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?Chapter forty-five?

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HANNAH BENNET

casa da Hannah/ ontem- 07:15 da noite:

-- Hannah eu... não sei como te dizer isso. -- Ed começa suspirando fundo, encaro seus olhos com preocupação.

Eu tinha medo do que viria a seguir.

-- O que ? -- rio nervosa -- Me fala, eu estou começando a ficar nervosa... -- passo a língua nos meus lábios secos sentindo um gosto amargo na minha boca.

-- Eu... estou doente. -- ele fala rápido e respira fundo como se um peso tivesse saído dos seus ombros.

-- Doente ? Não é nada sério não é ? -- indago com esperança, minha boca formando uma linha fina comprimida. Ele não responde. -- É sério ? -- tudo parece fazer muito sentido agora.

-- Eu tenho câncer. -- é tudo o que Edward diz, seus olhos antes focados no chão encontram os meus.

Abro minha boca em choque e meu sangue gela, a expressão triste, as tosses, o cansaço, a aparição repentina. Foi como levar um soco no estômago, ou pior, foi como ter uma lança cravada no meu peito. Por um instante parei de respirar e o quarto inteiro ficou em silêncio.

Como um lampejo, uma ideia me veio em mente e ali eu tive certeza do que eu tinha que fazer.

-- Você vai morrer ? -- pergunto em um fio de voz com meus olhos começando a se encheram de lágrimas -- Justo agora ?! -- minha respiração começava a ficar desregulada e o que eu vi nos olhos escuros do homem a minha frente me deixou... quebrantada.

-- Eu não sei... -- susurra com as mãos na cabeça e o corpo arqueado pra frente.

Passamos uns segundos nos encarando, seus olhos vermelhos e na face uma expressão mórbida, tenho certeza que estou igual, porque eu consigo me ver ali.

-- Eu.. ah.. -- gaguejo sem conseguir formular uma palavra, mil e um pensamentos passavam pela minha mente agora e uma dor latejante na lateral da minha testa se faz presente.

-- Foi por isso que eu passei esse tempo todo longe, não queria que você tivesse um pai pra depois ele simplesmente sumir do nada. Não queria que você sofresse. -- ele fala com a voz embargada e um arquejo de sofrimento escapa dos meus lábios sem permissão.

-- Mas então você veio... Porque ? -- fecho o cenho em confusão engolindo em seco o nó que se formou na minha garganta.

-- Não achei justo com você. Eu tinha que ser um pai pra ti nem que fosse por pouco tempo. -- E eu aqui sem ter ideia do tipo de tempestade que ele passava, sozinho, sendo a pior das filhas.

-- Eu não quero que você vá. -- falo com dificuldade e desabo na cadeira ficando de um jeito desleixado e suspiro alto com meus olhos já marejados.

Tudo que eu via eram borrões na minha frente por causa das lágrimas.

-- Eu não quero ir. -- Ed confessa com lágrimas descendo de seus olhos.

-- Por isso que eu te vejo tossir tanto ? É por causa do câncer não é ? -- pergunto afobada sem me preocupar em limpar as lágrimas.

-- Sim. Eu tenho câncer de pulmão, durante todos esses anos minha situação estava estável, o tratamento que eu fazia na Escócia dava resultados mas depois ficou difícil. E agora o meu futuro é incerto. -- Eu via, o quão difícil era falar tudo aquilo, o quão difícil era pra ele, tivemos tão pouco tempo.

É terrível pensar que quando meu pai finalmente aparece, o pai que eu quis a minha inteiria ele me diz que vai simplesmente morrer.

Levanto da cadeira, quando caminho pelo chão meus passos são pesados, fundos e urgentes. Me abaixo do seu lado, pego nas suas mãos gélidas e as entrelaço nas minhas.

While We Are TogetherOnde histórias criam vida. Descubra agora