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C. 11

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«.11.»

- Aaa... Rachel? - ele abriu o armário de que o homem tinha falado e tirou quatro peças de roupa para os dois - Tenho de te dizer uma coisa.

Rachel engoliu em seco. Ben entregou-lhe as roupas e respirou fundo.

- Não te passes - pediu ele hesitante - Mas só há um quarto e temos de o partilhar.

Ele esperou que ela rebentasse, que ela explodisse, qualquer coisa menos aquilo que ela fez. Rachel deixou-se cair sentada na cama e fixou os olhos no tapete.
Ben ficou apreensivo, o que queria dizer aquilo? Ela não estava irritada? Porque é que ela não tinha sequer protestado? Se ela não dissesse nada ele não sabia o que fazer.

- Diz alguma coisa - disse ele quase que a implorar.

- Que queres que eu te diga? - reagiu ela sem olhar para ele - E sinceramente tu és muito sacana. Sabias que eu não ia concordar e por isso esperaste que eu já estivesse aqui para me contar isso.

Ele desviou o olhar desconfortável. Não fora sua intenção, mas na altura parecera-lhe a única maneira de impedir que ela fizesse alguma loucura.

- Desculpa, mas não queria que te recusasses a vir e ficasses a congelar lá em baixo. - reclamou ele frustrado.

- Obrigada, mas eu não preciso da tua preocupação - devolveu ela num tom rude, levantando-se - Além disso eu não sou estúpida, não estou disposta a apanhar uma pneumonia.

- E quem disse que eu estou preocupado? - negou ele sorrindo provocadoramente - A mim não me interessa o que tu fazes ou deixas de fazer. És só uma idiota teimosa, que não consegue perceber que o único atrativo que tem é o corpo, porque para além disso ninguém a supor...

O estalo ecoou no silêncio do quarto. Rachel limpou as grossas lágrimas que escorriam dos seus olhos, furiosamente com as costas da mão e caminhou rapidamente até à porta.

Ben esfregou a bochecha dolorida. Ela tinha-lhe batido com força suficiente para lhe deixar marca. Mas ele merecera, fora longe demais. Não queria ter dito aquilo que disse, mas aquela presunção dela tinha-o tirado do sério. Ela era como uma rocha, dura e fria. Não deixava que nada nem ninguém entrasse. E com certeza ele não iria entrar nunca depois daquilo.
Admitia que se sentira atraído pelo olhar misterioso e pela forma esquisita como ela lidava consigo, ela não era como as outras pessoas, não se aproximava, e da mesma forma não deixava que se aproximassem. Mas tinha sido pura obra do destino, quando ele a encontrara no hospital, descobrira coisas sobre ela que tinham despertado ainda mais a sua curiosidade. E depois do beijo daquela manhã... Nem sabia ao certo porque o tinha feito, simplesmente não se conseguira segurar... e agora via-se onde a curiosidade o levara. Bem dizia o ditado "A curiosidade matou o gato" no seu caso, em vez de "matou" era mais "tramou o gato".

Resignado e sentindo-se um idiota, ele pegou nas roupas e foi até aos balneário, precisava de esfriar a cabeça e aquecer o corpo.
Entrou e sentou-se num dos bancos, para se despir. Estava tão imerso nos seus pensamentos que só quando se aproximou dos chuveiros se deu conta de algo estranho. Franziu as sobrancelhas ao ouvir água cair, mas não deu muita importância, o segurança tinha-lhe dito, que havia quem fizesse o turno da noite no hospital, podia ser um médico ou um dos funcionários que se vira obrigado a passar ali a noite também. Desvalorizando a situação, ele avançou pelos corredores de azulejo, enrolou a toalha em volta dos quadris e entrou na zona das divisórias.
Os cubículo eram separados por paredes laterais e uma porta de vidro baça que cobriam a pessoa da cabeça até aos joelhos. 

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