抖阴社区

Capítulo 99

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PELA JANELA

Eu estava perdendo tempo. Muito tempo.
Cada segundo nisso era uma fração de vantagem que eu dava para a morte.

Clara. Será que ela ainda estava viva?.

Minha mãe. Será que ela havia pensado em alguma outra coisa para ajudar Clara enquanto eu não chegava?.

E Vitória?. Será que ela estava se mantendo forte?. Será que ela já tinha percebido que algo estava errado?.

Será que alguém tinha notado que eu estava demorando demais?. Ou será que todos estavam confiando cegamente que eu daria um jeito, como sempre?.

Respirei fundo, tentando organizar as ideias. Meu corpo queria parar, queria descansar, mas minha cabeça sabia que não podia. Aquele homem ainda está na minha frente, vivo e me encarando furioso.

Ele bufava como um touro, os ombros largos subindo e descendo enquanto avançava. A cada passo, o chão parecia vibrar com o seu peso. Seus olhos estavam injetados, cheios de fúria.

Eu respirei fundo, forçando meu corpo cansado a se mover mais rápido. Ele levantou o braço, o punho enorme cerrando com força. O movimento era direto, e se aquele soco me acertasse, eu apagaria na hora e estariamos condenados.

Assim que o braço dele começou a descer, me abaixei de repente, em disparada, o rosto quase tocando o chão para sair da linha do golpe. O vento do soco passou por mim como uma lufada quente.

Ele colocou tanta força no movimento, confiante de que me acertaria, que perdeu o equilíbrio por um instante, tropeçando um passo à frente.

Girei para o lado, os pés escorregando levemente no chão, e foquei na lateral do corpo dele, exposta. Antes que ele pudesse se virar, lancei meu punho com tudo, mirando suas costelas. O golpe foi em cheio, o som abafado de carne e osso me atingindo junto com uma onda de dor que subiu pelo meu braço.

Por um momento, esperei ouvir o som da dor, talvez um grunhido, mas nada aconteceu. Ele sequer recuou. Parecia que o golpe havia sido inútil, como se eu estivesse socando uma muralha fixa.

Dei um salto para o lado, criando distância, tentando calcular meu próximo movimento antes que ele pudesse reagir.
O que mais eu poderia fazer?.
Pensar rápido. Atingir onde dói. Testa?. Garganta?. Joelhos?. Qualquer ponto que fizesse ele sentir, por mais insignificante que fosse. Eu precisava de uma abertura, e precisava agora.

Ele veio para cima novamente, mais rápido desta vez, como se o golpe que eu havia desferido só tivesse atiçado ainda mais a fera. O seu braço bom se moveu em arco perfeito, visando meu rosto. Assim que o soco se aproximou, desviei mais uma vez, inclinando o corpo para o lado.

Aproveitei a abertura que ele deixou, seu corpo exposto por um segundo quando seu golpe passou no vazio.
Flexionei meu joelho e lancei meu pé em um arco alto, ficando na lateral da cabeça dele.

Sua mão grande agarrou meu tornozelo com facilidade, como se antecipasse o movimento. Antes que eu pudesse tomar noção do que havia acabado de acontecer, senti o mundo girar. Ele me puxou, levantando meu corpo do chão e me deixando praticamente de ponta cabeça. O sangue subiu para minha cabeça em segundos, e a vertigem ameaçou tomar conta.

Minhas mãos se debateram no ar, buscando algo, qualquer coisa para me estabilizar. Mas ele não deu tempo. O olhar dele, frio e vazio, fez o pânico subir pela minha espinha.

Eu travei o abdômen, tentando usar a força do próprio corpo para me impulsionar e escapar, mas ele segurava firme meu tornozelo como se eu fosse um brinquedo, e a força dele me fez sentir insignificante, me fez questionar todos os meus anos de treino e prática.

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