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?Cora??o de Bad Boy

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"Bom, o que você quer saber? Eu sou Joong Archen, 23 anos, estudante de Cinema e, pelo que dizem, o cara mais falado – e desejado – da faculdade. Não que eu esteja reclamando. Tenho 1,89 de altura, um físico que malho o suficiente pra me manter em forma (sem exageros, claro), cabelos escuros raspados nas laterais e um pouco mais compridos no topo. Dá trabalho pra manter no lugar, mas, sabe, as pessoas gostam. Meus olhos? Não sei o que elas veem neles, mas já ouvi coisas como ‘penetrantes’, ‘hipnóticos’ e, a minha favorita, ‘perigosos’. Acho graça. 

Não vou mentir, minha vida é um caos controlado, mas eu gosto assim. Chegar atrasado às aulas, fazer o professor revirar os olhos enquanto metade da sala olha pra mim – isso é quase um esporte. E sobre os relacionamentos? Ah, eles vêm fácil, sabe? Um sorriso torto, uma piscadela, talvez um elogio sussurrado no ouvido, e pronto. Não é premeditado, juro. Eu só... sou assim. Naturalmente encantador. 

Meu celular parece um cardápio. Loiras, morenas, altas, baixas, magras, mais cheinhas... de todas as cores, idades e jeitos. Como diz a música, já tive de todos os tipos. E, honestamente, não estou exagerando. Minha vida é como uma playlist infinita. Cada notificação, mais uma canção. Não me entenda errado – não estou reclamando. Só... é o que acontece quando você é ‘isso’... às vezes nem consigo acompanhar quem está atrás de mim naquele momento. Sempre tem alguém mandando algo como ‘Saudades de ontem...’ ou ‘Vai ter repeteco hoje?’. Eu não procuro por isso, é sério. Simplesmente acontece. Afinal, carisma tem um preço, né?" 

Já perdi as contas de quantas pessoas tentaram alguma coisa comigo. Algumas são diretas, outras deixam bilhetes nos meus cadernos, e teve até uma que esperou por mim no estacionamento com um café na mão e disse: ‘Achei que você podia gostar.’ O problema? Eu nem bebo café. É lisonjeiro, claro, mas, sinceramente, essas investidas me cansam às vezes. 

E, olha, vou ser sincero: relacionamentos? Ah, não são pra mim. Nunca foram. A ideia de ficar preso a alguém... isso simplesmente não faz sentido. Eu prefiro viver o momento, aproveitar o que a vida tem de melhor. Não é egoísmo, é só... lógica. Pra que complicar, sabe? Um momento prazeroso, uma conexão passageira, e depois cada um segue seu caminho. Simples, sem drama, sem amarras. Eu sou bom nisso. Um sorriso, um elogio, um toque casual. As pessoas sabem o que esperar de mim. Pelo menos, era isso que eu achava. 

Sim, eu já fiquei com metade das pessoas da faculdade, se não mais. Mas, antes que me julgue, saiba que nunca fiz promessas. Sempre fui claro sobre minhas intenções. Quer algo casual? Perfeito, isso é comigo. Agora, se você está atrás de compromisso, melhor procurar outro cara. Sério. 

Pelo menos, era assim até Dunk Natachai

E aí que tá o detalhe mais louco dessa história. Porque, veja bem, eu nunca pensei em me envolver com um cara. Nunca passou pela minha cabeça. Mulheres sempre foram minha zona de conforto, sempre soube exatamente como agir. Mas então... apareceu Dunk. E, pela primeira vez, eu não tinha um roteiro pronto.

"Palavra forte pra quem não queria nada com ninguém...ou será que era somente com garotas?"

Agora... meu estilo. Sou um cara simples e prático. Jaqueta de couro, camiseta preta ou cinza, jeans rasgado e minhas botas favoritas. Acessórios? Só pulseiras de couro e, às vezes, uma corrente discreta. Nada de exageros. Gosto de parecer arrumado sem esforço, entende? Ah, e tem a tatuagem no braço direito. É em latim: ‘Audaces fortuna iuvat.’ Significa ‘A sorte favorece os audazes’. Meu pai dizia isso antes de cada projeto, e eu levei comigo. 

