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Capítulo 7: Per i morti, di sicuro.

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Na manhã seguinte, Mason parecia incrivelmente bem. Eu esperava que ele ainda fosse estar chateado, tanto pela forma que Savannah o tratou como pelo fim do namoro. Mas ele parecia só mais leve do que antes. Passou o caminho todo conversando com nosso pai sobre o time, enquanto eu observava os dois do banco de trás.

—Liguem se acontecer alguma coisa ou se precisarem de algo. —Meu pai afirmou, e eu me inclinei entre os bancos pra dar um beijo na bochecha dele, antes de descer do carro quando ele parou na frente do colégio. —E Mason? Você fez muito bem. Não precisa ficar pensando demais nisso.

—Valeu, pai. —Mason sorriu, descendo do carro e se juntando a mim na calçada. Olhei pra ele, me perguntando se ele já havia contado o que aconteceu pro nosso pai. Parecia que sim, só estava curiosa pra saber quando, porque ele passou o restante da noite jogando com o Junior ontem. Nem mesmo vi quando meu colega da sorveteria foi embora, porque dormi feito uma pedra.

Eu e Mason entramos no colégio e nós dois nos separamos quando ele foi pro armário dele e eu pro meu. Iria colocar a carta que escrevi pra ele lá depois, quando ele já tivesse se afastado. Não gostava de entregar as cartas que eu escrevia pessoalmente, porque parecia muito mais divertido fazer isso escondido pra pessoa achar depois. E todo mundo da minha família já estava acostumado com minha mania. Principalmente meu irmão.

—Ei, Savannah? —Abri um sorriso quando a vi vindo pelo corredor. Estava com uma amiga da turma dela, mas olhou pra mim quando me ouviu chamá-la.

Acho que estava esperando muitas coisas, menos que ela simplesmente virasse o rosto e passasse por mim sem dizer uma palavra, como se não me conhecesse. Me virei, observando ela se afastar, enquanto torcia os lábios em descrença e erguia as sobrancelhas, porque pelo visto o término com meu irmão também colocava um ponto final na nossa amizade.

—Muito madura. —Sussurrei, abrindo meu armário e pegando meus livros do dia, enquanto negava com a cabeça e soltava uma risada, porque estava mais surpresa do que chateada.

—Charlote?

Ergui a cabeça e abri um sorriso quando Junior chegou ao meu lado, se escorando no armário ao lado do meu. Como sempre, estava usando o moletom da equipe de matemática. Sabia que ele era um dos alunos mais inteligentes do colégio. As notas dele eram perfeitas e ele já tinha até ganhado alguns prêmios. Mas matemática parecia ser o forte dele, principalmente nas competições.

—Resolveu parar de fingir que não me conhece na escola? —Indaguei, e ele piscou muito lentamente, inclinando a cabeça de lado como se ele nunca tivesse feito isso e eu estivesse inventando esse fato. —Adoro o fato de que você nem disfarça que me detesta.

—Você sabe que isso não é verdade. —Retrucou, e eu soltei uma risadinha, porque sabia que ele não me detestava de fato. Acho que eu só era animada demais pra personalidade ranzinza dele. Quando éramos crianças, até chegávamos a brincar juntos, antes de começarmos a crescer e a gente se afastar, a ponto de eu não saber mais se podia chamá-lo de amigo. —Preciso de um favor seu.

—Ah, Junior, você é tão previsível. Eu nem poderia imaginar. —Afirmei, fechando meu armário e me virando pra ele, enquanto colocava a mão sobre o peito e via ele se segurar para não revirar os olhos. —Do que você precisa?

—Tenho reunião com a equipe de matemática a tarde. Você pode cobrir meu horário na sorveteria? Prometo que não vou demorar. —Falou, e eu concordei com a cabeça na mesma hora, porque ele já tinha feito o mesmo por mim quando eu tinha treino com a equipe de líderes de torcida.

—Claro, só vê o horário e me passa certinho. —Afirmei, e ele concordou com a cabeça, se virando quando seu melhor amigo chegou ao lado dele e piscou pra mim, com um sorrisinho.

