MEMORY {KTH}

- ONDE VOCÊ ESTAVA?

Jennie revirou os olhos para a mãe, Taeyeon, e entrou em casa normalmente, como se nada tivesse acontecido.

Ela havia passado a noite fora, deitada em uma cama gigantesca de um quarto de hotel luxuoso, enquanto observava um rapaz encantadoramente gentil dormir em um sofá e, se isso chegasse aos ouvidos de seu pai, seu pescoço seria colocado à forca com toda certeza.

- Jimin me contou tudo - Hoseok entrou no quarto da irmã, sem nem sequer pedir licença para o fazer.

Jennie ergueu as sobrancelhas, começando a desconfiar da lealdade que havia pensado que poderia ter com Jimin.

- Ele me disse que você estava procurando aquele idiota, e acabou bebendo demais num bar... então ele te levou para casa e deixou você ficar lá até o dia amanhecer.

Ela soltou fogos de artifício por dentro. Nunca havia ficado tão feliz por saber que um amigo de seu irmão estava ao seu lado, mesmo que fosse do lado errado da história.

- Jennie... - Hoseok a arrastou para a cama, fazendo com que ela se sentasse ao seu lado - Eu entendo que goste daquele psicopata mas... dois crimes foram cometidos e, aparentemente, o detetive Byun vai prendê -lo hoje.

- Aonde quer chegar com isso? - ela murmurou.

- O ponto é que eu não quero ver você sofrendo quando descobrirem quem é o verdadeiro assassino. Se não for ele, não me importo que casem, tenham filhos... - Hoseok revirou os olhos - Ignora essa última parte.

Jennie riu da tentativa frustrada de seu irmão de lhe dar um conselho decente. Ela sabia que ele só lhe perturbava porque não saberia como oferecer o ombro à própria irmã para que esta chorasse.

Ele era super chato, mas só fazia tudo aquilo porque a queria bem.

- Eu vou me comportar - ela sorriu - Vou tentar.

**

O detetive Byun fez uma careta, assim que visualizou a imagem de Taehyung entrando na delegacia com os pulsos algemados e acompanhado por dois policiais.

Aquele garoto estava lhe dando muito trabalho desde que saira da clínica e, mesmo que o dr. Tomlinson colocasse as mãos no fogo e dissesse que ele era inocente, o detetive sabia muito bem que ele era o culpado pelos dois últimos assassinatos que ocorreram na cidade.

- Sente-se - ele pediu ao garoto.

Taehyung se sentou do outro lado da mesa do detetive, ficando de frente para ele.

Não havia expressão alguma em seu rosto, o que comprovava o diagnóstico da clínica.

- Sabe o porquê de eu ter mandado os meus homens te buscar?

O garoto deu de ombros. Estar cara a cara com o inimigo que "vivia dentro da lei" não era tão impactante quanto ele havia pensado que seria.

- Todos vocês são babacas que acham que eu sou um assassino - ele deu de ombros - Não me importo de ficar na cadeia, se é o que acredita ser a solução para um problema como eu.

- Você me irrita, moleque.

Taehyung deu de ombros.

- Infelizmente não poderei dizer que o sentimento é recíproco, sabe como é, eu não tenho sentimentos.

O detetive Byun odiava ironia. Aquele era o estopim perfeito para que desejasse o pescoço daquele criminoso em uma forca o mais rápido possível.

- Vou ficar aqui por quanto tempo? - o jovem quis saber do detetive.

Baekhyun tamborilou os dedos sobre a mesa.

- Tempo o suficiente para eu decidir o que fazer com um animal feito você.

Taehyung assentiu, controlando-se para não deixar seu TEI se tornar mais forte do que sua calma excessiva.

- Tudo bem, então - ele falou - Mas, antes de me prender, eu preciso fazer uma ligação.