-- Estou cansado... vamos... descansar... um pouco? -- Keith pergunta, arfando de canseira.
-- Keith, já estamos chegando! É importante... -- Digo, parando de falar ao notar que quase estrago a surpresa.
-- O que é tão importante Má? -- Pete se manifesta, curioso.
-- Ah, nada não... Andar é importante, faz bem pra saúde! -- Respondo, um pouco brava comigo mesma por quase ter aberto o bico. Keith sabe da festa. No parque, enquanto Peter ía ao banheiro, aproveitei e contei tudo ao garoto.
-- E desde quando você liga para esses assuntos de saúde? -- Keith zomba, recebendo um olhar de reprovação meu. Como alguém pode ser tão sem noção? Ele parece se lembrar da festa e arregala os olhos como forma de desculpas. -- Ah, tem razão, andar é importante!
-- Sorte que minha mãe deixou vocês almoçarem lá em casa... Aposto que vocês estão famintos, assim como eu... -- Pete reclama um pouco.
Passando na frente da igreja do bairro, aproveito para conferir as horas... 13h13, só um pouco atrasados... Finalmente viramos a esquina de nossa rua, e ambos comemoramos, muito cansados e ofegantes.
Pete anda um pouco à frente, enquanto Keith imita o seu jeito de andar, me fazendo rir. O mais alto percebe e nos olha indignado, mas acaba rindo também e imita Keith, até chegar na porta de sua casa. Abre a porta com calma. Fico ansiosa... Por que raios estou ansiosa? Adentramos na residência.
-- MÃE, CHEGAMOS! -- Peter coloca as mão em volta da boca e grita. Espera uma resposta mas não escuta nada.
-- Ela deve estar no quintal... Vamos lá olhar! -- Digo, empurrando de leve meu amigo, sendo seguidos por Keith, que não consegue conter um sorriso no rosto.
Chegando ao quintal, Pete é surpreendido por algumas pessoas gritando "SURPRESA!", colocando as mãos no peito, devido o susto. Ele agradece a todos, que não são muitos, e os cumprimenta... Vejo meus pais ao lado dos pais e das irmãs de Keith, vejo os avós de Pete, já bem idosos, vejo a tia de Peter, Christine, irmã de Betty, com seu marido e sua filha Jullia, de nossa idade. Por fim, vejo os pais de Pete segurando um pequeno bolo decorado com um "Feliz aniversário" e Paul abraçado a perna da mãe.
Assim como Peter, Keith e eu também cumprimentamos a todos. Logo, todos já haviam voltado a conversar. Pete pega um copo de refrigerante e me dá.
-- E pra mim? -- Keith pergunta, estendendo a mão.
-- Vai lá pegar! -- Pete responde rindo.
-- Você só pega pra ela! Seus chatos! -- Keith mostra a língua pra Peter e para mim, enquanto rio histericamente.
-- Oh, que dó! Você fica fofo com ciúmes! -- Tiro sarro de Keith, cutucando seu braço. Este faz uma cara de indignação e se dirige até a mesa para pegar o bendito refrigerante.
Enquanto isso, Pete começa a me contar do novo fliperama que abriu na cidade.
-- Nossa, Keith está demorando... -- Peter comenta, se virando para olhar na direção do amigo. Quando o encontra, começa a rir e me cutuca.
-- O que foi? -- Pergunto, procurando o garoto com os olhos. Assim como meu amigo, rio ao ver a cena: Keith, todo bobo, olhando para Jullia, e esta, trocando olhares tímidos com ele. -- Vou lá chamar Jullia para conversar conosco, assim, talvez, Keith se lembre que tem amigos que ficaram esperando ele voltar... -- Pete ri da minha fala.
-- Isso mesmo! Você é incrível Má! -- O garoto dá um sorriso, apertando os lindos olhos azuis, um pouco tímido.
-- É, eu sei! -- Digo, dando de ombros, de brincadeira.

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I Can't Explain
Random? o início dos anos 60, na Inglaterra. Maria Giulia, uma garota de 15 anos, ajuda seu melhor amigo, que também é seu vizinho, Pete Townshend, a conseguir realizar seu sonho de poder tocar em uma banda famosa. O que era apenas uma amizade pode ir se...