抖阴社区

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- Noah's pov -

09/12/2020

Nenhuma mudança no quadro de Sina.

Nem um aperto de mão.

Nadinha.

17/12/2020

Faz 10 dias em que Sina sofreu o acidente.

Nada ainda.

Venho todos os dias aqui e escuto as enfermeiras sussurrando:

"Ela não vai acordar, o garoto vem aqui todos os dias em vão"

"Pacientes em coma raramente acordam"

"Melhor desligarem os aparelhos"

Elas não conheciam Sina. A minha Sina.

Ela é forte e dura na queda, logo logo vai estar aqui...

20/12/2020

— Noah, faz quase três semanas que você não aparece na faculdade — Joalin resmungava. — Sina não vai sair de lá, não se preocupe — aí, essa doeu. — Os médicos e os pais delas vão te ligar assim que ela acordar, não pare sua vida por isso — a essa altura do campeonato eu já estava com algumas lágrimas involuntárias saindo de meus olhos. — Eu não deveria ter sido tão direta — minha irmã abre os braços e eu me aconchego neles.

— Ela não mexeu nem um centímetro. Os pais dela querem desligar os aparelhos, ninguém acha que ela vai voltar, apenas eu... — Joalin me apertava mais forte em seu abraço. — Irei ver ela todos os dias, pode ter essa certeza — saio de seus braços.

—Volta para faculdade, antes que pegue DP. Sina não iria querer te ver assim: deprimido. 

Joalin tinha razão, Sina iria querer me vendo voltando ao normal.

Mas, a pergunta era: será que tudo voltaria ao normal?

24/12/2020

Hoje é véspera de natal. Está nevando. Estou no hospital para ver Ela.

Alguma mudança ? Nenhuma.

Assim que chego pego o cartão de acesso e adentro ao hospital. Sabia aonde era o seu quarto decorado. Bato na porta e lá estava ela... com seus cabelo loiros longos, olhos fechados e com diversos tubos espalhados pelo seu corpo. Odiava vê-lá assim, mas não tínhamos muito opção.

— Oie vida — fecho a porta e tiro o meu casaco mais grosso. — Hoje é véspera de natal, me lembro da sua empolgação pela essa época do ano, provavelmente agora você estaria à beira de um colapso — rio sozinho tirando o sapato. — Estaria vendo se a árvore estaria no lugar certo, se sua roupa era adequada e se certificando que o peru já estaria no forno — empurro Sina devagarinho para o lado e me deito ao seu lado. — Sina — sussurro em seu ouvido. — Volta, por favor — mais lágrimas saiam de meus olhos. — Eu preciso de você — seguro seu rosto e beijo sua bochecha fria. — Eu paro de implicar com a sua amizade e a de Joel — acabo rindo. — É meio bobo, mas é sério — seguro sua mão cuidadosamente, com receios dos acessos caírem. — Eu vou ficar aqui do seu lado para sempre, porque eu te amo Sina Deinert e não vou desistir de você — beijo seu cabelo e me levanto de sua cama.

— Trouxe um presente para você — pego no bolso do meu casaco. — Estou a meses bolando como vou te dar isso — pego a caixinha. — É um anel que minha vó deu para meu pai dar para a mulher que ele amasse — abro a caixinha. — Ele deu para minha mãe e meses atrás ela me deu e na hora lembrei de você — de novo as lágrimas insistiam em cair. — Não é um pedido de casamento e nem nada do tipo. Mas é uma promessa, uma promessa que eu sempre vou te amar e vou estar aqui do seu lado em tudo que vier —  ponho em seu dedo anelar e o beijo. — Apenas volte — com receio afasto um pouco o tubo de sua boca e a beijo.

Ela não retribui, nunca passamos dias sem nos beijar. Era nova essa sensação, precisava tanto de seu toque e de seu beijo.

EM COMA - NOARTOnde histórias criam vida. Descubra agora