抖阴社区

Capítulo 9

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Enquanto me deitava, ainda tentando digerir os eventos surrealmente bizarros da noite, Mim apareceu ao meu lado silenciosamente. Ela sentou na beirada da cama, sem seu habitual ar de sarcasmo ou provocação. Dessa vez, ela estava séria, quase frágil.

— Posso te contar algo? — perguntou ela em um tom baixo, como se temesse interromper meus pensamentos.

Virei-me para ela, surpresa com o tom incomum.

— Sempre, Mim. Pode falar.

Ela suspirou pesadamente, seus olhos fixos no chão, as mãos descansando no colo como uma lembrança distante de um gesto humano.

— Hoje, no hospital... Namtan sugeriu para minha irmã desligar os aparelhos. — Sua voz começou a falhar, a dor evidente em cada palavra. — Disse que eu assinei um termo, que era o meu desejo não ser mantida viva desse jeito...

Eu me sentei, alarmada.

— Como é que é?! O que?! — perguntei, meu peito apertando ao ouvir aquilo.

— É... eu assinei, View. Eu... eu não lembro exatamente, mas faz sentido. Médicos fazem isso, sabe? Nós sempre pensamos que não queremos depender de máquinas, de tubos... Queremos morrer com dignidade. — Ela fez uma pausa, sua voz quebrando no fim da frase. — Mas agora que estou aqui... Eu não quero morrer.

Meus olhos se encheram de lágrimas. Percebia claramente que Mim era alguém que lidava com as coisas com determinação e força... mas ali, naquele momento, ela parecia tão perdida, tão... humana. Essa vulnerabilidade mexeu comigo de um jeito que eu não esperava.

— Mim... — chamei-a carinhosamente, estendendo uma mão instintiva em direção a ela, só para lembrar no último segundo que eu não poderia tocá-la.

Ela ergueu os olhos para mim, seu olhar carregado de dor e um toque de esperança.

— Eu não quero que minha irmã tome essa decisão. Não assim. Quero dizer a ela que estou aqui. Quero que ela saiba que ainda há uma chance... mesmo que seja mínima, entende?

Baixei a cabeça, sentindo meu coração apertar ainda mais. Desligar os aparelhos significaria que Mim morreria de vez. Que ela desapareceria por completo. E eu... não podia deixá-la ir, mesmo que essa ideia fosse absolutamente confusa e aterrorizante.

— Isso não pode acontecer. — Disse, levantando os olhos para ela com firmeza na voz. — Nós... nós não vamos deixar isso acontecer. Amanhã eu vou falar com sua irmã.

— Você vai? — perguntou Mim, um leve brilho de surpresa surgindo em seus olhos.

— Claro que vou. — Afirmei. — Mas... não faço ideia de como farei isso. Como vou convencer sua irmã a ignorar algo que parece ter sido a "sua" própria decisão?

Mim soltou uma risada fraca, mas o olhar dela estava carregado de algo que eu não conseguia decifrar.

— Você é louca, View. Tipo, de verdade. Louca.

— E isso é uma coisa boa ou ruim? — Perguntei, tentando aliviar o peso da tensão.

— Não sei ainda — ela respondeu, rindo de leve. Mas seus olhos permaneceram em mim por mais tempo, como se estivessem me estudando cuidadosamente.

Senti minhas bochechas queimarem. Tentei mudar de assunto, desviando o olhar para qualquer lugar que não fosse o rosto dela.

— Mas, sério, Mim... precisamos de um plano. Alguma ideia? Você conhece sua irmã. Como posso abordá-la sem soar como uma total maluca?

E Se Fosse Verdade - ViewMim / MilkLoveOnde histórias criam vida. Descubra agora