— Apartamento, primeira noite de liberdade —**
Quando o elevador abriu, Joong sentiu o cheiro antes de ver qualquer coisa.
Comida caseira. Temperos. Arroz recém-feito. Molho fervendo.
Cheiro de casa. Cheiro de afeto.Dunk segurava sua mão firme, como se ainda tivesse medo de que ele sumisse.
Joong não tirava os olhos do rosto dele — parecia um viciado finalmente saciado. Cada traço, cada linha, cada piscada.Quando a porta do apartamento abriu, foi a a senhora Park, mãe adotiva de Dunk quem apareceu. Os cabelos grisalhos presos num coque, o avental manchado de molho, e o rosto já marejado antes mesmo de dizer qualquer coisa.
Ela não disse nada. Só abriu os braços.
Joong hesitou por um segundo, mas então se deixou envolver. O abraço foi apertado, demorado, quente como ele não sentia há anos.
— Bem-vindo de volta pra casa, meu filho. — ela sussurrou, com a voz embargada. — Você merece recomeçar. E vai ser aqui. Com a gente.
Joong não conseguiu responder. Só assentiu, a garganta fechada, e sentiu a mão de Dunk apertar a sua de novo, firme.
A mesa já estava posta. Arroz fresquinho, estrogonofe, salada.
A mulher servia os dois com alegria contida, passando a mão pelos cabelos de Dunk, dando tapinhas no braço de Joong, como se quisesse garantir que os dois estavam mesmo ali, vivos, inteiros.Mas mesmo enquanto comiam, Joong não desgrudava de Dunk.
Um braço no ombro.
Um beijo demorado no cabelo.
Uma mão pousada firme na coxa, sob a mesa.
Olhares que diziam "me espera só mais algumas horas" a cada garfada.Depois do jantar, ela os deixou sozinhos.
— Tô indo dormir. Vocês dois... se cuidem.
Joong olhou pra ela com um respeito quase religioso.
— Obrigado. Por tudo. Por nunca me virar as costas.
Ela sorriu, os olhos brilhando.
— Você voltou pro meu filho. Isso é tudo o que importa.
E foi. Silenciosa, como quem entende que agora o que vem... é só deles.
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O quarto estava escuro, exceto pela luz baixa da rua entrando pelas persianas. A janela aberta deixava o ar noturno tocar a pele deles — pele que já ardia antes mesmo do primeiro beijo.
Joong estava ajoelhado na cama, o corpo entre as pernas de Dunk, o rosto colado no pescoço dele, inspirando fundo.
Três anos. Três anos com esse cheiro só na memória.
— Você ainda é meu. Inteiro. — ele sussurrou, a voz grave, densa de promessas e culpa. — E agora eu posso tocar. Sem pressa. Sem medo. Sem tempo contado.
Dunk segurou o rosto dele com as duas mãos.
— Você voltou pra mim. E eu nunca mais vou soltar.
Joong inclinou-se, os lábios encostando devagar na pele da clavícula, no peito, no estômago. Beijos que queimavam. Beijos que pediam desculpa e diziam "eu te amo" ao mesmo tempo.
E Dunk deixava. Arqueava sob o toque dele. Chorava quieto — de alívio, de desejo, de amor demais.
— Me faz seu. De novo. Como naquela cela. Mas agora… agora aqui é casa. Aqui é nosso.
Joong rosnou baixinho. Não de raiva, mas de fome. De ternura bruta.
Subiu de volta até a boca do namorado e beijou com força, a língua tomando o espaço, as mãos segurando os quadris dele com uma firmeza quase desesperada.— Eu pensei em você todo santo dia. Deitado numa cama dura, me masturbando no escuro com sua voz na minha cabeça. Pequeno... você não tem ideia. Eu quase enlouqueci.
— Então enlouquece agora. Mas comigo. Aqui. Em mim.
Joong tirou a própria camisa devagar, deixando os músculos sob a luz tênue, mais forte, mais largo, mais homem do que nunca. E Dunk o olhava como se estivesse vendo o céu depois de anos no escuro.
Eles se despiram como quem desmonta uma armadura. Sem medo. Sem vergonha. Apenas pele e verdade.
E quando Joong entrou em Dunk, foi como voltar pra casa.
Foi devagar, sentindo tudo, até onde o corpo do outro permitia.
Dunk gemeu, arranhou suas costas, mordeu o ombro dele pra não gritar alto demais.— Me olha, pequeno. Me sente. Isso é real. Eu tô aqui. E nunca mais vou embora.
Os corpos se moviam em sintonia, suados, grudados, marcando um ao outro como se ainda houvesse guerra lá fora. Mas ali, entre aqueles lençóis, era paz.
— Você é meu.
— Sou. Desde sempre.Horas passaram como segundos. Trocas de posições, beijos que ficavam entre gemidos, promessas sopradas no ouvido, mãos firmes segurando onde doía — mas era dor boa. Era dor de vida voltando.
Quando o corpo de Dunk tremeu e ele gozou nos próprios dedos com Joong ainda dentro dele, os olhos marejados encontraram os do namorado.
— Você sobreviveu por mim. Agora vive por nós.
Joong enterrou o rosto no pescoço dele e veio logo depois, com um gemido rouco, abafado, como quem exorcizava anos de pesadelos.
E por fim, deitaram. Em silêncio. No escuro. Abraçados.
Joong beijava a testa dele.
Dunk traçava os músculos das costas dele com os dedos.— Vamos fazer nossa casa. Vamos viajar. Ver o mar. Comer pizza às três da manhã. Viver.
Joong sorriu contra a pele do namorado.
— Vamos. Até o fim do mundo.

VOC? EST? LENDO
Entre Sorrisos e Lágrimas
FanfictionJoong Archen, o famoso bad boy da faculdade, é o tipo de cara que vive a vida sem compromissos, sempre com um sorriso sarcástico no rosto e um charme irresistível. Com sua atitude despreocupada e um olhar que hipnotiza, ele nunca imaginou que alguém...