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Capítulo 54 - Amy ????????

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Amy Lancaster

O que acabara de acontecer não parecia real.

Eu estava perdida em um mar de pensamentos, tentando entender tudo. A sensação do pânico ainda estava em mim, meu corpo ainda se sentia tenso, trêmulo, como se a qualquer momento aquele horror pudesse voltar. Mas não voltaria, não enquanto Logan estivesse comigo.

Logan...

Eu ainda estava tentando entender o que havia acontecido ali.

Como ele conhecia Erick?

Eles falavam como se tudo fosse parte de um jogo, uma guerra entre eles que eu não compreendia. Mas o mais aterrorizante de tudo... o que mais me torturava, era o fato de que Erick não estava mais ali.

Logan tinha matado ele.

Eu não sabia o que dizer.

Não sabia o que pensar.

Ele me protegera, sim. Mas o preço de tudo isso parecia ter sido mais alto do que eu podia suportar.

Eu olhei para ele, vendo sua expressão dura enquanto ele pegava um galão de gasolina no canto da do galpão.

- Olhe pra lá, Amy - falou autoritário e se abaixou ao lado do corpo de Erick - por favor, não olhe - ele implorou ao notar que eu ainda olhava.

Me virei trêmula e ouvi barulho de carne molhada, eu conheço esse som. Espiei por cima do ombro e Logan enfiava os dedos nos buracos das balas e tirava cada uma ensanguentada, com pedaços de massa encefálica e tendões.

Eu não tenho problema com cenas assim, sou médica. Mas essa cena em específico me apavorou.

Ele parecia tão frio, tão distante, como se aquilo fosse algo que ele já tivesse feito antes. Algo que fazia parte do trabalho. Eu queria gritar, perguntar, questionar, mas o medo de ouvir mais me calava.

Ele olhou pra mim, vendo a confusão nos meus olhos. E em vez de palavras, ele apenas fez um gesto com a cabeça, me pedindo para sair.

Saímos do galpão abandonado onde tudo aconteceu. O ar estava pesado, frio e eu sentia a tensão como se o mundo estivesse esperando algo.

Logan não falava. Ele apenas se concentrou em sua tarefa, caminhando até o galão de gasolina e jogando o líquido em tudo ao redor. Ele havia jogado em cima do corpo também.

A imagem dele, tão impassível, tão calculista, mexeu comigo de uma maneira que eu não conseguia expressar. O medo que eu sentia era pelo que ele fazia, pelo que ele era capaz de fazer - para me proteger. E, ao mesmo tempo, havia uma parte de mim que sabia que, naquele momento, ele faria qualquer coisa para garantir que nunca mais me machucassem.

- Nos já vamos embora, ruiva -  Logan disse.

O apelido me mantinha calma, me mostrava que ele ainda era o meu Logan.

Ele estava olhando para a casa, vendo a destruição que ele estava prestes a causar.

Eu queria falar, perguntar, mas as palavras não saíam. Estava assustada demais para processar tudo. Ele acendeu o isqueiro com a mão firme, e a chama brilhou no escuro da noite. O fogo iluminou seu rosto, mas não havia expressão nele. Apenas determinação.

Eu só pude assistir enquanto ele lançava o isqueiro no chão, e as chamas se espalhavam rapidamente, consumindo tudo ao redor.

O fogo subiu, feroz, como se ele estivesse queimando não só aquele galpão, mas o próprio fantasma de Erick, o homem que, por algum motivo, ainda pairava sobre mim.

O calor do fogo me envolveu enquanto olhava, tentando compreender a magnitude do que ele acabara de fazer. Eu não sabia se sentia alívio ou mais medo ainda.

Estava em choque.

Em pânico.

Ele se virou para mim, e o olhar que ele me deu não era de julgamento, nem de raiva e principalmente: não era frio. Era de proteção, de algo mais profundo. Mas aquilo não tornava as coisas mais fáceis.

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