• Maya Salvatore •
𝐿𝑜𝑛𝑑𝑟𝑒𝑠, 𝑠𝑒𝑥𝑡𝑎-𝑓𝑒𝑖𝑟𝑎
Durante a semana, descobri algo que me deixou ainda mais confusa. Meu pai conhece o meu "professor" novo! Como eu descobri isso? Foi simples: um dia, passando pela porta do escritório do meu pai, vi ele lá, conversando com o Thomas. Se não tivesse passado por ali, provavelmente nunca teria percebido.
Eu não consegui escutar o que eles estavam falando, mas a expressão no rosto do meu pai dizia tudo. Ele estava com uma cara nada boa, como se estivesse discutindo algo sério ou preocupante. Isso só aumentou a minha curiosidade.
Como uma filha obediente, sempre respeitei a privacidade do meu pai e nunca entrei no seu escritório sem permissão. Mas hoje era diferente. A curiosidade estava falando mais alto e eu sentia que precisava descobrir o que estava acontecendo
quarta-feira à noite, Thomas apareceu na minha casa. Coincidentemente, foi no mesmo dia em que eu matei aula. Estranho, né? Mas meu pai não conversou comigo sobre isso. Thomas não veio falar de mim, pelo que percebi, e isso só aumentou minha curiosidade.
Hoje é sexta-feira, e toda sexta meu pai sai e só volta no dia seguinte. Isso me deixou com uma pulga atrás da orelha. Será que ele estava traindo minha mãe? As peças pareciam não se encaixar, mas a suspeita me consumia.
— Estou saindo e não ouse entrar no meu escritório — disse meu pai, com um tom autoritário que não deixava espaço para discussão.
— Ok — murmurei, tentando esconder a inquietação que sentia por dentro.
Com minha mãe viajando como sempre, eu sabia que estaria livre para mexer no escritório dele.
Esperei o carro do meu pai sair da garagem e, dando uma última olhada pela porta da sala, entrei rapidamente e tranquei a porta. Subi para o segundo andar, onde fica o escritório do meu pai. Para minha surpresa, a porta não estava trancada.
"Descuidado", pensei, soltando um pequeno riso nervoso. Era como se o destino estivesse me dando uma oportunidade de descobrir o que estava acontecendo.
Ao entrar no escritório, me deparei com um ambiente todo organizado. Tudo em preto e cinza, igual ao resto da casa, refletindo o estilo típico do meu pai e da minha mãe. A sala tinha um ar sério, mas ao mesmo tempo era aconchegante. As estantes estavam cheias de livros e documentos, e a mesa estava impecavelmente arrumada.
Sem perder tempo, começo a ir pelas gavetas e vejo tudo: papéis, papéis e mais papéis. Nada de interessante na primeira...
Abro a segunda gaveta e vejo documentos, mas não são dos meus pais e sim de crianças e adolescentes. Quem são esses? Ignoro; às vezes são parentes que eu não conheço.
Abro a terceira gaveta e vejo uma pasta preta com uma escrita "corrupt". Me sento na cadeira macia e abro a pasta, encontrando fotos, anotações, prendaves... E em todos está escrito "máfia". Meu pai trabalhava em uma máfia?
Meu coração estava na garganta. A ideia de que meu pai pudesse estar envolvido em uma máfia era tão absurda quanto aterrorizante. Eu precisava entender o que estava acontecendo, mas ao mesmo tempo, o medo de descobrir a verdade me paralisava.
Fechei a pasta rapidamente e tentei organizar meus pensamentos.
