Bravo
Tava maluco pra sair desse morro, não sei por que – mais estar aqui me incomoda muito – queria sair daqui mais que de pressa, mais parecia que tinha algum bagulho pra me prender aqui...
Alguma coisa dentro de mim dizia que eu tinha que ir ver a minha mãe, mas na minha cabeça alguma coisa gritava mandando eu me afasta e ir embora logo.
É a maior viagem, como que dentro de mim podia ter duas voz? Uma implorando pra eu ir até a minha mãe e a outra berrando pra eu vaza daqui logo?!
E eu tava mermo pensando em desvia o caminho e ir até a casa dela, mais antes disso ia faze diferente pra não me arrepende.
Pra tenta pensa e bota a cabeça no lugar antes de qualquer decisão, parei em frente a pastelaria olhando pelo retrovisor do carro e vi a contenção se espalha, cada um pro seu ponto.
Antes de desce do carro, bati os dedos no volante olhando a rua movimentada a minha frente. Tinha criança pra carai pela rua, jogando bola na quadra, uns de bondinho trocando ideia, outros empinando pipo e alguns só de passagem.
O bar do zé, à umas três casas a frente da pastelaria tinha uns velho – como de costume – tudo mandando a alambique pra dentro.
Olho pra pastelaria que tá toda modificada, moderna... tá diferente pra carai!
Tomando uma dose de coragem, abri a porta do carro rumo a forra meu estômago por mermo.
Dei a volta no carro entrando na pastelaria, quem tava ali dentro só sabia fica encarando – talvez se perguntando quem eu era – ia chama o Zezão pra comer também, pensando até em levar pra Clarinha.
Tô ligado em como ela amava quando nois era menor e vinha comer aqui. Ela ficava toda eufórica naquela época só de ouvir que nois vinha aqui, sei nem porque tava pensando nela. Mais como eu e ela tem que bate um papo, pelo menos levo algum bagulho pra ela come que eu tô ligado que ela gosta.
Chega no morro vou te que avisa ela, que por enquanto ela vai fica por la e não vai sai nem tão cedo pra fora do morro.
Certeza que aquele namoradinho dela, já deve ter corrido pro pai dele, e os dois vão querer ir atrás dela pra apaga qualquer vestígio que manche a reputação daquele cuzão – isso por que não sabem de quem ela é filha.
Mais é isso, eu não devia nem tá esquentando minha cabeça com isso e nem com ela.
Ela quem se enfio em problema, pai dela quem tinha que ta resolvendo.Mais eu otário, me incomodei mais do que devia em vê ela naquele estado e sabendo quem foi que fez — me deixou pior da cabeça.
Mandei mensagem pro Zezão, chamando ele pra vim pega pastel pra ele e o bonde da contenção.
Coloquei as mão no bolso e chegando no balcão pedi o de geral.
– Vai comer aqui ou pra viagem?– Uma pretinha do cabelão cacheado e preto, pergunta toda tímida.
Mina tava cheia de medo, dava pra nota na cara dela – a saia longa e a blusa tampando o pescoço um pouco pra cima do cotovelo – entrega que ela é testemunha de Jeová, sem conta o cabelão que passava da cintura.
Zezão:– Come aqui né chefia? Mol role até o morro e nois vai te que come o bagulho parecendo borracha.
A mina continuava encarando nois dois, desviando o olhar de um pro outro toda curiosa.
Olho em volta vendo uma mesa no fundo, que antes as cadeira era de plástico, hoje é de madeira invernizada – ia senta ali mermo.
– Pode sentar lá, eu levo o pedido de vocês.– Tiro do bolso um bolinho de nota de cem e jogo duas em cima do balcão.

VOC? EST? LENDO
Auto Destrui??o
RomanceTomado pela culpa e as dores do passado, Guilherme se vê enfrentando tudo que ele evitou e fugiu por anos, quando ele se apaixona por quem ele jamais enxergou com outros olhos.