Jacaerys Velaryon, o Príncipe do reino. Qual empregada não o quer? Ele é o herdeiro da herdeira, o futuro rei.
É respeitável e zeloso. O Príncipe dos contos de fadas. Se muitos, principalmente alguns dos Verdes tivessem saído da bolha e olhado em volta, teriam percebido que não são os filhos da rainha exilada que o reino canta, é o príncipe Jacaerys, por seriedade responsabilidade. É o Príncipe Lucerys, por sua vontade e amabilidade. O Principe Joverrys, por sua coragem e travessura, e a Princesa Aemma, por sua delicadeza e aparência majestosa.
O herdeiro da princesa é o cavaleiro dos sonhos que as donzelas na juventude costumam sonhar. Então por que não ele? A questão deveria ser: por que mais alguém além de Jacaerys Velaryon?
Alguns perguntariam.
O mesmo estava acima de seu dragão, Vermax, o Dragão de Jade, rondando pela cidade pela segunda vez antes de seguir para o fosso.
Vestido com botas de couro negro, calças de linho ajustadas e apertadas em seu contorno e um gibão grosso de couro fervido preto com bordados em vermelho formando o dragão de três cabeças em seu peito, ele era a visão de um legítimo Targaryen.
Seus olhos violetas eram profundos, seu cabelo clareou ainda mais nos últimos anos e era tão branco quanto a neve mais forte do Norte. E seu crescimento era ainda maior no último tempo, o fazendo ultrapassar um metro e sessenta e cinco aos quartoze dias de nome quase completos.
Caindo graciosamente do seu dragão, ao lado de outros dois dragões. Tyraxes, sendo o filhote de Joverrys, Seasmoke com seu pai, Laenor.
Seu pai trouxe Aethan com ele, enquanto seu irmão veio junto ao irmão mais velho em sua cela, jovem demais para ir sozinho.
Infelizmente o ovo oferecido ao seu primo, Aethan, não chocou, atraindo mais atenções sobre sua ilegitimidade, mas ninguém tinha a coragem de falar isso as suas frentes, sabendo o fim que lhes aguardava.
Era compreensível no entanto sua falta de dragão, afinal Laena era somente 1/3 Targaryen, pelo lado de sua mãe, que também só era metade Targaryen, e o pai suposto do pequeno não tinha sangue valíriano.
Ainda assim Jacaerys apostava por possibilidades dele reinvindicar um dragão no futuro. Desde que estivesse claro sua facção.
Os quatro pararam em frente ao fosso, observando a comitiva que os aguardavam.
Sua mãe, estava com seu irmão, Lucerys ao seu lado direito, e Aemma ao esquerdo. Helaena e Rhaena ao lado de sua irmã e o Senhor Westerling atrás da princesa herdeira.
Ao lado de Lucerys estava a Princesa Rhaenys e seu marido, Lorde Corlys Velaryon.
Rys e Aethan imediatamente arrumaram suas postura ao seu olhar e se colocaram a esquerda dele, em ordem, com Laenor ao seu lado direito.
E todos prosseguiram com passos cuidadosamente treinados.
A frente de sua mãe, Jacaerys se curvou e pegou sua mão em um beijo delicado.
" Vossa Alteza."
" Príncipe Jacaerys, bem-vindo ao lar."
Eles foram guiados para as carruagens e levados ao castelo em ordem, com as mulheres em um, e os homens em outro.
Lorde Corlys mais do que parecia ansioso o suficiente psra falar com seu neto mais velho, do qual não tinha tanto contato além das visitas ocasionais ao seu irmão em High Tide e poucas cartas, excessivamente formais.
Seu neto já tinha a aparência de um homem. Um digno futuro rei. Um rei valiriano por completo.
Talvez ele desejasse um neto mais Velaryon do que Targaryen, mas a história lembra nomes, e não aparência ou sangue. E o sobrenome Velaryon era o que seria lembrado que o futuro rei teve até sua maior idade.
Infelizmente, graças a atitudes de sua esposa ao passado, seu filho é sua família se afastaram mais do que só socialmente reconhecido, mas sim totalmente.
Até a adoção de Lucerys, feita a dois anos, nenhuma de suas cartas ou convites foram respondidos. Nenhum convite foi feito a eles além da corte e onde claramente era somente uma cortesia básica.
A ideia de adotar seu neto, e o herdeiro de seu filho, era uma ideia de tentar obter alguma reação e aproximação. Lucerys era claramente o menino de sua mãe, mas tinha uma força a ser reconhecida, mesmo que entrelinhas.
O casamento entre ele éle Baela deveria ter acalmado sua esposa, mas não, e assim eles não haviam perdido somente quatro netos, mas sim todos os seis, porque as meninas se descobriram extremamente próximas dos rapazes e não aceitaram a forma de agir de sua avó.
O que não esperavam era o quão fortemente iriam fazer a partida do seu neto, o herdeiro do herdeiro de Driftmark, como uma ida a guerra.
Guardas, pajens, cavaleiros. Uma comitiva inteiramente montada por seu irmão a o seguir as terras que um dia deveria herdar. Até mesmo para seus homens isso era uma declaração clsra e aberta; eles não eram confiáveis aos olhos da coroa.
E isso não foi um tapa na cara?
