Entre Sorrisos e Lágrimas

O corredor do hospital era silencioso, exceto pelo som distante de passos apressados e o zumbido baixo das luzes fluorescentes. Joong estava sentado em uma cadeira de plástico duro, as mãos tremendo, os olhos fixos no chão. Ele não sabia há quanto tempo estava ali. Minutos? Horas? O tempo parecia ter perdido o significado desde que os médicos levaram Dunk para a sala de emergência.

Cada segundo era uma tortura. Joong tentava se concentrar na respiração, mas era impossível. Sua mente estava inundada de pensamentos - Dunk pálido, tremendo, lutando para respirar. A imagem do namorado sendo levado às pressas pelos médicos ainda estava fresca em sua mente, e ele sentia um vazio no peito, como se parte dele tivesse sido arrancada.

- Por favor, por favor, por favor... - Joong sussurrava para si mesmo, as mãos entrelaçadas como em uma prece. Ele não era religioso, mas naquele momento, estava disposto a acreditar em qualquer coisa, em qualquer um, se isso significasse que Dunk ficaria bem.

O som de passos se aproximando fez Joong levantar a cabeça rapidamente. Um médico, com uma expressão séria e cansada, se aproximava. Joong se levantou tão rápido que a cadeira quase caiu para trás. Ele mal conseguia respirar, o coração batendo tão forte que parecia que ia sair do peito.

- Senhor Joong? - o médico perguntou, conferindo uma prancheta.

- Sim, sou eu. Como está o Dunk? Ele vai ficar bem? - As palavras saíram em um turbilhão, a voz de Joong tremendo tanto quanto suas mãos.

O médico fez um gesto calmante, mas a expressão dele não era reconfortante. - O Dunk está estável por enquanto. Conseguimos controlar a crise, mas... a situação dele é grave.

Joong sentiu as pernas amolecerem, mas ele se segurou, agarrando o braço da cadeira. - Grave? O que isso significa? O que ele tem?

O médico suspirou, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas. - A condição do Dunk é complexa. Ele tem uma doença rara que afeta seu sistema imunológico e vários órgãos. Até agora, conseguimos controlar os sintomas com medicação, mas... - Ele fez uma pausa, olhando Joong nos olhos. - A medicação não está mais sendo suficiente. Ele precisa de uma cirurgia.

- Cirurgia? - Joong repetiu, a voz quase um sussurro. - Que tipo de cirurgia?

- É uma cirurgia de alto risco - o médico explicou, a voz calma, mas firme. - Envolve a remoção de parte do tecido danificado e a reconstrução de alguns órgãos. Se tudo der certo, pode melhorar significativamente a qualidade de vida dele. Mas... - Ele hesitou, como se soubesse que as próximas palavras seriam difíceis de ouvir. - Há riscos. A cirurgia é delicada, e há uma chance de complicações. Além disso, o custo é bastante elevado.

Joong sentiu o chão desaparecer sob seus pés. - Quanto? - ele perguntou, a voz rouca.

O médico mencionou um valor que fez Joong engolir em seco. Era mais do que ele e a mãe adotiva de Dunk tinham em suas contas. Muito mais. Ele mal conseguia processar a informação, a mente girando em torno de números e possibilidades impossíveis.

- Eu... eu não tenho esse dinheiro - Joong admitiu, a voz quebrada. - Mas ele precisa dessa cirurgia, certo? Ele não vai... ele não vai sobreviver sem ela?

O médico olhou para Joong com uma mistura de compaixão e realismo. - Sem a cirurgia, a condição do Dunk continuará a piorar. Ele pode não resistir a outra crise como a de hoje. Mas... - Ele fez uma pausa, como se estivesse pesando suas palavras. - A cirurgia não é uma garantia. Há riscos significativos, e mesmo que tudo corra bem, a recuperação será longa e difícil.

Joong sentiu as lágrimas queimando em seus olhos, mas ele as segurou. Ele não podia desmoronar. Não agora. Não quando Dunk precisava dele.

- O que eu posso fazer? - Joong perguntou, a voz cheia de desespero. - Eu... eu preciso salvá-lo. Eu não posso perdê-lo.