Um recome?o. Um plano.
Anna Júlia acabou de sair de seu complicado relacionamento com Katherine, uma garota com tra?os narcisistas que a fez desistir de seus sonhos. Decidida a ter um recome?o em sua vida - e ficar o mais longe possível de sua ex...
Eu sinto falta da minha casa, minha mãe sente minha falta
Tudo bem, essa é a vida que eu escolhi
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- Meu amor! Que saudade que eu estava desse seu rostinho lindo. – Exclama minha mãe, de olhos arregalados, direto da tela do meu celular.
Sorrio.
- E eu desse seu sorriso. – Me sento na cadeira da sala de jantar e apoio meu aparelho em um vaso em cima da mesa. – Como você está, mãe?
Ela olha para o lado e parece pegar um tipo de bule de chá, que acaba embaçando toda a sua câmera.
- Estou bem, estrelinha. – Tento avisá-la sobre a fumaça que me impede de ver seu rosto na ligação, mas sou interrompida. – E como se sente?
É, chegamos rápido nessa pergunta…
Realmente? Sinto saudade de você, do papai, de poder tocar para vocês algo relaxante só para podermos rir do papai dormindo antes do final da música e até mesmo do abraço de vocês. Da sensação de estar perto de vocês. De tudo.
Isso é o que eu gostaria de dizer pra ela, mas com certeza não irei, pelo menos, não no momento.
Ela ficaria preocupada, e não quero que ela pegue o primeiro caminho para cá assim que possível. Sinto saudade, sim, mas eles se mudaram para ter a vida tranquila que sempre desejaram.
Depois do meu nascimento aqui em São Paulo, meus pais tiveram que ficar morando até eu atingir uma idade em que uma mudança não atrapalhasse tanto meu crescimento, mas eu sei que eles não gostavam da maneira como é a vida em uma cidade grande.
Eu amava. Eu amo. A constante rotina e barulho daqui me acalma, elas não me deixam ouvir meus pensamentos. É disso que eu preciso.
Por esse motivo, quando eu tinha 17 anos, e meus pais disseram que iríamos nos mudar, eu disse que não queria e pedi para que me deixassem morar com Vítor e seus pais até ter idade e dinheiro para me estabilizar sozinha.
E bem…estamos aqui.
- Estou bem. – Respondo e pego o celular, indo até a cozinha em busca de algo para comer. – Mãe, limpa sua câmera. Ela embaçou com o chá.
Minha mãe murmura xingamentos enquanto tira o vapor de sua tela com a manga da blusa e em poucos segundos, tenho o rosto delicado e os olhos verdes escuros brilhando em minha direção novamente.
- Certo…onde paramos? – Ela se senta em algum cômodo da casa e segura sua xícara com um dedinho levantado. – Ah, sim! E a banda? As crianças estão bem?