Dandara sentia seu coração bater descompassadamente e sua respiração acelerava enquanto seus olhos percorriam freneticamente o ambiente. Toda a movimentação repentina e o estado ensanguentado de Mandão causavam uma onda de apreensão e medo.
Cuidadoso, nu diante dela, aproximou-se com passos suaves como se deslizasse pelo ar. Seus olhos âmbar, intensos e penetrantes, encontraram os dela, revelando a clara preocupação que refletia neles.
Com um toque delicado, o homem segurou gentilmente os ombros trêmulos de Dandara, suas mãos grandes e fortes oferecendo um apoio firme. O calor reconfortante de sua pele transmitia uma sensação de segurança, fazendo com que um arrepio percorresse sua espinha e amenisasse levemente sua agitação interna.
Os dedos acariciaram, também, o rosto assustado. Ela pôde sentir com mais nitidez a maciez do toque. Cada movimento é tão suave que se tornae amoroso apagando temporariamente as preocupações que a assombravam.
Dandara fitoou fixamente, absorvendo cada detalhe, cada nuance de emoção transmitida por aquele olhar profundo. Ela via a forma como eles brilhavam com uma mistura de determinação e ternura.
Algo está acontecendo…
Enquanto o mundo ao redor parecia desvanecer em segundo plano, a presença de Cuidadoso envolvia Dandara como um abraço protetor e a guiou para o interior do covil.
A entrada é tão bem escondida entre as rochas que nem mesmo reparou no lance de escada íngreme que a levou até o buraco escuro. O interior é grande, amplo como um grande salão, cujas paredes eram adornadas com desenhos detalhados de sua história.
Um único corredor a levaria para o desconhecido. Perante a determinação de Cuidadosos, ela escolheu confiar que ficaria bem.
Somente porque lembrou de sua mãe, a única mulher que lutou ao seu máximo para protegê-la.
É quase um entorpecente inesperado receber tais gestos de um… homem.
E pelado!
— O que está acontecendo? — Mas ela queria saber.
Mandão entrou logo depois e o macaquinho estava agitando, andando de um lado para o outro. A clara preocupação deixavam seus olhos brilhantes em pânico.
Pobre animalzinho…
— Calma, minha pequena — Cuidadoso não se importava se as palavras seriam, ou não, traduzidas. O tom doce deveria fazer Dandara, ao menos, ter uma ideia do que ele pedia. — Nada vai te acontecer. Fique calma…
Mandão pressionou suavemente o corpo contra a parede da caverna e espiou o lado de fora. A suave neblina do amanhecer continuava envolver o cenário, criando uma atmosfera misteriosa e encobrindo parcialmente a superfície serena da água à sua frente. Os cristais já projetava raios luminosos que dançavam sobre as pequenas ondulações, revelando fragmentos brilhantes de reflexos cintilantes.
Com sua visão aguçada, Mandão percebe uma sombra volumosa e imponente deslizar sobre a água, agora negra. Seus sentidos aguçados captaram cada detalhe: o deslocar sutil, a leve perturbação na superfície e a escuridão que parecia se esconder sob aquelas profundezas.
Os predadores aquáticos a habitarem os gordos rios ao redor do Senguell já haviam despertado.
Desde que ficassem lá, não seria preocupação.
Fora isso, não havia nada. Nem uma mera movimentação na copa das árvores ou nos pontos cegos da vegetação onde provavelmente usariam para averiguar o terreno.
— O que está acontecendo? — Ao ouvir a voz de Dandara, ele se afastou da entrada.
— Fique quieta! — Mandão rosna, já sem paciência.

VOC? EST? LENDO
ACASALAMENTO: Lua Cheia
WerewolfO que você faria se estivesse nessa situa??o? Após anos de escravid?o e vivendo uma rotina angustiante, Dandara vê o navio em que estava sendo arrastado por um fen?meno aquático peculiar. E um novo mundo se revela, ent?o: Uma floresta que tinha tudo...