Luke e Samantha se conhecem desde a inf?ncia, e desde o primeiro encontro, parecia que estavam destinados a se detestar. Cresceram em meio a provoca??es constantes, uma rivalidade feroz e uma hostilidade que só aumentava com o tempo.
Para Samantha...
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Naquela mesma semana, na sexta-feira à noite, tia Paty apareceu lá em casa, de surpresa, com o rosto cansado e uma expressão que misturava esperança e ansiedade. Ela tentou conversar com minha mãe antes de partirmos, talvez tentar uma última vez desfazer o gelo que havia se formado entre as duas. Tia Paty havia passado todo esse tempo buscando conseguir o perdão dos meus pais para ela e o resto da família Alexander. Mas, por algum motivo que ninguém conseguia entender, as portas dessas conversas se fechavam sempre que nós, as filhas, tentávamos nos aproximar.
Nós havíamos sido proibidas de falar com a nossa própria tia. O que não era justo, afinal, ela era a pessoa que justamente não tinha feito nenhum mal naquela história.
O ressentimento continuava ali, quase dava para sentir no ar, mesmo que elas não trocassem palavras pesadas diante nós desde aquele dia no hospital. Aquilo parecia ter tomado conta dos corações dos meus pais, afastando-os da família, empurrando-os cada vez mais para longe.
Longe até demais.
Não podendo presenciar a conversa entre elas, naquela noite, depois de voltar da farmácia, resolvi tentar arrumar o resto das minhas coisas, já que partiríamos em breve. Meu peito doía particularmente forte naquela semana, depois de conversar com Luke.
Um sentimento estranho havia se apoderado de mim desde aquele dia. A cada segundo fazia um esforço enorme para não chorar e me culpar pelo que estava por vir.
As coisas, naquela altura, mesmo que estivessem mais calmas não deixaram de ser estranhas. Talvez seja por saber que seríamos para sempre julgados que meus pais resolveram sair dali definitivamente.
E ainda tinha o trabalho da minha mãe, o que complicava mais as coisas. Ela era corretora de imóveis e, nessa profissão, a imagem é tudo. Qualquer boato, escândalo ou situação mal resolvida, podia custar uma venda, e ela sabia disso melhor do que ninguém. Depois de anos se esforçando para chegar onde estava, não queria arriscar sua reputação. Era como se cada cliente em potencial estivesse de olho na nossa família e em tudo que acontecia ao nosso redor. Lá, na capital, pelo menos recomeçaríamos nossas vidas sem um carma como este em nossas costas, por mais que Pierre esteja vivo e Luke fosse o mais prejudicado por causa da violência que se meteu com ele.
— Oi, meu amor. – Para minha surpresa, tia Paty havia conseguido ir até o meu quarto. Quando me virei, ela me abraçou forte imediatamente. — Sua mãe deixou eu vir me despedir de vocês, mas eu não tenho muito tempo – explicou, com olhos lacrimejados.
— Então, a senhora não conseguiu fazer com que eles desistissem, não é?
Ela negou com um aceno.
— E eu tentei, meu amor, eu juro. Com todos os argumentos possíveis.
Eu sabia disso. Mesmo assim, era insuportável perceber que havia perdido a minha única esperança.