Minha personalidade? Diria que sou confiante, sarcástico e direto ao ponto. Não tenho paciência pra rodeios. Faço primeiro, pergunto depois – se é que pergunto. Algumas pessoas me chamam de cafajeste, mas eu prefiro ‘honestamente complicado’. Sou descontraído na maior parte do tempo, mas tenho um lado mais intenso. Um lado possessivo e ciumento, mas não de forma sufocante. É mais como se eu precisasse reafirmar constantemente que Dunk é meu, mesmo que só entre nós dois. E quando digo ‘meu’, é porque eu faço questão de deixar isso claro com aquele olhar dominante que faz seu coração disparar. Eu? Joong Archen? Três horas parado na porta da biblioteca porque um cara ria demais das próprias piadas perto do Dunk? Isso não fazia sentido. Mas ali estava eu. E, sinceramente? Nem sei explicar.

Ah, tem algo engraçado nisso tudo. Apesar de todo esse papo de bad boy, tem uma coisa que poucos sabem: sou apaixonado pelo cinema clássico e, por mais irônico que pareça, tenho um fraquinho por filmes de romance dos anos 80. Às vezes, nas noites em que estamos juntos, eu e Dunk, coloco Dirty Dancing ou Quando Harry Conheceu Sally e finjo que é só porque ‘os diálogos são bons’, mas é porque eu gosto de como essas histórias fazem o amor parecer simples. Filmes antigos me fascinam, e acho que é por isso que escolhi Cinema. Tenho esse sonho meio clichê de dirigir um filme que deixe as pessoas sem palavras. 

Agora, se eu sou um problema? Provavelmente. Mas, como eu sempre digo, às vezes, o problema é o que torna tudo interessante. Afinal, qual seria a graça de uma vida previsível?" 

Minha vida é um filme. Não, sério. Às vezes, parece que estou vivendo em uma dessas produções dos anos 80, onde o cara tem tudo – ou pelo menos tudo o que as pessoas acham que ele deveria ter. Eu cresci entre câmeras, rolos de filme e roteiros esquecidos em cantos de estúdios. Meu pai, Marcos Archen, foi um cineasta renomado, e por mais que eu fosse só mais um garoto na sala de edição, acabei me tornando parte do cenário. Ele dizia que o cinema era mais que uma arte – era uma forma de entender a vida. Não que eu tivesse tempo para isso, mas, claro, o tal ‘olhar’ do cineasta me pegou. Eu observava tudo ao meu redor como se fosse uma cena, analisava os ângulos, os movimentos. Até as pessoas eram como personagens secundários – ficava com elas, mas nunca me prendia à trama. 

Era uma vida de festas e encontros, e meu maior esforço era manter os outros à distância. Elas me queriam, e eu gostava disso, sem compromisso, sem promessas. Acordava, olhava para a pessoa do lado e, sem dizer uma palavra, mandava ela embora antes do almoço. Porque, no fundo, não sou um cara complicado. Eu sei o que quero, e, se você não souber, melhor sair de cena. 

As festas eram o meu cenário preferido. As luzes piscando, o som alto, as pessoas dançando, risadas por todos os lados. Eu era o centro, e isso fazia sentido. Quem não queria estar perto de Joong Archen, o cara que parecia ter tudo? 

Mas o que ninguém sabia é que, entre uma conquista e outra, entre um copo de whisky e outro, eu me via no mesmo lugar – com o vazio de sempre. 

Minha relação com meu pai? Complexa, como qualquer coisa em minha vida. Ele sempre foi o cineasta, o grande diretor, a estrela do show. Ele me dizia que a vida era como um filme e que não importa quão grande seja o papel, o importante é como você se entrega a ele. Mas, no fundo, nunca me senti mais do que o ator coadjuvante em sua obra-prima. 

Até Dunk Natachai entrar em cena. E, como qualquer bom plot twist, ele bagunçou toda a história. Inclusive, a minha.

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