抖阴社区

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- Estou a estranhar não ver jornalistas nem fotógrafos... - comentou o Olly quando nos dirigíamos para a saída do aeroporto.

- Isso é porque fizemos os possíveis e os impossíveis para planearmos o regresso a casa sem dar nas vistas - explicou a Caterina.

- Ah, ainda bem! - concordou o Olly.

Arrastei a minha mala atrás deles, sem participar nas conversas.
Não conseguia deixar de pensar no George e em como gostava de poder estar ao pé dele.

- Oriana? Estás bem? - perguntou a Chloe.

- Sim, estou ótima - sorri e tirei o telemóvel do bolso das calças, ligando-o.

Tinha várias mensagens do Jaymi a contar-me tudo o que se passava no hospital e algumas do George.
Apressei-me a responder às mensagens do Jaymi e só depois é que mandei uma mensagem ao George.

Acabei de sair do avião e vamos agora para casa. Assim que estiver em casa eu ligo-te. Beijo, amo-te.

Respirei fundo e guardei o telemóvel, continuando a andar atrás do grupo.

[GEORGE POV]

- Eles chegaram agora a Londres - disse, depois de pousar o telemóvel na mesa ao lado da cama.

- Sim, a Caterina também acabou de me mandar mensagem a avisar - disse o JJ enquanto mexia no seu telemóvel.

Minutos depois o Josh entrou no quarto e parecia chocado.

- Vocês nem acreditam no que é que aconteceu! - exclamou ele.

- Calma, conta lá o que é que se passa - pediu o JJ.

O Josh começou a andar de um lado para o outro, impaciente, talvez a pensar na melhor maneira de contar o que quer que fosse que ele tinha para contar.

- Josh - chamei-o, fazendo-o olhar para mim - Já me estás a enervar. Conta de uma vez, por favor.

Ele assentiu e foi buscar uma das cadeiras que estavam a um canto e puxou-a para junto do JJ, ao lado da minha cama.
Só alguns minutos depois de se ter sentado é que decidiu falar:

- A Ferne... Ahm... Ela... - gaguejou.

- O que é que ela fez desta vez? - perguntou o JJ.

- Digamos que cometeu a maior loucura que alguém pode cometer - disse o Josh - Matou-se.

- O quê?! - exclamámos eu e o JJ ao mesmo tempo.

- Como assim?! - perguntei, tentando manter-me calmo.

- O médico ia dar-lhe alta hoje de manhã, mas quando chegou ao quarto encontrou-a morta - explicou - Pelo que disse, ela sufocou-se com uns fios das máquinas.

Aconcheguei-me na cama, respirando fundo. Aquela miúda era completamente louca!

- A polícia já cá esteve, e apesar de terem levado o corpo para autópsia, não há dúvidas do que aconteceu. Aliás, ela deixou uma carta.

- Tipo carta de despedida? - perguntou o JJ.

- Sim. A polícia teve de a levar por causa dessas cenas de provas do crime, mas disseram que assim que a analisassem a mandavam de volta... Porque a carta era para ti, George.

- Para mim? - eu estava perplexo, sem saber o que dizer.

O Josh acenou que sim e suspirou.
Eu nunca tinha desejado a morte a ninguém, achava que era algo que ninguém merecia. Mas já me tinham contado tudo o que a Ferne fez. Ela tinha matado a minha irmã e tentado matar a Oriana! Que espécie de pessoa é que tenta matar alguém?! A Ferne não merecia perdão e naquele momento eu sentia que se tinha feito justiça.
Mas, apesar de tudo, eu não conseguia deixar de sentir o peso da culpa, não só por ela se ter matado, mas também e acima de tudo, por que foi por minha causa que eu tinha perdido a minha irmã e quase perdi a pessoa que mais amo no mundo.

- Então, em princípio o caso está encerrado - concluiu o JJ.

- Finalmente - concordou o Josh.

[ORIANA POV]

Assim que entrei em casa, levei a mala para o quarto e deixei-a à porta. Fui-me deitar na cama, de barriga para cima, e fiquei a olhar para o teto.
Sentia-me super cansada, talvez por causa dos medicamentos que me tinham receitado no hospital.
Depois de algum tempo ali deitada, levantei-me. Comecei a ver tudo a andar à roda, talvez porque me tinha levantado demasiado rápido.
De qualquer das formas, não podia deixar de pensar no quão bom era estar de volta a casa.
Caminhei até à sala e sentei-me no sofá, encontrando ali pousada uma sweater do George. Automaticamente peguei nela e depressa senti o cheiro dele, fazendo-me deixar cair algumas lágrimas de saudades.
Ainda não tinha conseguido pensar noutra coisa se não no que tinha acontecido nos últimos dias. Se as coisas tivessem corrido mal e eu tivesse perdido o George para sempre?
Ai pára com isso Oriana, o George está bem, não te preocupes, atirou o meu subconsciente.
Respirei fundo e peguei no meu telemóvel, marcando o número do George. Sem nunca largar a camisola dele, fiquei ali à espera que ele me atendesse a chamada.

[GEORGE POV]

Assim que o meu telemóvel começou a tocar, peguei imediatamente nele e sorri quando vi o nome da Oriana no ecrã.

- É a Oriana... Ahm será que podem... - ia perguntar, mas os rapazes perceberam logo e levantaram-se.

- Claro puto, fica à vontade - riram-se e saíram.

- Sim? - atendi, ansioso por ouvir a voz dela.

- Olá... - respondeu, com uma voz estranha.

- Estás bem? - perguntei, preocupado que alguma coisa tivesse acontecido.

- Sim, está tudo bem. Só estou um bocado cansada... - explicou - Deve ser da medicação. Mas e tu? Como é que estás?

- Estou bem, os médicos disseram que estou a recuperar bem e que daqui a duas semanas já devo poder ir para casa.

- Duas semanas?! - perguntou, suspirando - Dava tudo para poder estar aí contigo...

- Também eu... Estou a morrer de saudades - murmurei, tentando controlar as lágrimas.

Passaram-se alguns segundos sem que nenhum dos dois falasse até que decidi que era melhor contar-lhe o que aconteceu à Ferne.
Respirei fundo e contei-lhe, deixando-a chocada.

- Estás a falar a sério?!

- Sim, ela fez mesmo isso... - confirmei - Mas ao menos pagou por tudo o que fez... Só de pensar que neste momento podias já não estar cá...

- Não penses nisso, eu estou bem - disse logo ela, com uma voz de quem estava prestes a chorar - Nós estamos bem...

- Sim, tens razão...

- Olha, eu vou deixar-te descansar e também vou dormir porque estou a morrer de cansaço... - disse ela - Amanhã ligo-te, prometo.

- Está bem, e não te preocupes, eu fico bem - garanti - Amo-te.

- Amo-te - respondeu e segundos depois desligou a chamada.

Pousei o telemóvel em cima da mesa e suspirei.
Mal podia esperar para poder sair daquele hospital e poder voltar para Londres...

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