Lucerys chegou a Driftmark extremamente diferente do que esperavam. Um menino verde e mole com bolhas protetoras ao seu redor.
Não. Não foi isso o que o encontrou.
Um menino ainda, sim, mas nada de verde. Embora inseguro e tímido. Claramente afetado pelas falas e sussuros da corte, Lucerys sabia usar a máscara negra com uma personalidade impressionante quando necessário, atingindo dois pontos em sua persona que nem mesmo Rhaenys sabia afirmar quando era verdadeiro ou não.
Em um momento ele seria o menino inseguro, tímido e amedrontado aos olhos com sua família, possivelmente sua verdadeira personalidade. Em outro saberia usar sua língua, assim como sua espada, de maneira mortal.
Este foi o menino que não acreditava ser seu neto? Que tinha receio de ser Lorde de Derivamarca porque significaria a morte dele e de seu filho?
Lucerys não era nem de longe um mestre espadachim como seu irmão, mas sob a tutela da Guarda Real e do irmão, Príncipe Jacaerys, o menino era bom, tinha um grande potencial que tentou desenvolver ao máximo.
O que não esperava era um garoto tão duro e sério em relação a eles, mesmo após todo o caso da Noite Sangrenta e o a coisa toda do Príncipe Abençoado Pelos Deuses.
Mesmo depois de dois anos, ele não o chamaria de avô, muito menos se referiria a sua esposa por algo além de Princesa Rhaenys ou Lady Velaryon, apropriadamente ao momento. Nem mesmo por uma vez ele escorregou.
Seu neto parecia ver a estadia em suas próprias terras como um castigo, dever a ser cumprido e nada além, se fosse pela seriedade colocada em cada palavra, cada ato e passo.
E observando os dois netos mais velhos lado a lado, finalmente poderia dizer quem o fez assim.
Ambos eram diligentes em seus estudos, embora Jacaerys estivesse tão avançado que seus meistres afirmariam que se sairia tão bem na Cidadela que poderia ser o mais jovem senhor a conquistar um elo, ou quantos quisesse.
Lucerys se destacava em geografia, literatura e contas. Seu valiriano era bom, mais do que o suficiente, mas isso se deve exclusivamente manobra de seu irmão em enviar tutores dos cantos mais antigos das Cidades Livres para o ensinar por seis luas.
As cartas semanais deixavam um gosto amargo aos mais velhos, a deferência e devoção dada ao seu neto não seria estendida a eles nem mesmo uma migalha, não importa o quanto tentassem.
Laenor não aceitaria os convites, muito menos responderia as corvos enviados. Jacaerys responderia, como um príncipe formal e educado, mas não como neto e família, tratando tudo como uma resposta a pedido de um senhor.
Joverrys e Aethan eram mais... próximos, em algum sentido da palavra. Nunca tendo chegado a colocar seus pés em suas terras, mas lhe respondiam as cartas com certo entusiasmo infantil.
Aemma Velaryon era uma joia tão escondida e protegida que fazia jus ao apelido de A Joia do Dragão.
Mal se ouvia um sussuro sobre ela que não fosse por algo que seus irmão mais velho e prometido, faria em seu nome.
Como derrubar o filhote mimado dos Lannister.
Comprar tantas joias ou mais quanto o Príncipe Daemon daria antigamente ao Deleite do Reino.
Como a mesma tinha todos ao seu redor enrolados em seu dedo mindinho que o rei faria a loucura de entregar a mesma uma coleção de animais exóticos com mãos de cinco e vinte águias, enviadas pelo Vale de Arryn ao ouvir o interesse da princesa pelo símbolo da casa ancestral de sua avó materna, um alce, dez cães, dez gatos e uma coleção de cavalos vindo do outro lado do Mar Estreito.
O homem enviou a neta uma coleção de peixes exóticos em um aquário feito de vidro de dragão e cristais com uma perola grande sendo usada como puxador da tampa.
Seus netos mais velhos pareciam muito mais interessados a falar entre eles do que com os outros na carruagem.
Ambos conversavam em um valiriano clássico e rápido que até mesmo ele e Laenor tinham dificuldades em acompanhar.
Ao finalmente chegarem a frente da Fortaleza Vermelha, não deixou de se impressionar pela prática entre os quatro netos de conseguirem conquistar as pessoas com somente um olhar e palavras baixas. Era uma arte a ser conquistada que mesmo ele aos sessenta e poucos anos não adquiriu com tamanha maestria.
Ao descerem da carruagem, Corlys observou como todo o ar parecia mudar. Desde sua chegada a Fortaleza poderia, e sabia, que algo estava diferente. Sua esposa concordou silenciosamente, e agora poderia ver em primeiro lugar o que era.
A forma como os soldados imediatamente entraram em posição de sentido e preparados psra qualquer comando, como os empregados, mesmo os mais baixos se organizavam e mantinham a seriedade.
Mesmo os membros do Pequeno Conselho estavam presentes e agindo de forma excessivamente zelosa.
E tudo isso por ele.
Por seu neto.
Pelo seu maior novo orgulho.
O Príncipe Jacaerys Velaryon.
E Corlys precisou pensar novamente em suas falas a esposa um longo tempo atrás. Talvez sim, o sangue não importasse... mas as Aparências sim.