Pole Position | Max Verstappen ??

O despertador sequer teve a chance de tocar.

Max já estava acordado, de olhos abertos, encarando o teto do quarto. Eram pouco mais de seis da manhã e o sol ainda não havia invadido a cidade com seu calor impiedoso. Mas a mente dele... já estava a trezentos por hora.

Tomou banho em silêncio. Vestiu a camiseta da Red Bull, a calça jeans escura, os tênis. Passou as mãos no cabelo úmido, olhou o próprio reflexo por longos segundos e, ao sair do quarto, pegou o celular.

Uma única mensagem enviada:

Max:
Bom dia. Espero que tenha dormido bem.

A resposta chegou meia hora depois, quando ele já estava no carro a caminho do circuito:

Camille:
Consegui dormir, sim. A enfermeira me acordou cedo, mas o enjoo não venceu hoje. Boa sorte, Max. De verdade.

Max sorriu.

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A entrada no paddock naquele domingo era diferente.

Tinha algo de ritualístico. Fotógrafos, seguranças, fãs contidos em grades discretas. Mas o ambiente... pulsava. O último dia. O tudo ou nada. A chance de fechar o ciclo com mais do que um troféu.

Max passou direto pelas câmeras. Respondeu a dois jornalistas com acenos. Nada de sorrisos.

Christian Horner o recebeu com um leve tapa no ombro.

— Como dormiu?

— Razoável.

— Está com aquela cara de quem vai ganhar ou de quem vai derrubar metade do grid?

— Com sorte, as duas.

Christian riu. Mas Max não.

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Na área técnica, Gianpiero já revisava dados.

— Estão apostando que a Mercedes vai tentar algo na curva 6. — comentou, sem tirar os olhos da tela.

— A Mercedes sempre tenta. — Max respondeu.

E, por um momento, ali, entre números e pneus, tudo parecia normal. Mas não durava.

Porque o estômago dele... ainda pesava.
Não era só nervosismo. Era o peso de tudo que agora fazia parte da vida dele.

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Quando Max se virou para deixar a garagem, avistou a silhueta conhecida.

Jos.

A figura do pai surgiu no corredor lateral, como se tivesse saído da sombra. Sem staff, sem alarde. Apenas ele, calça clara, camisa azul marinho e a expressão dura de sempre.

— Bom dia. — disse Jos, estendendo a mão.

Max apertou, seco.

— Achei que viria só pra corrida.

— Mudei de ideia. — Jos respondeu. — O que você tem a perder?

Era uma piada. Daquelas que vinham com o tom errado.

— Nada. — Max respondeu. — Só tudo.

Jos assentiu.

— Pole é boa. Mas não garante nada.

— Eu sei.

— Christian está calmo?

— O suficiente.

Eles ficaram ali, em silêncio. Não havia abraço. Não havia "estou orgulhoso de você". Havia apenas o entendimento de que Jos vinha para ver o filho... e a corrida. E, talvez, não nessa ordem.