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?Capítulo 33 - O Retorno de Zeca

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(ou: Socorro, a Pantera Está Me Lambendo no Meio da Sala e Meu Notebook Virou Paçoca)

A porta se abriu com um rangido preguiçoso.

Zeca entrou carregando uma sacola com pão, dois currículos impressos, e a alma levemente estraçalhada pela realidade do mercado de trabalho.

Tô morrendo. Alguém me dá um café ou uma razão pra continuar.

Silêncio.

Depois, um som.

Slurp.

Zeca congelou.

Slurp. Slurp.

Ele olhou devagar para a sala.

E lá estava.

O caos.

Dunk, em sua forma de coelhinho branco, olhos arregalados e claramente traumatizado, deitado no carpete da sala.

Joong, em forma de pantera, deitado sobre ele, como um cobertor de 300 kg feito de músculos e pelagem preta, com o focinho enterrado entre os ombros do coelhinho e...

...lambendo com toda a dedicação do universo exatamente a MARCA DO CIO da sua "fêmea".

Zeca olhou para o canto.

O notebook de Dunk estava em três pedaços.

Não dois. Três.

Teclado num lado. Tela do outro. O resto irreconhecível.
Um fone pendurado na pata de Joong.
Uma apostila servindo de travesseiro.

Zeca levantou a sobrancelha.

Eu... volto depois?

Dunk tentou levantar a cabeça, mas só conseguiu mexer as orelhinhas.

Não... diz nada... só... aceita.

Joong levantou os olhos dourados, ainda com a língua de fora.

Minha fêmea... cheira forte... precisa de cuidados.

JOONG, NÃO PRECISA NARRAR! — gritou Dunk, a voz num tom de — Deus me leva mas leva com carinho.

Zeca soltou um suspiro.

Cês tão bem?

Defina "bem".

Joong deu mais uma lambida.

Fêmea... doce.

SE EU PUDESSE ME ENTERRAR AGORA, EU ME ENTERRAVA.

Zeca foi até a cozinha. Pegou um café. Bebeu em silêncio.

Depois, voltou pra sala. Olhou a cena de novo. Tirou uma foto.

Se um dia eu quiser desistir de tudo, vou lembrar disso aqui. Vai servir de motivação. Ou de lembrete do porquê não se envolver com híbridos de felinos selvagens.

Joong olhou pra ele. Rosnou baixo.

Zeca levantou as mãos.

Tá bom, tá bom. Fica com tua fêmea. Nem queria mesmo.

Dunk, com a voz mais fina do que a dignidade dele:

Zeca... se eu morrer... diz pra minha mãe que a culpa é do cio.

Vou dizer. Com apresentação em PowerPoint e tudo.

E foi assim que o coelho universitário aprendeu que ensino à distância, cio e panteras não combinam.

E que talvez... só talvez... o único notebook seguro naquela casa seria um feito de titânio.

Joong, Manual de Uso ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora