抖阴社区

Capítulo 29: Quando o Amor se Transforma... Em ?dio

172 22 23
                                        

O mundo ao meu redor encolheu em um instante

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O mundo ao meu redor encolheu em um instante. O calor suave do pôr do sol na varanda já não fazia sentido. O som distante da cidade, os carros, o vento... tudo se tornou um zunido abafado, irrelevante, como se eu estivesse sendo puxada para dentro de um vácuo.

Minha garganta se fechou.

— O quê? — minha voz saiu fina, quase inexistente, mas a pessoa do outro lado da linha continuou a falar, como se não tivesse ouvido o desespero engasgado na minha respiração.

Acidente.

A palavra reverberou dentro da minha cabeça, sacudindo tudo ao redor.

Marlina me olhava fixamente, sem piscar, esperando que eu dissesse algo. Mas eu não conseguia. Minhas mãos estavam tão frias que mal conseguiam segurar o celular.

— Senhora? — a voz do outro lado da linha insistiu.

Meu estômago revirou. O peito ficou pesado, como se algo estivesse esmagando meus pulmões.

— Eles estão bem? — forcei as palavras, mas elas saíram quebradas.

Silêncio.

O silêncio durou tempo demais. Tempo suficiente para que o frio percorresse minha espinha, tempo suficiente para que Marlina arrancasse o celular da minha mão, percebendo que eu já não conseguia mais respirar.

— Alô?! – a minha irmã atendeu e conseguiu falar um pouco mais alto. — Sim, nós somos filhas dele. O que aconteceu?

Eu não consegui ouvir absolutamente nada do outro lado da linha.

— Como...?

Os olhos de Marlina se encheram de lágrimas e suas mãos começaram a tremer. Seu rosto, que já estava vermelho por causa do sol, foi tomando proporções cada vez mais rubras.

— Mas, por quê? Onde?

Mais silêncio. Era um vazio cruel, um espaço de tempo que esticava a angústia, como se cada segundo fosse um fio invisível me cortando por dentro.

Marlina apertou o celular contra a orelha, as sobrancelhas franzidas, a respiração falhando entre uma pergunta e outra.

— Não... não, isso não faz sentido — ela balbuciou, engolindo seco, sua voz embargando de um jeito que eu nunca tinha ouvido antes.

Eu queria perguntar. Queria saber. Mas minha boca parecia costurada, meus pulmões não conseguiam puxar ar suficiente para formar qualquer palavra. Meus olhos ardiam, e o medo tomava conta de cada parte do meu corpo.

— Papai... — um sussurro escapou de seus lábios, mas foi como um grito estrangulado. Ela cobriu a boca com a mão livre, os olhos arregalados, e olhou para mim como se o chão tivesse sumido sob seus pés.

Meu estômago embrulhou.

— Tudo bem, obrigada – Mar concluiu, desligou o telefone e afundou sua cabeça entre suas mãos.

?????? ? ????? ?? ??????????Onde histórias criam vida. Descubra agora