Auto Destrui??o

Clarinha

Quando eu disse que queria vir ficar com o Gui, e precisamente nos seus braços. Eu realmente achei que encontraria o antigo, Guilherme e que ele ficaria comigo ou me daria atenção... – qualquer coisa do tipo.

Mas estava enganada.

Ele tem feito de tudo para me evitar, manda Deus e o mundo vir me fazer companhia, me trazer comida, vê se preciso de algo... mandou até um tal de R7, vir buscar umas roupas dele.

Mas em nenhum momento entrou aqui ou veio ver com seus próprios olhos se eu estava bem ou não.

Acho que realmente é como meu pai disse – O Gui, já não é mais o mesmo e odeia todos nós – a mamãe só não sabe das palavras do papai, ou ela mataria ele.

Estava me sentindo bem melhor, apesar dos hematomas e a boca cortada – ainda sentia bastante dor no rosto – daria tudo pra eu mesma cortar as mãos daquele desgraçado fora.
Tô com tanto ódio dele, mas principalmente de mim mesma; ainda não acredito no meu nível de burrice!

Lo:– Não acredito até agora, que você mentiu pra mim...– A morena do cabelo preto e sorriso perfeito, estava puta comigo.

Respirei fundo pensando no que dizer pra ela.

Minha amiga atendeu meu pedido e me trouxe pra cá, mas agora não para de me questionar do porquê não contei a ela sobre a minha família.

Respiro fundo tentando achar respostas na minha cabeça, encarando os olhos da minha melhor amiga que esta cheia de preocupação comigo.

Eu:– Não posso... e nem poderia contar. Minha vida toda é uma bagunça da qual só a colocaria em risco...– Ela deita a cabeça no próprio ombro de lado, apoiando a mão atrás do seu corpo onde está sentada na cama.

Lo:– Seus...– Ela engole em seco.

Entendi que ela queria saber dos meus pais.

Eu:– Não posso falar...– Olho para as minhas mãos. – Da mesma forma que eu a colocaria em risco se você souber de tudo... você saber da minha vida é por quem eu amo em risco também... – Ela levanta as sobrancelhas, da forma que faz sempre quando quer intimidar alguém me fazendo rir.

Lo:– Você é uma puta, piranha, safada... acha mesmo que eu deduraria você e sua família? Eu nem contei pra ninguém onde você tá, nem fui pra viagem pra poder vir ficar com você...– Ela respira fundo.– Mas não quero morrer, sou gostosa demais pra isso... se pra eu saber eu vou morrer, prefiro continuar me fazendo de cega, surda e muda...– Diz também os ouvidos, a boca e os olhos e eu sorrio.

Eu:– Agradeço por ter ficado e se preocupar comigo... mas deveria ir viajar, ir aproveitar por mim e por você...

Lo:– Uhrum...– Balança a cabeça negando.– Eu não... não teria você pra me fazer companhia, um sabe numa próxima. Mas agoraaaa...– Ela ponta entre o nosso meio com o dedo indicador para o chão.– Prefiro ficar aqui, vi muitos gatinhos por aí. Então trate de melhorar e levar sua amiga para conhecer essa comunidade...

Nego fazendo uma careta e me arrumo na cama deitando de volta me enfiando de baixo do edredon.

O cheiro dele estava espelhado por todo lado, obviamente quando cheguei aqui a uns dias o cheiro dele era mais forte – agora ele tem um cheiro de homem, um cheiro viciante – mas agora está sumindo aos poucos e sendo tomado pelo meu perfume.

Lo:– Me fala... e teu irmão, já apareceu aqui? – tinha contado a ela, que ele estava me evitando e desde aquele dia eu não o vi mais.

Eu:– Ele não é bem meu irmão... ele é filho da minha mãe, que na verdade é minha madrasta.– ela abre a boca e fecha, depois abre novamente.