—Tirando mais uns anos de vida do meu amigo aqui, Char? —Questionou, passando o braço ao redor dos ombros de Junior, que virou o rosto pra ele com uma expressão entediada. —Não pega pesado demais com ele, se não quem precisa juntar os cacos sou eu.

—Você é um amigo tão bacana, Antony. —Junior resmungou, e Antony riu, fazendo um biquinho com os lábios como se fosse muito inocente.

—Eu sou mesmo. Estou tentando proteger você. —Antony olhou pra mim, e eu ergui as sobrancelhas, esperando pelo que certamente estava na ponta da sua língua. —Porque eu sei como nossa querida Charlote abala sua pobre alma inocente.

—Abalo tanto que normalmente ele até finge que eu não existo nesse colégio. —Concordei com Antony, e Junior revirou os olhos, empurrando o amigo pelo ombro quando ele caiu na risada.

Antony ajeitou o moletom do time do colégio, porque ele jogava junto com meu irmão e Michael. Também o conhecia desde que éramos crianças, apesar de não sermos tão próximos assim. Mas ainda o considerava um bom amigo. Além de bonito, porque não era difícil notar o brilho nos olhos castanhos, que combinavam com a pele negra. E os cabelos curtos, que ele estava sempre passando a mão para ajeitar.

—Ei, desculpa atrapalhar. —Levi apareceu ali, e cumprimentou Antony com um aceno de cabeça, antes de olhar pra mim e abrir um sorriso. —Preciso falar com você.

—Eu ainda não corrigi os exercícios. Desculpa, ontem eu acabei dormindo. —Afirmei, e ele riu, balançando a cabeça negativamente. —Mas eu juro que hoje eu corrijo tudo.

—Ah, não era isso. Na verdade, queria falar com você sobre o baile. —Ele sorriu um pouco sem graça, antes de erguer a mão e me fazer notar que estava segurando um punhado de flores. Não era bem um buquê, mas era quase isso. —Queria saber se você gostaria de ir comigo?

Abri e fechei a boca, encarando as flores um tanto surpresa. Antony olhou para o amigo, sem aquela animação que demonstrou quando chegou ali. As flores eram fofas. Brancas, com as pétalas longas. Já tinha ganhado flores de outros garotos. Até mesmo do meu irmão. Era sempre a mesma sensação estranha de não saber como reagir.

—Obrigada, Levi. Elas são lindas. —Afirmei, no automático, pegando o punhado de flores da mão dele, percebendo que ele parecia animado com minha reposta. —Que flores são essas?

—Ah... —Ele parou, erguendo a mão e coçando a bochecha, enquanto franzia a testa, como se não fizesse ideia. —Não tenho certeza.

—São crisântemos. —Olhei para Junior, vendo-o cruzar os braços na frente do peito e encarar as flores. —São flores populares para enterros e velórios.

—Sério? —Levi pareceu sem graça, me encarando como se não soubesse o que fazer. —Pelo menos são bonitas né?

—Per i morti, di sicuro. —Junior soltou, e Antony disfarçou o riso, levando a mão aos lábios quando Levi olhou para os dois. Não fazia ideia do que ele queria dizer com aquilo, porque já tinha o escutado falar em italiano outras vezes e eu não entendia nada, mas claramente era uma piada.

—Desculpa, o que você disse? —Levi questionou, e agora estava totalmente sério, como se não tivesse gostado nem um pouco daquilo. Fiquei tensa, porque ele provavelmente só estava brincando, mas Levi não estava entendendo dessa forma. —Acho que eu não conheço você direito. Sou o Levi. Grayson, certo? Ou posso te chamar de Junior também?

Antony olhou pra mim e eu pra ele, notando a tensão que se instalou ali, porque Levi estava sendo sarcástico. Mas Junior não pareceu se importar, porque se ajeitou contra o armário, olhando para Levi com a mesma expressão entediada de antes. As flores já esquecidas na minha mão.

—É, Pietro, na verdade. —Corrigiu, se afastando do armário e passando entre eu e Levi, o que fez o atleta dar um passo para trás. —E eu disse que, para os mortos, com certeza.



Continua...

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