抖阴社区

10. Harry

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''oh, me leve para qualquer lugar, eu não me importo, eu não me importo, eu não me importo. eu nunca, nunca quero ir para casa, porque eu não tenho uma, ah, eu não tenho uma. e se um ônibus de dois andares bater em nós, morrer ao seu lado é a maneira mais celestial de morrer. oh, por favor, não me deixe em casa, porque não é a minha casa, é a casa deles''. there is a light that never goes out, the smiths

Geraldine fez questão de me acomodar no quarto mais escuro e isolado da casa logo no meu primeiro dia na sua propriedade

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Geraldine fez questão de me acomodar no quarto mais escuro e isolado da casa logo no meu primeiro dia na sua propriedade.

Na primeira vez que entrei naquele quarto, um medo profundo me dominou; não conseguia controlar os espasmos que tomavam conta do meu corpo. Para uma mente tão ingênua e infantil, as sombras nas paredes se transformaram em monstros gigantes de sete cabeças, enquanto a escuridão me envolvia, trazendo a mais intensa solidão. Com o tempo, percebi que precisava aprender a acolher essa escuridão, que sempre foi o meu lar.

Na adolescência, descobri as velas, mas ainda assim elas pareciam insuficientes e limitadas para me proporcionar a segurança que eu desejava ao adormecer. Ao acordar, a situação não mudava: as quatro paredes, banhadas pela luz do sol, continuavam a transmitir um senso de insegurança, especialmente pelo fato de saber que teria que passar mais um dia ao lado da idosa tão cruel.

E é por isso que prefiro me perder nos sonhos ao abrir os olhos para um novo dia, coberto em um calor acolhedor e reconfortante. Nunca dormi tão bem; a sensação de segurança e tranquilidade é algo inédito para mim, como se todos os meus medos e efervescências tivessem desvanecido durante a noite.

A presença de Louis é um alicerce sólido. Seus braços permaneceram ao meu redor durante toda a madrugada e o início do dia. A mão direita me puxa pelo abdômen, mantendo-me sempre perto, e a esquerda repousa em minha coxa, seus dedos emanando um abrasamento acolhedor que contrasta com a frieza do ar-condicionado ajustado para dezesseis graus.

Louis começa a se mover lentamente ao meu lado, sua respiração serena tocando suavemente minha nuca à medida que ele desperta.

— Bom dia. — Sua voz é rouca, e não consigo evitar o arrepio que percorre minhas costelas ao ouvir o timbre.

Buongiorno, Lou.

Para minha surpresa, ele se inclina sobre mim e começa a distribuir beijos pelo meu corpo, exatamente nos locais onde as marcas de Geraldine ainda estão frescas e dolorosas. Cada toque se transforma em um bálsamo, seus lábios acariciando meu braço, onde fui arranhado, fazem o ocorrido parecer distante e irrelevante.

Não consigo deixar de sentir a ternura desse gesto, é como se ele estivesse apagando cada cicatriz emocional com sua presença delicada e carinhosa.

— Dormiu bem?

— Melhor impossível, Britannico. Você é muito quente à noite. — Sussurro enquanto deslizo meus lábios pelo seu antebraço. — E você, como se sentiu?

Ink & Tide ? LarryOnde histórias criam vida. Descubra agora