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01. Louis

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Ligúria, Itália

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Ligúria, Itália.

Quando o avião pousa na Itália, depois de cinco longas e entediantes horas, a única coisa que desejo é me jogar em qualquer lugar plano e dormir até chegarmos ao próximo século. 

Não acumulo muitos voos em minha vida, me recusando a fazê-lo quando tenho a opção de outros meios de transporte, como o trem, por exemplo. Mas não há muito o que eu possa fazer quando o tempo de viagem é quase o triplo de horas a mais. Então eu precisei me acostumar com pouco mais de cinco horas sentado na poltrona de uma primeira classe silenciosa e soturna, o que não foi fácil de lidar; ainda mais quando uma senhora passou boa parte do voo rolando a tela do tablet ao assistir inúmeros vídeos curtos desinteressantes e fúteis no Tik Tok.

O trajeto do aeroporto de Roma ao porto é tranquilo. O ônibus serpenteou pelas ruas, passando por monumentos históricos como o Coliseu e a Fontana di Trevi. Fico hipnotizado pela beleza das fachadas classicamente antigas, e bato algumas fotos para Zayn, levando a sério a regra de que não nos falaremos até o período da viagem finalizar, já que não somos bons amantes de ligações e preferimos o contato cara a cara para contar as nossas experiências.

Após uma viagem que pareceu tanto uma eternidade quanto um instante, chego ao Porto de Civitavecchia. O cheiro salgado do mar invade meus sentidos quando desço do ônibus e caminho em direção ao terminal da balsa, segurando firme minha mochila nos ombros, temendo um pouco perdê-la na travessia.

Compro meu bilhete nos guichês alinhados estrategicamente ao lado da partida, e sigo para a área de embarque. A brisa marítima trás consigo um frescor quase revigorante, misturado ao odor dos peixes recém-pescados vendidos nas barracas próximas.

A balsa que embarco é ampla e confortável, oferecendo diversos lugares para sentar. Escolho um assento próximo à borda do convés, onde posso sentir o vento em meu rosto enquanto navego à ilha. Assim que o motor ronca e deixamos o porto para trás, recosto-me na cadeira e deixo minha mente vagar. Tento convencer a mim mesmo de que não é uma ideia tão pavorosa e péssima assim, principalmente quando já aprendi ser um bom amante da minha própria companhia, acumulando algumas viagens sozinho. 

Não demora muito a partir daí. Descemos ao que me parece vinte ou trinta minutos, desembarcando do barco com a ajuda de um navegante experiente, que usa botas de cowboy e chapéu de viajante. 

O verão italiano, apesar de perverso e altamente caloroso, colando minha franja no suor da minha testa, é aconchegante, o sol trás um brilho bonito ao virar holofote nas águas cristalinas. 

Os primeiros passos que dou na ilha são curiosos, atípicos. O chão é feito de pedras irregulares, aquecidas pelo sol e um pouco escorregadias pelo musgo. Olho ao redor e me deparo com casas de cores vibrantes, em sua totalidade pintadas em tons de azul, amarelo e rosa, com janelas adornadas por cortinas brancas esvoaçantes que balançam suavemente; cada habitação parece contar uma história própria, refletindo o estilo de vida tranquilo e acolhedor dos habitantes locais.

Ink & Tide ? LarryOnde histórias criam vida. Descubra agora