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Capítulo 9 : " A Casa em Ruínas"

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O tempo não passou. Ele arrastou.

Vocês ainda dividiam o mesmo teto, a mesma cama, os mesmos cômodos. Mas não dividiam mais o olhar. O toque. O “boa noite”.

Você mantinha a rotina. Acordava cedo, ia pra faculdade, voltava, estudava. E Jason… Jason se perdia em silêncio. Às vezes passava horas no escritório, olhando relatórios que nem lia. Outras, apenas te observava de longe, como se você fosse uma lembrança que podia desaparecer a qualquer momento.

Era como viver com um estranho que você ainda amava.

Na primeira semana, ele tentou.

— “Sn, posso cozinhar algo pra você hoje?”
— “Tô sem fome.”

Na segunda, ele parou de perguntar. E passou a observar.
A cada vez que você desviava o olhar. A cada vez que você entrava no quarto e trancava a porta.
A cada vez que a sua risada sumia, substituída por silêncios tensos.
A casa parecia gigante. Fria. Sem alma.

Na terceira semana, ele desabafou.

Era madrugada, você estava na varanda do quarto, enrolada num cobertor. Ele chegou devagar, parou na porta.

— “Você sabe o que é ver alguém que você ama e sentir que não tem mais permissão pra tocar nela?”

Você não respondeu.

Ele continuou, com a voz quebrada.

— “Saber que eu sou o culpado por essa distância… me arrebenta. E ao mesmo tempo, eu tenho medo de forçar. Medo de te perder por tentar demais.”

Você olhou pra ele. Pela primeira vez em dias.

— “Eu ainda tô aqui, Jason. Mas eu não sei mais se nós estamos.”

Ele se aproximou, parou a poucos passos de você. Os olhos estavam cansados. As olheiras, fundas. A barba mal feita. Era um Jason que o mundo nunca viu.

— “Eu sempre fui o forte. O calculado. O inabalável. Mas com você… eu sou só um homem que errou e tá com medo. Medo de ter perdido a única coisa que fez minha vida voltar a ter sentido.”

Você fechou os olhos. A dor ainda queimava.

— “Sabe o que mais dói? Eu me perguntava o tempo todo se eu seria suficiente pra sua vida. Mas no fim… foi você quem fez eu duvidar disso.”

Ele se ajoelhou diante de você. Pela segunda vez.

Mas agora, não havia plateia. Nem entrevista. Nem plateia aplaudindo.

Só um homem destruído diante da mulher que ele quase perdeu.

— “Me deixa tentar. Não com promessas. Mas com presença. Eu não quero voltar a ser seu namorado, Sn. Eu quero voltar a ser o homem que você não precisa temer.”

Você respirou fundo. O vento bateu no seu rosto.

— “A gente não volta pro que era, Jason. Mas talvez… a gente possa construir algo novo. Do zero. E dessa vez… com transparência.”

Ele assentiu. Com lágrimas nos olhos.

Era um recomeço. Frágil. Incerto. Mas ainda assim… um começo.

Entre o Rio e o Destino  - Jason StathanOnde histórias criam vida. Descubra agora