"Olhe para as estrelas,
Veja como elas brilham para você,
E tudo o que você faz,
Sim, elas eram todas amarelas"Yellow – Coldplay
POV TAEHYUNG
Eu acordei antes de todo mundo.
Ainda era cedo o sol mal tinha tocado o céu com aqueles tons dourados que pareciam pintura. Mas eu já estava de pé, com o coração apertado e a mente cheia dela. Carol dormia profundamente no sofá, coberta até o pescoço, com Yeontan encolhido aos seus pés como um guardião.
E por alguns segundos, fiquei ali só olhando.
Respirando.
Tentando entender como era possível alguém carregar tanta dor e ainda assim sorrir daquele jeito. Falar com leveza. Cuidar dos outros. Ouvir mais do que fala. Ela tinha se despido diante de mim com palavras que cortaram como lâminas finas. E mesmo assim... ela ainda era luz. Ainda brilhava.
Eu não fazia ideia da metade do que ela tinha vivido. E agora que sabia... era impossível não sentir um peso no peito. Uma culpa silenciosa por cada vez que achei que ela estava apenas distraída, ou distante, quando na verdade estava tentando sobreviver aos próprios fantasmas.
Como ela conseguia ser tão forte?
Ela segurou tanto sozinha. E quando finalmente pediu apoio, foi tão suave... como quem pede desculpa por existir.
Ela não sabia, mas foi ela quem me sustentou ali.
Eu me levantei devagar e fui até a cozinha. Era o mínimo que eu podia fazer preparar um café da manhã pra todo mundo. Algo típico, saboroso, com aquele toque de casa que sempre conforta. Um jeito de devolver um pouco da paz que ela me deu na noite passada.
Coloquei o avental da minha mãe o mais ridículo deles, cheio de galinhas e flores e comecei a trabalhar.
Coloquei a água do arroz pra ferver. Tirei o bulgogi da geladeira, já marinado do dia anterior minha mãe sempre deixava pronto, pra alguma emergência Fiz jeon (panqueca de legumes), ovos cozidos no ponto perfeito, e um pouco de kimchi fresco. Preparei doenjang jjigae, porque não existe conforto sem aquele cheiro de pasta de soja quente invadindo a casa. Coloquei a mesa com atenção aos detalhes. Nada muito formal, mas com alma. Era isso que eu queria servir aconchego.
Logo ouvi passos. Primeiro, minha irmã Minjae apareceu, com a cara amassada de quem claramente dormiu tarde demais.
— Você... cozinhando? — ela arqueou a sobrancelha. — Isso é um sonho? Ou um sinal do fim do mundo?
— Bom dia pra você também. — murmurei, colocando as tigelas na mesa. — Senta logo, antes que esfrie.
— O que aconteceu? Vai me dizer que pediu Carol em casamento ? e não contou pra gente?
— Nada aconteceu. Só acordei inspirado.
— Aham.
Logo depois, Hyunwoo entrou, coçando a cabeça e vestindo um moletom dois números maior.
— Que cheiro bom é esse? — ele perguntou, já pegando um hashizinho pra roubar um pedaço do bulgogi.
— Mãos longe. Espera todo mundo acordar, seu ogro.
A casa começou a ganhar vida. Risadas, passos apressados, a voz da minha mãe perguntando quem tá fazendo barulho essa hora? e o som do meu pai colocando música baixinha um hábito antigo nas manhãs de domingo.

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For us [Taehyung] +18
Romance"Em meio ao caos de uma manh? gelada, dois estranhos se cruzam e, sem querer, fazem seus destinos colidirem."