Predestinados

By louuisev

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Não há nada mais forte do que duas almas interligadas, predestinadas a se encontrarem. More

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Até logo!
Ի徱çã

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By louuisev

Júlia

Obviamente, quando o Barão me pediu para fazer um favor pra ele, eu não neguei. Mas fiquei puta quando ele me pediu para acompanhar uma mulher no shopping. Minha cabeça criou mil teorias de quem seria a vagabunda e do motivo pela qual o meu chefe estava bancando uma mulher... ele não era disso. A sementinha do mau foi plantado na minha mente, junto com o medo de que o mesmo estivesse acontecendo com o meu marido.

Mas a Isa me contou que era tia do Matheus, e por isso pediu a ajuda do Barão. Então tudo fez sentido e a "ajuda" que ele tinha me pedido deixou de ser uma tortura e se transformou em uma tarde bem legal.

Eu gostava de sempre buscar o melhor nas pessoas, e tinha uma boa sensação sobre a Isabela. Ela era uma menina completamente amedrontada, e dava de ver isso em seu olhar e suas falas, mas emanava uma energia genuína e isso me cativou.

Eu não tinha trocado algumas palavras com o meu marido hoje, ele tinha saído cedo de casa pra fazer uma "missão" e eu fui trabalhar normalmente.

Tomei um belo de um susto quando o Ruan sentou do meu lado, sem dar o menor aviso e sem desviar o olhar da Isabela. Mas ela nem encarava ele.

Seu olhar estava fixo em alguma coisa, que eu não sabia o que era, em minhas costas. Ela não piscava, a cor tinha sumido completamente de seu rosto, e eu cheguei a pensar que ela nem respirando estava.

Coloquei a minha mão encima da mesa, para segurar a dela, mas o Ruan foi mais rápido, e puxou a minha mão para entrelaçar com a dele, sem desviar o olhar feroz da morena.

Eu conhecia o Ruan a anos, e sabia que ele estava nervoso pra caramba. Mas ia além. Ele estava extremamente puto.

Júlia: Isa - chamei.

Ela engoliu seco, e me encarou. Depois olhou para o Ruan, sem entender nada. Ela provavelmente nem tinha percebido quando ele chegou. Notei seu olhar mudando para súplica. Ela gritava por ajuda, sem dizer uma palavra.

Barbosa: Tu é uma vagabunda, pô. Na moral! Só não te mato agora mesmo, porque tá cheio de gente olhando!

Eu não entendi nada do que o meu marido falou, e o fitei, assustada com as suas palavras.

Isabela: Eu quero ir embora - a voz mal saiu de sua boca e ela me encarou - Me ajuda!

Barbosa: O caralho! Ninguém vai te ajudar aqui, sua imunda. Tu tá achando que tu é quem pra enganar a tropa, maluca? - ela franziu o cenho - Vai se foder, Isabela. Eu já sei de todo o bagulho. Eu fui atrás do teu namoradinho. Eu sei que ele é envolvido com o comando rival!

Isabela: O que?

Barbosa: Vai se fazer de santa agora? - riu - Avisa ao filho da puta do Pitbull, que se ele cruzar o nosso caminho, vai morrer na bala. E tu também, fica ciente nos teus proceder!

O Ruan levantou, puxando o meu braço, a Isabela levantou também. Tão rápido que a cadeira dela caiu pra trás.

Isabela: Eu não sei de nada. Eu não fiz nada. Pelo amor de Deus!

Os olhos dela encheram de lágrimas e sua voz começou a aumentar. Eu queria ajudar, mas estava muito confusa e sabia que aquele era um assunto da qual eu não deveria me meter. Então permaneci quieta, vendo o Ruan chamando os outros dois homens que estavam fazendo a nossa segurança.

Júlia: Você vai deixar a garota aqui? - perguntei baixinho, encarando o meu marido.

Ele nem me olhou. Só concordou a cabeça e começou a me puxar para fora do estabelecimento.

Barbosa: Ela tá do outro lado, Ju. Não é pra ter pena. Por mim, tinha morrido.

