抖阴社区

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- Porquê?! – exclamei, sem perceber o que ele queria dizer com aquilo.

- A Caterina, na audiência, perguntou-me onde estava o Princeton e eu tive de dizer que estava com a Oriana. O juíz perguntou-me quem ela era e de onde é que eu a conhecia, fez-me essas perguntas todas, e a Caterina começou logo a atacar-me e a dizer que não entendia como é que eu fui capaz de deixar o filho com uma desconhecida... - explicou ele, com os olhos brilhantes.

- Isso fez-te perder a razão toda?

- Não sei... Marcaram uma nova audiência para daqui a dois dias – disse ele – Tem de ir toda a gente, os meus pais e os meus irmãos, o Josh, o Jaymi, o Casey, a Chloe, tu e a Oriana... Têm de ir todos para o caso de poderem ser testemunhas de algo – lamentou.

- Não te preocupes, nós vamos – garanti – Vamos fazer os possíveis para que consigas ficar com o Princeton. A Caterina não pode continuar a ser a santa desta história toda.

- Sim. Mas agora tenho de levar o Princeton. São as ordens que me deram. Até ao dia da audiência, o Princeton fica com os meus pais. Nem eu nem a Caterina nos podemos aproximar dele. A polícia está lá fora à minha espera.

Assenti e ele entrou na sala, falou com a Oriana e arrumou as coisas do Princeton. Minutos depois já se tinham ido embora.
Encostei-me à parede, como que paralisado.

- George?

Olhei na direção dela, um pouco perdido em pensamentos.
Oriana levantou-se do sofá e veio para ao pé de mim.

- O que é que tens? – perguntou com uma voz carregada de preocupação.

- Hm nada – disse logo – Olha, daqui a dois dias temos de ir ao tribunal.

- Fazer o quê? – perguntou, admirada.

- Fomos chamados para uma audiência por causa da custódia do Princeton – expliquei – E...

- E o quê? – perguntou quando percebeu que eu não ia acabar a frase.

Suspirei. Eu teria de ser sincero com ela. Peguei na mão dela e levei-a para o sofá. Sentámo-nos e eu olhei-a nos olhos.

- O JJ acha que perdeu a razão quando teve de dizer ao juíz que deixou o Princeton contigo durante a manhã.

Surpreendentemente, ela não pareceu ficar admirada ou revoltada. Pareceu compreender perfeitamente o que estava a acontecer.

- No fundo, eu não passo de uma estranha – disse ela, olhando para as nossas mãos – Somos amigos, mas conhecemo-nos há uns dias.

Acenei que sim com a cabeça, sem coragem para a encarar.

- Não faz mal – disse ela com uma voz firme – Eu tenho a consciência tranquila, não fiz mal nenhum ao Princeton. Por mim, até podem investigar a minha vida toda. Eu vou a essa audiência e se for preciso testemunho a favor do JJ.

Os nossos olhares cruzaram-se. Aquela miúda era incrível. A situação era complicada, podia até meter medo a qualquer um, e ela reagia assim? Cheia de força e determinação?

- Temos de acreditar que vai tudo correr bem – disse ela – Temos de ser fortes pelo JJ e pelo Princeton.

- Sim, tens razão – concordei – Obrigado por acreditares no JJ... Tens sido incrível connosco, obrigado por tudo...

- Não tens de agradecer, eu faço tudo por vocês – sorriu, apertando a minha mão – Vocês são tudo o que tenho...

Sorri com as suas palavras, mesmo sem perceber o porquê dela as ter dito.

- Bem, vamos comer a piza antes que fique completamente fria – riu ela e largou as minhas mãos.

Ri-me também e enchi os copos de sumo enquanto ela abria a caixa da piza.

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