EM COMA - NOART

— Sina's pov —

Inverno. Para se chegar na primavera é necessário passar pelo frio intenso do inverno. Sempre gostei da sensação do frio percorrendo por todo o meu corpo, é única.

Noah, odiava o frio. Éramos tão diferentes um do outro... mas de alguma forma fazíamos dar certo, exceto pelas suas crises de ciúmes. Seus cabelos castanhos estavam bagunçados, seus olhos esverdeados percorriam o céu. Deitada em seu peito, podia escutar cada batida de seu coração, era o meu som preferido do mundo todo. Amava ficar na sua "casa da árvore", era o nosso lance... todos os dias costumava passar em sua casa para ficarmos a aqui.

E hoje não poderia ter sido diferente.

— Sina... ei, boozie.... Si... — Noah me tira de um pequeno transe.  — No que tanto pensava? — Ele acariciava os meus fios louros.

— Em nada — Me levanto de seu peito.  — Que horas são? — Perguntei em quanto pegava a minha blusa e a vestia.

— 23:43 — Noah bocejava. — Não quer dormir aqui? Sabe, que a minha mãe te adora — o garoto tentava me puxar para continuar deitada com ele.

— Sabe que não era nem para eu estar aqui, está tarde já — O garoto revira os olhos.

— Amanhã nos vemos na cafeteira? — Calçava os meus tênis.

— Não vai dá, vou ajudar Joel com uns lances. — Escuto Noah bufar. — Ei, não vai começar! — Ele revira os olhos, como resposta. — Somos só amigos. Confia em mim. — Pego em seu braço e faço ele olhar em meus olhos.

— Confio em você, só não confio nele — Agora foi a minha vez de revirar os olhos.

— Não temos nada e nunca tivemos. Estou com você e é isso que importa — Beijo o seu pescoço e escuto ele arfar com o ato.

— Está começando a nevar, vida — Me viro olhando para a janela e logo sinto suas mãos me agarrando por trás.

— Não vou dormir aqui de novo, eu tenho uma casa sabia? — Noah suspirava fundo, já sabendo que eu bateria o pé até o fim.

— Eu te levo então — Ele bocejava, podia notar que seus olhos estavam pesados, por conta do sono.

— Não, está com sono. E se dormir no volante? Por Deus, e eu estou com o meu carro. Sabe que eu chego rapidinho em casa — Me viro, agora ficando em sua frente e deposito um breve beijo em sua bochecha, e logo aperto o local.

— Teimosa — Sorrio em resposta. — Adoro isso em você — Ele me dá um pequeno selinho.

Descemos as escadas de sua casa na árvore. Noah sempre me levava até a porta. Como ele dizia: "é uma chance de eu te convencer a ficar um pouco mais".

Como ele me convencia ? Não queiram saber...

— Tchau, boozie — Noah pegava na minha mão. — Você é a mulher mais linda que eu conheço — Logo, ele beijava a ponta do meu nariz. — E a mais estressada também. — Piso em seu pé. — Ai, doeu! — Ele range os dentes, em sinal de dor.

— Mereceu — Eu ria de seu semblante, a pequena afeição de dor se formando em seu rosto. — Preciso ir, uma bela bronca me aguarda. — Debocho da situação.

Meus pais cortariam a minha cabeça.

— Tchau vida, não fica bravo por eu desmarcar o nosso café. E não se esquece: sexta-feira eu e você temos planos. — Sorrio maliciosamente, estava tentando ser sexy mas não deu muito certo, Noah não parava de rir.

— Tchau, se cuida viu?! Não chegue tão perto do Joel amanhã. No máximo 5 metrôs! — mostro a língua para ele — Me avisa quando chegar em casa e cuidado com a estrada, a neve está bem íngrime — Eu o puxo para um beijo.

Sentia que precisava beijar ele e que eu não poderia me soltar mais dele. Noah aprofunda o beijo e no mesmo instante nossas línguas brigavam por espaço. Noah sempre teve o melhor beijo de todos. Poderia ficar o dia todo falando o quão o beijo dele é cativante. 

Pego as chaves de meu carro e abro a porta.

Dou uma última olhada na porta e o vejo lá... ele é o amor da minha vida.

— Eu te amo Sina Deinert, você é a mulher da minha vida! — Noah gritou tão alto que até alguns cachorros de sua vizinhança acordaram com o seu grito eufórico.

— Você é maluco, e eu te amo por isso — grito em resposta.

Dou partida no carro. Estava tão frio, que minhas mãos estavam até congelando sobre o voltante. E a neve? Estava ficando cada vez mais forte. Eu não tinha com oque me preocupar. Conheço essa estrada como a palma da minha mão.

Vejo que tem uma notificação em meu celular. Era o meu pai. Ele devia estar furioso. Olha o horário.

Cacete Sina.

— ☎️ —

P: Onde você está filha ? Estou preocupado. Está nevando muito...
S: Estou na avenida principal, já estou chegando em casa.
P: Ok, cuidado na estrada.
S: Sim pai, até daqui a pouco.

— ☎️ —

Desvio a minha atenção para guardar o celular, até que sinto um impacto em minha costela.

Vejo o air-bag ser ativado.

Alguns estilhaços de vidro sobre todo o meu corpo.

Meu carro havia capotado.

Tudo aconteceu em um piscar de olhos, vi a minha vida passar diante deles. E

naquele mesmo instante, eu me perdi...

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- Lena 🙆🏻‍♀️