Jung Hoseok estava de pé, o olhar fixo em seu reflexo no espelho gigantesco na parede de seu quarto. Ele havia pedido aos Céus todos os dias de sua vida para que um dia como aquele nunca viesse a lhe ocorrer pois, o seu maior medo sem dúvida alguma, era ter de ir ao enterro de um de seus amigos. Para ele, era como se a sua própria morte estivesse tão próxima quanto o número um estava perto do número dois.
- Oppa – Jennie abriu a porta de seu quarto, flagrando o irmão mais velho chorar pela morte de uma das garotas em que ela havia depositado toda a sua confiança.
Ela sabia que, mesmo estando literalmente apaixonado por outra pessoa, seu irmão sempre se lembraria do quanto havia gostado de Dafne. Ela tinha sido uma crush em potencial diante de tantas outras que surgiram nos encontros entre amigos, momentos em que Jennie se esforçava para não xingar as namoradas do irmão, entretanto, quando aquela jovem de cabelos ruivos ondulados apareceu em sua vida, a irmã mais nova do tão conhecido e popular J-Hope se sentiu atraída pela confiança e sinceridade que ela exalava.
Dafne não era como as outras. Ela era sincera e levemente arrogante quando se tratava de algo ou alguém que ela não gostava. Mas ela sabia ser gentil com quem merecia.
- Desculpe, volto outra hora – Jennie murmurou, sentindo os seus próprios olhos arderem.
Até aquele momento, a notícia da morte de sua melhor amiga ruiva e altamente pálida ainda não havia lhe abalado.
Até aquele momento.
O momento em que todos os amigos que Dafne conhecera e com quem tomara vários cafés e saíra para assistir um filme no cinema mais próximo da coffe shop em que trabalhava, aprontavam-se para ver seu rosto uma última vez antes de se despedir dela de maneira definitiva.
- Pode ficar – Hoseok pediu, indo se sentar na cama.
Seu semblante sorridente e pomposo havia sido desmontado e recriado para se tornar mais triste e pesaroso naquele dia. Ele tinha histórias e momentos relacionados à Dafne e, enquanto observava sua doce irmã mais nova sentar ao seu lado, perguntou a si mesmo se todas aquelas lembranças o fariam feliz em alguma parte de sua vida.
- Vai ficar tudo bem com a gente, certo? – ele perguntou. Mas aquela não era realmente uma pergunta para que Jennie respondesse, era mais como um pensamento ligeiramente alto para que os dois ponderassem sobre aquilo juntos – Eu vou me formar em breve, Namjoon vai seguir o sonho dele como policial, Jungkook vai assumir o negócio da família, Yoongi vai viajar pelo mundo comigo, Jimin finalmente vai encontrar o amor da vida dele ... e o Jin vai se formar em Gastronomia. Vai ser perfeito não é?
Jennie sacudiu a cabeça, nem dizendo que sim, nem dizendo que não. Ela estava incerta sobre a forma como as coisas iriam acabar, levando em conta de que alguns conhecidos deles estavam partindo dessa para melhor sem uma ordem específica. Quem seria o próximo? E, o mais importante, quem era o assassino?
Ela tinha certeza de que Taehyung era inocente. Afinal de contas, para quem estava encurralado por ser o suspeito, ele aparentava estar muito calmo a respeito da ideia de ir parar na cadeia.
Hoseok se levantou e, num movimento automático, alisou as pernas de sua calça com as mãos, como se as estivesse desamarrotando.
- Temos que ir – ele murmurou, tão baixo que se tornou quase inaudível para a irmã – Eu prometi à mãe dela que faria o discurso.
Jennie sentiu o peso das palavras de seu irmão tomarem conta de todos os pensamentos sem sentido que transcorriam por sua cabeça. Aquele era o fim do primeiro amor de seu irmão, certo? A única garota por quem ele realmente havia sido apaixonado estava deixando-o de vez agora e, por mais que a irmã mais nova de Jung Hoseok quisesse abraça-lo e garantir que tudo ficaria bem a partir daquele momento, internamente, ela tinha a certeza de que estavam muito longe de resolver aquela equação chamada vida.
- Como ele está? – Jimin segurou sua mão, assim que chegaram à agência funerária onde o caixão com o corpo de Dafne estava "hospedado", ele arrastou Jennie para um canto mais afastado do aglomerado de pessoas que se concentrava no local, como se estivesse prestes a contar alguma bomba para a garota.
- Hobi está tentando levar tudo isso nas costas de uma vez só – ela respondeu, incerta sobre aquele ser o momento certo de bater papo com o amigo de seu irmão – Acho que ele vai desmoronar a qualquer momento.
Jimin assentiu, percebendo a dor que assolava a família inteira do melhor amigo. Naquele momento, ele imaginou como os pais dele deviam estar se sentindo, ao ver o rosto daquela que fora a melhor nora que já tiveram, pela última vez.
- Tem um advogado procurando o seu irmão – o rapaz comentou, fazendo Jennie ficar boquiaberta.
- Por que um advogado estaria procurando o meu irmão?
Ela olhou a pequena multidão de pessoas que entravam e saíam da sala onde sua melhor amiga estrangeira estava com ar de suspeita.
- Não sei – Park Jimin encolheu os ombros – Pelo que entendi, Dafne procurou esse advogado um dia antes de morrer.
Jennie fez uma careta, sentindo seu corpo todo ficar gélido.
- Será que... – ela começou, ao que foi interrompida pelo garoto:
- Foi o que pensei também.
A irmã de Hoseok se jogou no chão, aos pés de Jimin, sentar naquele lugar não poderia ser mais reconfortante quando sua cabeça estava prestes a explodir com milhões de teorias a respeito do testamento de sua amiga.
Naquele instante, ela avistou um rosto diferente no meio dos visitantes.
Ela tinha cabelos negros e um olhar adorável e, ao lado dela, Rosé lhe fazia companhia.
A estranha saiu da agência acompanhada por Rosé e, antes que Jennie se atrevesse a ir atrás de sua amiga e perguntar quem era a desconhecida, Taehyung apareceu, com metade de seu rosto coberto por uma máscara, lhe estendendo a mão para que se levantasse.
- Precisamos conversar – foi o que ele disse.

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MEMORY {KTH}
Fanfiction#2 LUGAR no Concurso Uni?o das Fanfics - Primeira Edi??o _________________________________________ Quando um ex-interno de uma clínica psiquiátrica entra em uma nova escola, os veteranos come?am a criar suspeitas sobre seu caráter. O rosto sério e...