抖阴社区

Pinball Wizard

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    O fim do domingo passou devagar. Fiquei em casa, sozinha, lendo e ouvindo música, e de vez em quando olhando pela janela para tentar detectar sinais de vida vindos da casa de Pete. Ele havia saído depois do almoço com seus avós e só voltou a noite, portanto, não nos vimos mais, depois da nossa conversa meio melancólica.

    A semana, diferentemente do domingo, passou em um piscar de olhos. Estranhei o fato de ninguém estar comentando do Baile de Verão ainda, mas quem sou eu pra falar alguma coisa? Os assuntos discutidos por mim, Pete e Keith foram, em sua maioria, sobre o novo fliperama da cidade, que combinamos de ir no domingo, que, levando em conta o dia que estamos hoje, amanhã. Os assuntos melancólicos realmente morreram.

   Acabo de me lembrar, já que Betty e Cliff terão que tocar em um bistrô hoje, Pete e Paul dormirão em casa. Papai, que não fica bravo com quase nada, aceitou numa boa. Não é a primeira vez que eles dormem em casa. Eu também já dormi milhares de vezes na casa dos Townshend. 

   Com ajuda de meus pais, monto uma barraca na sacada, para podermos "acampar". Convidei Keith para "acampar" conosco, mas o danado está de castigo por ter explodido o vaso favorito de sua mãe. Pelo menos ela liberou ele para ir ao fliperama amanhã.

   Por volta das 19h, a campainha toca, e Peter, que segura uma mochila e a mão de Paul, é atendido por minha mãe, que dá um abraço nos meninos e convida-os para entrar, e por mim, que ajudo Pete, pegando a mochila pesada de suas mãos, e, quando minha mãe finalmente os solta, cumprimento-os também, da mesma forma.

-- A Maria Giulia passou a tarde arrumando as coisas para vocês três! -- Como sempre, mamãe me dá o crédito todo, e Pete me olha, fingindo estar impressionado. Coro um pouco.

-- Gostei de ver, hein! -- Peter zomba.

-- Cale a boca! -- Respondo, rindo e abaixando os olhos para o chão, para tentar cobrir o rosto avermelhado.

-- Que coisa feia, filha! -- Minha mãe não entende a brincadeira. 

-- É brincadeira... -- Pete e eu dizemos ao mesmo tempo. 

-- Tô com fome! -- Paul se pronuncia, e Pete o olha.

-- Você acabou de comer sanduíche, e seja mais educado! -- O mais velho reprova.

-- Deixe, querido. Venha Paul, vou pegar algo para você comer. -- Minha mãe, toma as mãos de um Paul sorridente e caminha com ele para a cozinha.

-- Bem, Pete, arrumei uma barraca lá no quintal... Podemos ficar contando histórias para Paul, e olhar as estrelas... -- inicio o assunto. Escuto um barulhinho repentino, mas ignoro.

-- Vai ser bem legal! Pena que as histórias de terror só poderão ser contadas depois que Paul dormir... -- Ele faz uma cara de decepção.

-- Podemos fazer algumas brincadeiras! -- Me animo.

   Peter começa a responder, mas é cortado pelo meu pai, que aparece na sala e o cumprimenta. Olha para mim, preocupado e diz:

-- Bem, filha, sinto informar, mas vocês não vão poder "acampar" lá fora hoje...

-- Por que não, papai? -- O olho, curiosa, assim com meu amigo.

-- Estão escutando? É chuva! -- Meu pai diz, e finalmente eu entendo que o irritante e repentino barulho representa. Entristeço, e Pete coloca a mão amigavelmente no meu ombro.

-- Calma Má, vai ser divertido, como sempre é! -- Me sinto mais tranquila ao ouvir a suave voz de Pete.

-- Tem razão! -- Sorrio.

I Can't ExplainWhere stories live. Discover now