抖阴社区

                                    

Mas, no fundo, o que mais temia não era a preocupação deles. Era o medo de que, se descobrissem a verdade sobre seus poderes, sobre o mundo sobrenatural que a cercava, olhariam para ela de outra forma. Com medo. Com nojo. Com desprezo.

E quem poderia culpá-los? Quem iria querer ficar perto de alguém amaldiçoado?

Pelo menos, era assim que ela se via.

[...]

Samantha entrou pelas portas da escola, sentindo imediatamente o peso dos olhares sobre si. O som das conversas abafadas e dos passos ecoando pelos corredores parecia diminuir à medida que ela passava, como se todos estivessem, mesmo que por um instante, focados nela. Alguns olhares eram apenas curiosos, avaliando a nova aluna, tentando adivinhar de onde ela vinha ou quem era. Outros, porém, pareciam carregados de estranheza, como se tentassem enxergar algo além do óbvio.

Ela seguiu em frente, seus passos ecoando no chão encerado enquanto observava as fileiras de armários metálicos e cartazes amassados nas paredes. Cada corredor que virava parecia interminável, como um labirinto sem saída. Os rostos desconhecidos, os caminhos idênticos e a sensação constante de estar sendo observada só a faziam se sentir mais deslocada.

Antes, Samantha nunca teve dificuldades para fazer amigos. Mas agora, depois de tudo que esta acontecendo, depois de se envolver com forças que ninguém ao seu redor poderia sequer imaginar, as interações sociais pareciam mais complicadas. Era como se todos ao redor soubessem de algo, como se pudessem ver através dela e enxergar os segredos que carregava. Esse pensamento a afligia.

Respirando fundo, ela reuniu coragem antes de parar um garoto aleatório no corredor.

— Ei — chamou, sua voz saindo firme, apesar da confusão interna.

O garoto se virou, seus olhos escuros se movendo rapidamente pelo corredor, como se tentasse ter certeza de que ela realmente estava falando com ele.

— Está falando comigo? — perguntou, parecendo surpreso.

Samantha franziu o cenho.

— Sim? — confirmou, um pouco impaciente. — Pode me dizer onde fica a sala da diretoria?

O garoto piscou algumas vezes, parecendo processar a pergunta antes de responder.

— Ah, me desculpa. As pessoas não costumam puxar assunto comigo. — Ele hesitou por um momento antes de estender a mão. — Eu sou o Jonathan.

Samantha olhou para a mão dele por um instante, sem fazer menção de apertá-la. Fazer amigos não era exatamente sua prioridade agora. Tudo que queria era encontrar a sala do diretor e pegar seu horário de aulas.

Jonathan percebeu o desconforto dela e rapidamente abaixou a mão, coçando a nuca de forma desajeitada.

— Ah, sim, a sala do diretor — disse, tentando ignorar o momento constrangedor. Ele apontou para o final do corredor. — Fica pra lá.

Samantha esboçou um sorriso forçado, mais por educação do que qualquer outra coisa.

— Valeu — murmurou antes de se virar e seguir na direção indicada, sua mente já voltando a se perder nos próprios pensamentos.

Samantha bateu levemente na porta da diretoria antes de empurrá-la e entrar. O ambiente tinha aquele cheiro típico de papel, café morno e um leve resquício de poeira, como se o lugar estivesse sempre ocupado, mas nunca realmente arejado.

O diretor, um homem de meia-idade com cabelos grisalhos bem penteados e óculos de armação fina, levantou o olhar assim que percebeu sua presença. Vestia um terno escuro, a gravata perfeitamente alinhada, e sua expressão era séria, mas não exatamente rígida—apenas profissional.

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