Nota da autora: Este é apenas o primeiro passo. O verdadeiro tumulto ainda está por vir.
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"Precisa de mim para quê, então?"
A voz de Colin ecoava na cabeça de Penélope, cada palavra reverberando como punhais afiados que perfuravam seu coração. Ela permaneceu em silêncio por alguns instantes, sentindo o peso devastador do que ele havia dito. As emoções que antes borbulhavam dentro dela agora se consolidavam em uma onda crescente de indignação e mágoa. Ela ergueu o queixo, o rosto endurecendo com determinação. Não permitiria que nem mesmo Colin a fizesse sentir-se menos do que era — uma mulher forte, capaz e, acima de tudo, independente.
— Colin, eu preciso de você... — disse ela, com a voz firme, embora carregada de uma fragilidade contida, como se estivesse a um fio de desmoronar. — Mas não da maneira que você imagina. Preciso de um companheiro, de alguém que me ame e me apoie, não de alguém que tente controlar cada aspecto da minha vida.
Colin a encarou, surpreso pelo tom desafiador que não costumava ver nela. Havia uma intensidade nos olhos de Penélope, uma chama que desmentia a fragilidade que associavam a ela. Sua postura estava marcada por uma força resoluta, um brilho de determinação que contradizia a vulnerabilidade que ele esperava. Ele percebeu, com um misto de admiração e desespero, que ela estava decidida a manter sua autonomia, mesmo diante da dor e do conflito interno que enfrentava.
— Não é controle, Penélope — respondeu, tentando suavizar o tom, mas ainda carregado de frustração. — É preocupação. Eu amo você e não posso simplesmente fechar os olhos para o risco que você corre.
Ela balançou a cabeça, o peso da tristeza e do desapontamento gravado em suas feições. O calor das lágrimas que ameaçavam surgir parecia queimar atrás de seus olhos, e ela lutava para manter a compostura
— Você não entende, não é? Não pode me proteger de tudo, Colin. E, honestamente, não quero que tente.
— Penélope, isso tem que parar. Eu não posso aceitar que você continue escrevendo essas colunas. Não desse jeito.
Enquanto ouvia, Penélope tentava compreender o que exatamente ele queria dizer, mas o tom autoritário a irritava profundamente. Sentia-se frustrada por ele não enxergar a importância daquilo para ela, como se seu trabalho, sua identidade, fosse apenas um obstáculo a ser removido. A sensação de ser incompreendida e desconsiderada acendeu uma faísca de raiva dentro dela, tornando ainda mais difícil para ela aceitar o que Colin estava dizendo.
— Colin, você sabe que isso é parte de quem eu sou. Não posso simplesmente parar, como se fosse uma escolha trivial — respondeu ela, a voz carregada de uma frustração controlada.
— É perigoso. E eu não posso, não vou, ficar ao seu lado enquanto você continua a colocar sua vida em risco dessa forma — os olhos de Colin, geralmente tão calorosos, estavam agora sombrios, refletindo a seriedade de sua posição. — Você precisa fazer uma escolha: ou Lady Whistledown, ou...
Ele hesitou, a palavra ficando presa em sua garganta. Penélope sentiu um nó se formar no estômago, uma sensação angustiante que a fez tremer. Sabia exatamente o que ele estava prestes a dizer, e a expectativa tornou a situação ainda mais insuportável. Ela o encarou com uma determinação desgastada, a voz quebrada pelo peso da tristeza, enquanto forçava as palavras a sair:
— Ou o quê, Colin? — sussurrou, tentando manter a calma, mas já sentindo as lágrimas ameaçando surgir.
— Ou eu — ele concluiu, a voz dura, mas com uma nota de dor que ele não conseguiu esconder completamente.

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Unexpected Love ? Polin
RomanceColin Bridgerton regressou à sociedade londrina após uma jornada de autodescoberta pelo mundo. Apesar de suas inseguran?as persistentes, ele esconde suas dúvidas por trás de uma máscara de confian?a. No entanto, um confronto inesperado o obriga a en...