— Temos ervas e algumas frutas ressecadas — Pilantra informa ao Cuidadoso. Não é animador, mas também era o esperado. Os machos caçam a gostam de comer ao ar livre, exibindo sua conquista para todos que estivessem próximo o bastante para sentir o cheiro. — Temos mantas, vasilhas, temperos e armas.
Não que o último artefato seria de importância, mas, novamente, Cuidadoso encarou o irmão.
— Você não vai usar armas — ele ordenou.
Mandão, por outro lado, não ganhou esse apelido por ser bonzinho. O macho que antes espiava o que acontecia do lado de fora, voltou seu olhar para Cuidadoso.
Até mesmo Pilantra parecia desconfortável e ousou argumentar:
— Se virem as armas…
Ele se calou quando Mandão rosnou.
Então Cuidadoso se levantou, em defesa. Ele agradeceu que Dan não estivesse na sala, mesmo que a lógica os forçasse a evitar machucar uns aos outros.
Mas as lâminas de aço hyffthyturiano não poderiam ser facilmente ignoradas. O machado em suas costas não pode ser facilmente ignorado.
Mas Mandão não recuou.
— Não é proibido portar armas em uma briga.
Mas é proibido usá-las contra sua alcatéia. Mandão estava bem ciente disso.
— Se morrer — Cuidadoso toma a palavra — que seja porque não foi forte o bastante pra lutar e não pela covardia!
Mesmo se Capacho estivesse presente, seu olhar seria o mesmo que Pilantra lançou ao Bhetta. Ninguém iria apoiar caso empenhasse armas. Ninguém iria aceitar.
Somente o Alpha tem esse direito. Apenas ele pode empunhar armas contra seu bando. Todos os demais necessitam de sua permissão.
— Dandara precisa diminuir o som — Afirmou Mandão. — Não pode gritar, nem andar, nem respirar quando ficar nervosa.
Embora a conversa com Capacho esteja calma e até baixa, eles ainda conseguiam ouvir a voz da fêmea ecoando suavemente pelos corredores. Os pequenos risos do mais jovem para com ela chegavam a incomodar, mas visto as demais preocupações, ignoravam.
— Ela ainda tem vestígios de outras ervas no organismo dela — Cuidadoso argumenta. — Não vou dopá-la.
Não quando Dandara começava lentamente a demonstrar estar mais à vontade sob sua presença. Mas principalmente, ele quer que ela adormeça porque quer dormir.
Um pequeno silêncio se instaura.
Ambos os irmãos sequer desviava o olhar um do outro. Pilantra estava atrás de Cuidadoso com a postura tão rígida que denuncia a tensão no ambiente.
— Que cheiro é esse? — E o faz escutar a voz de Dan, tal como a desculpa furada de Capacho.
— Ela está sentido a disputa entre vocês — ele revela, a voz tão confiante quanto seu pouco interesse em desafiar autoridades.
Mas os instintos de Dandara não a enganam quando, por motivos desconhecidos, se sente arrepiada. Se sente tensa e desconfortável.
Pilantra se curva levemente ao recuar para dentro do covil. Por instinto a tiraria dali, levando-a para o fundo e a distraindo.
— Você vai ficar! — O odor pútrido a ser exalado não ficou mais fraco quando Mandão rosnou ao Pilantra.
Os poros da pele do macho se abriram e os pelos se eriçaram sob o braço e a nuca. Ele levantou o olhar ao Bhetta, ligeiramente maior. Os pelos pubianos abaixo do umbigo mais saliente e a íris dos delicadamente maiores.

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ACASALAMENTO: Lua Cheia
WerewolfO que você faria se estivesse nessa situa??o? Após anos de escravid?o e vivendo uma rotina angustiante, Dandara vê o navio em que estava sendo arrastado por um fen?meno aquático peculiar. E um novo mundo se revela, ent?o: Uma floresta que tinha tudo...