Júlia: Eu não acredito nisso, Ruan! - parei de andar, olhando pra ele - Sério mesmo. Ela pareceu ter medo até de uma mosca, não acho que seja envolvida.

Barbosa: Amor, eu também acreditei nela. Mas não tem o que fazer. A gente não vai correr o risco.

Encarei ele com chateação, e pelo canto do olho vi a Isabela sair andando apressadamente para o outro lado.

Engoli seco, porque a sensação que preencheu o meu peito não era nada boa.

Ruan me colocou de novo dentro do carro junto com os outros dois homens e a única coisa que eu fiz foi ir pensando, durante todo o caminho de volta para o morro, sem falar nada.

Fomos direto para a casa do Barão. Eu fiquei na sala, sozinha, enquanto o Barbosa subiu para conversar com ele e explicar toda a situação.

Um tempo depois o Gabriel chegou junto com o Davi, e foi assistir televisão. O pequeno logo veio brincar comigo, mas eu estava completamente dispersa.

Fazia cerca de uma hora e meia que havíamos deixado o shopping e a angústia dentro do meu peito só crescia.

O Ruan deixou a sala, junto com o Barão, e veio se aproximando de mim.

Barbosa: Já vai pra casa? - perguntou.

Neguei com a cabeça. Eu ainda precisava cuidar do Davi.

Júlia: Mais tarde. Eu te ligo pra você me buscar.

Ele concordou e me deu um beijo na testa, saindo da casa.

O Barão ficou me encarando por um tempo, em completo silêncio.

Júlia: Se você quer saber... eu não acho que ela está envolvida em algo. De coração, Barão. Eu sinto muito forte que isso não é real!

Lobo: Eita, porra - ouvi a voz dele, e até achei que tivesse escutando a nossa conversa. Mas eu seguida, ele aumentou o volume da televisão.

A angústia no meu peito foi tão forte que eu me peguei apertando os olhos, sabendo que algo ruim estava por vir.

- Agora a pouco, recebemos a informação de que foi encontrado o corpo de uma mulher nas redondezas de um shopping local na região de Bonsucesso. A vítima foi encontrada com sinais de violência e estava desacordada. Não se sabe ao certo o que houve, a polícia segue as investigações e a vítima foi encaminhada para o hospital com vida. A identidade da vítima não foi revelada. Voltamos após o comercial com mais notícias.

Encarei o Barão, ele não tirava os olhos da televisão. Fiquei de pé, mas as minhas pernas tremiam igual gelatina. Me aproximei dele e puxei o seu braço, o forçando a olhar pra mim.

Júlia: É ela - falei, assim que o seu olhar caiu em meu rosto - Por Deus, me diz que você sente isso. Que sabe que ela não tem culpa nessa história!

Barão: Júlia - ele negou com a cabeça, parecendo contrariado.

Júlia: Você sente. Eu sei que você sente! - empurrei o ombro dele, e o mesmo desviou o olhar, mas eu voltei a me aproximar ainda mais, sussurrando baixinho - Deus me diz que você sente. Deus me diz que você acredite nela. Deus me diz que essa menina precisa da nossa ajuda.

Barão: Eu não consigo, porra - falou, negando com a cabeça e eu voltei a empurrar o ombro dele - O Matheus não pode saber de nada disso.

Júlia: Não pensa no seu filho. Não pensa no seu morro e muito menos no seu orgulho - ele fechou os olhos - O que Deus diz pra você?

Barão: Me ajuda, Júlia - sussurrou - Eu to perdido.

Júlia: Você só vai encontrar a solução quando se permitir ouvir a voz dEle.

O Barão permaneceu de olhos fechados e levou as mãos até a cabeça, puxando os cabelos.

Barão: Caralho... - murmurou, com a voz repleta de ansiedade.

Quando abriu os olhos, cerca de um minuto depois, eu já sabia que sua escolha tinha sido tomada.

E ali, eu senti muito forte em mim, que havia um destino sendo traçado, conforme os desígnios de Deus.

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