Puxou o histórico de Yara. Os casos que ela participou. Os acessos aos arquivos.
E ali, outro alerta: Yara havia solicitado dados de vigilância da rua de Ada antes da denúncia do desaparecimento ser oficializada."Por que diabos ela faria isso?", pensou.
Pegou a chave do carro e saiu.
Havia algo errado. Algo fedendo sob a fachada impecável.E se Yara...?
Não. Era cedo demais pra acusar. Mas tarde demais pra ignorar.
Ele precisava encontrar Ada.
Antes que o mundo explodisse — ou que Yoongi o fizesse por ele.
[...]
Ada não era o tipo de mulher que quebrava.
Podia sangrar. Podia gritar por dentro. Mas quebrar... nunca.
Aprendeu a sobreviver com elegância, frieza e silêncio — e agora, cada traço disso era sua única arma.Já se passavam dias. Ou ela achava que sim.
Sem relógio, a única contagem vinha dos passos dos homens do lado de fora. Dois brutamontes, armados, que se revezavam sempre que Yara deixava o local. Eles não falavam com ela. Nem olhavam.As portas e janelas eram trancadas por fora.
Nada de maçanetas internas. Travas de ferro.
Era como viver dentro de uma caixa de vidro com paredes invisíveis.Mas Ada não estava parada.
Ela observava. Escutava. Memorizava cada som, cada cheiro, cada sombra que passava pela fresta da cortina.Na segunda manhã, desmontou a parte de baixo da cama com a perna de um abajur.
Escondeu o pedaço de madeira pontiaguda atrás do vaso sanitário.
Na terceira, testou os tijolos do banheiro, batendo com o sapato. Achou um que soava oco.
Ainda não tinha como sair. Mas se houvesse uma chance, ela estaria pronta.O que mais a incomodava não era o cativeiro.
Era o jogo por trás dele.
Yara seguia ordens. Isso já estava claro. Mas de quem?E por que ela?
Ada se deitou no chão da sala quando ficou sozinha. Fechou os olhos. Refez mentalmente o momento no carro. A voz grave. A postura rígida. As mãos nos bolsos. O tom de quem não precisava ameaçar.
Ela conhecia aquela voz.
Não perfeitamente. Mas... havia algo ali. Uma memória escondida atrás de outra.
Alguém de convivência indireta. Talvez do hospital. Talvez da delegacia.A ficha ainda não tinha caído. Mas estava pendurada. Quase lá.
Yara voltou mais tarde, carregando comida.
Arroz, carne, legumes. Tudo perfeito demais. Preparado por alguém. Por ela, talvez.Ada não tocou no prato.
— Não tá com fome? — Yara perguntou, sentando-se à mesa com naturalidade irritante.
— Estou alimentando algo mais urgente. — respondeu, fria.
— O quê?
Ada a fitou.
— A paciência.
Yara sorriu. Mas havia tensão no fundo dos olhos dela agora.
A doutora não estava quebrando. Estava calculando.E isso... era mais perigoso do que qualquer fuga.
[...]
Ada havia passado dias observando cada canto daquela casa.
Contando os passos dos seguranças, testando as maçanetas, ouvindo o som das trancas do lado de fora.
Ela era calma. Fria. Paciente.
Mas agora, o silêncio lá fora... era sua única chance.

VOC? EST? LENDO
Além do crime +18
FanfictionEm uma cidade onde a escurid?o n?o dorme e a justi?a é apenas uma ilus?o bem ensaiada, três destinos colidem em um jogo mortal de segredos, sangue e escolhas impossíveis. Jeon Jungkook é o detetive mais jovem a subir aos escal?es do FBI - inteligent...
Capitulo 17
Come?ar do início