero tirar minhas mãos de você.

Fechei os olhos, absorvendo a intensidade com que ele falou aquelas palavras. Com o quanto elas eram importantes não só pra ele, mas pra mim também. Engoli muito lentamente, sentindo aquelas borboletas dançando no meu estômago e se espalhando pelo corpo todo, deixando meu corpo aceso.

—Agora você conseguiu se declarar. —Falei, quase sem fôlego, vendo-o me dar um sorriso torto, como se estivesse sem graça e prestes a pedir desculpas de novo. —Nathan, podemos fazer um acordo?

—Mais acordos? Achei que você tinha dito que não haveria mais.

—Ah, sim, mas esse é diferente. —Falei, abrindo um sorrisinho inocente, mesmo que nenhum dos meus pensamentos naquele momento se classificassem como inocentes. —Sempre que você pensar em me pedir desculpas por alguma coisa, em vez de dizer com palavras, você pode simplesmente me beijar. Vou gostar bem mais disso e vou te desculpar muito mais rápido.

—Mesmo? —Nathan respirou de forma trêmula e eu o vi engolir com dificuldade quando balancei a cabeça que sim. Mordi o lábio ao ver a forma como ele estava me olhando, como se quisesse me beijar agora.

Sem que ele precisasse tomar a iniciativa, deslizei minha mão até a nuca dele e puxei seu rosto pra mim, mergulhando meus lábios nos dele de uma forma um tanto afobada e necessitada, porque adorava ver o quão abalado Nathan ficava comigo. Saber que eu o deixava daquele jeito despertava uma sensação eletrizante dentro de mim.

—Não precisamos mais fingir então. —Falei, me afastando só um pouco, antes de Nathan segurar meu rosto e me beijar com força, causando um friozinho delicioso na minha barriga, porque ele estava segurando minha nuca agora, enquanto a outra mão estava apertando minha cintura contra dele.

—Eu nunca fingi nada com você em todos esses dias. —Nathan sussurrou me meio ao beijo, enquanto eu abria um sorriso enorme ao ouvi-lo dizer aquilo. Nunca tinha sido fingimento, mesmo que mentíssemos pra nós mesmos que era.

—Ah, que nojento! —Eu e Nathan se afastamos na mesma hora ao ouvirmos a voz de Wyatt. Ele estava parado na entrada da sala, com uma careta de desgosto no rosto.

—Era só um beijo, Wyatt. Não tem nada de nojento. —Exclamei, olhando de cara feia para o meu irmão, porque Nathan parecia sem graça agora.

—A língua dele tava na sua boca. Então pra mim é bem nojento. Além de você ser minha irmã. —Afirmou, estalando os dedos na direção dos fundos, com uma cara de deboche inigualável. —Mamãe mandou chamar vocês. Vamos começar o jantar. Depois vocês podem continuar a troca de saliva. De preferência em particular.

—Wyatt! —Exclamei, querendo esgana-lo por ter uma língua tão grande. Olhei para Nathan quando meu irmão sumiu, vendo-ó como um sorriso no rosto, como se estivesse se divertindo com aquilo. —Pensei que tivesse ficado constrangido.

—Eu fiquei. Mas seu irmão é muito engraçado. —Nathan deu de ombros, me fazendo soltar uma risada, antes de ficar de pé e estender a mão pra ele.

—Vamos lá. Eles devem estar só nos esperando. —Falei, entrelaçando meus dedos aos de Nathan quando ele ficou de pé na minha frente, me obrigando a ergueu o queixo para conseguir olhar nos olhos dele. —Sobre a aposta, Nathan.

—Não precisa...

—Vou acabar com ela. —Afirmei, porque aquilo era o certo a se fazer. Não queria aquela coisa com Heather entre nós. —Vou ligar pra Heather e colocar um fim nisso. Não importa o que ela vá falar ou espalhar por aí. Isso não é mais importante do que o que nós dois temos aqui. Do que o que eu sinto por você.

—Tem certeza? —Questionou, olhando pra mim de uma forma que eu sabia que ele ficaria do meu lado com ou sem aposta.

—Tenho absoluta certeza. Não tenho que provar nada pra ela. —Me inclinei e beijei os lábios de Nathan, apertando a mão dele com carinho. —Só quero ficar com você agora, sem me preocupar com nada.

Continua...