Samantha abriu a porta do carro e desceu devagar, seus pés tocando o chão como se algo invisível a puxasse para trás. Ao erguer os olhos para a casa, sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Aquela não era uma casa qualquer.
Uma sensação estranha tomou conta dela, como se um fio invisível a conectasse àquela construção. Seu coração acelerou, e então veio a lembrança—vaga, fragmentada, como um eco de algo há muito esquecido.
Ela já tinha visto essa casa antes.
Nos seus sonhos. Nos seus pesadelos.
Seu corpo fraquejou. A visão pareceu embaçar por um instante, e ela sentiu as pernas cederem. Antes que pudesse cair, um par de mãos firmes a segurou.
— Sam, você está bem? — A voz preocupada de seu pai a trouxe de volta.
Ela piscou algumas vezes, tentando recuperar a firmeza. Sua mãe, que havia acabado de fechar a porta do carro, a olhou com uma expressão de apreensão.
— Oh, meu Deus! Você deve estar faminta.
Samantha respirou fundo, forçando um sorriso para tranquilizá-los.
— Eu estou bem... Só um pouco cansada. — Sua voz saiu mais baixa do que esperava. Esfregando as têmporas, ela se recompôs e desviou o olhar da casa, tentando afastar aquela sensação. — Será que podemos entrar?
Sua mãe assentiu, sorrindo.
— Claro. Pode ir escolhendo seu quarto. Eu e seu pai pegamos as caixas com roupas. O antigo dono dessa casa deixou alguns móveis aí. Quando terminarmos de nos instalar, prometo comprar móveis novos para seu quarto.
Samantha pegou a chave que sua mãe estendeu e caminhou até a porta. O metal frio entre seus dedos aumentou a sensação de inquietação dentro dela. Por que sentia como se estivesse cruzando um limite invisível?
Posicionou a chave na fechadura e girou devagar. O mecanismo rangeu levemente antes de destravar. Quando a porta finalmente se abriu, um cheiro leve de madeira antiga e poeira invadiu suas narinas.
Os móveis estavam cobertos por panos brancos, escondendo suas formas e criando sombras distorcidas pela pouca luz do entardecer. As cortinas estavam fechadas, e apenas feixes tímidos de luz escapavam pelas frestas, iluminando partículas de poeira que dançavam no ar.
Mas não era isso que a incomodava.
Ela sentia algo ali. Uma presença invisível, uma energia presa nas paredes.
Seus olhos percorreram o interior da casa, mas não havia nada além do que se via normalmente. Pelo menos, não com os olhos.
Engolindo em seco, forçou-se a continuar. A casa era grande, e a arquitetura indicava que era antiga. Os corredores eram largos, e as paredes estavam enfeitadas com quadros igualmente velhos, cujas molduras de madeira estavam levemente desgastadas.
Subindo os primeiros degraus da escada, sentiu o ranger suave da madeira sob seus pés. Notou pequenas rachaduras em alguns degraus, discretas, mas ainda assim evidentes. A cada passo, o silêncio parecia mais pesado.
Ela seguiu para o segundo andar, determinada a escolher seu quarto.
Mas, por mais que tentasse se convencer de que era apenas uma casa velha... Algo dentro dela gritava que havia algo errado ali.
[...]
A luz amarelada do lustre acima da mesa de jantar criava um brilho suave sobre os pratos e talheres, lançando sombras discretas nas paredes da cozinha. O cheiro de comida recém-preparada pairava no ar, misturado ao aroma fraco de madeira antiga que impregnava a casa.

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Fanfiction:?sdou?s Samantha Clowther viveu a maior parte de sua inf?ncia trancafiada no Laboratório de Hawkins, submetida a experimentos cruéis que exploravam suas habilidades psíquicas. Um dia, durante um incidente caótico, ela conseguiu fugir, mas o pre?o d...
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