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03. Louis

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Harry e eu estamos na pequena marina, cercados por barcos coloridos que balançam suavemente sob as ondas

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Harry e eu estamos na pequena marina, cercados por barcos coloridos que balançam suavemente sob as ondas. O cheiro do mar é forte no ar, mesclado ao aroma enjoativo dos peixes recém-pescados por moradores. Talvez eu deva me acostumar com ele, porque noto ser algo costumeiro na cidade praiana. 

— Eu espero que essa balsa não esteja superlotada. — Styles diz, olhando em volta com uma expressão de desapontamento.

— Se estiver, podemos sempre nos sentar na borda e fingir que somos piratas. — Sugiro com timbre irônico, piscando provocativo para ele. A ideia de ser pirata por um dia seria um sonho realizado para o Louis de doze anos vestido com o tapa-olho no Halloween.

Seu riso é vagamente interrompido quando a balsa finalmente chega e vemos o capitão acenar para que nós entremos. O barco é pequeno, mas acolhedor, com bancos de madeira e um toldo que nos protege do sol. Subimos a bordo e nos acomodamos perto da beirada, onde podemos sentir a brisa do mar em nossos rostos suados pelo calor escaldante da Itália no verão.

À medida que a balsa se afasta da costa, as ondas começam a nos embalar suavemente. A visão da principal ilha de Borgo se torna mais distante, sendo possível ver as falésias verdes se erguendo contra o céu azul.

É doce ver Harry erguer timidamente uma câmera polaroid antiga, um modelo tão ultrapassado que não consigo reconhecê-lo e que, necessito salientar, ter a cor rosa como base de todo comprimento e é coberto por adesivos de floreszinhas amarelas. As fotos reveladas de que ele gosta são guardadas no bolso da calça de lavagem clara que usa, e as que não gosta são amassadas e arremessadas no fundo de sua mochila para serem descartadas depois.

Depois de alguns minutos navegando pela água cristalina, avistamos, pelo que suponho, a Baía de Infreschi ao longe.

— Estamos quase lá! — Harry exclama, segurando firme na borda da balsa enquanto ela acelera em direção à enseada.

Somos deixados no começo de uma trilha um pouco extensa, um dos marinheiros nos avisa das normas e regras do local, além de se certificar que temos comida e água suficiente para algumas horas; ele não perde a oportunidade de vender frutas frescas de sua quitanda, que são bem recebidas quando Harry sorri amplo por poder desfrutar de morangos e pedaços generosos de melancia.

Os primeiros passos são dados no meio da vegetação, onde as árvores se entrelaçam, criando um dossel verde que filtra a luz do sol em raios dourados belíssimos. O som das folhas farfalhando ao vento é como uma sinfonia bem-sonante que nos acompanha.

Harry caminha ao meu lado, seu sorriso — com as covinhas, joga-me aos lobos — é contagiante, e não posso deixar de rir alto quando ele tenta imitar o canto dos pássaros que nos rodeiam, pronunciando, com o timbre mais agudo que sua voz alcança, algumas palavras em italiano porque, segundo ele, as aves o entendem.

Conforme avançamos pela trilha, o caminho se torna um pouco mais íngreme, mas não deixa de ser bem sinalizado em diversas línguas, inclusive a de sinais regional, para os turistas com placas indicando o caminho. O cheiro do sal do mar começa a invadir o fôlego, misturando-se ao aroma das flores silvestres que crescem à beira do caminho; a paisagem ao nosso redor é simplesmente deslumbrante, rochas cobertas de musgo e pequenos arbustos floridos que se agarram a cada fenda.

Ink & Tide ? LarryOnde histórias criam vida. Descubra agora