Um recome?o. Um plano.
Anna Júlia acabou de sair de seu complicado relacionamento com Katherine, uma garota com tra?os narcisistas que a fez desistir de seus sonhos. Decidida a ter um recome?o em sua vida - e ficar o mais longe possível de sua ex...
But I can't help from askin', "Are you bored yet?"
And if you're feelin' lonely, you should tell me
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Observo Lia arrumar uma travessa com alguns doces e batatas enquanto mando uma mensagem para Leila avisando-a que ficarei aqui por mais tempo.
Óbvio que ao invés de ficar preocupada ou querer saber quando irei voltar e se estou bem, ela disse que não queria mais ver nenhum sinal de vida meu enquanto eu estiver aqui.
É o seu jeitinho carinhoso.
Desligo a tela, deixando o celular de lado antes que fique encarando aquele contato específico além da conta.
Olho para o lado e noto Lia se aproximando com as comidas em uma mão e uma garrafa com suco e copos na outra. Equilíbrio de garçonete.
Ela se senta no sofá e deixa as coisas em cima da mesinha no centro da sala, antes de se acomodar com as pernas dobradas e soltar um suspiro.
‐ Gosta de suco, né? – Questiona com os olhos arregalados e seguro o riso.
‐ Gosto.
Ela assente e pega o controle da televisão do meio de nossos corpos.
‐ Quer ver um filme?
Faço uma careta.
‐ Na verdade, assisti um filme com a Leila antes de vir pra cá. – Explico ajeitando a barra da minha camisa. – Podemos fazer outra coisa?
‐ Claro. – Um sorriso de lado aparece em sua boca. – Podemos jogar um jogo, o que acha?
‐ Tipo videogame ou de tabuleiro?
‐ Tipo eu te faço perguntas e você responde, e você me faz perguntas e eu respondo.
Solto um riso baixo.
‐ Conversar então? – Ela nega com a cabeça e aponta um dedo em minha direção.
‐ Não, é um jogo com regras. – Seus olhos vão para a mesa e o canto de seus lábios se curva. – Primeira regra: Não pode mais de uma pergunta direto.
Assinto.
‐ E a segunda?
‐ A segunda regra, é que se não quiser responder, terá que comer uma batata mergulhada no suco com bala de goma.
Finjo um vômito e ela ri, colocando sua mão em meu antebraço de modo breve, mas mesmo assim notável.
‐ Vai aceitar? – Lia olha nos meus olhos com a mão esticada na minha frente.
Analiso a situação.
São perguntas e respostas, não tem como dar errado, afinal, tenho todo o direito de ficar quieta. Não posso dizer não se quero saber mais sobre ela. Essa é a chance.