Música no topo do capítulo use fones para melhor experiência 🎧📖❤️
O alarme estridente soou como uma sirene de guerra às 5 da manhã. A cela se abriu com um tranco seco.
— LEVANTA, LIXO! DUCHA AGORA! — berrou um dos carcereiros, batendo o cassetete na grade.
Yoongi abriu os olhos devagar. Jungkook já estava sentado na cama de cima, os cabelos desgrenhados, os olhos vermelhos de cansaço.
— Que delícia... — murmurou Jungkook, pulando da beliche. — Começar o dia com um banho gelado e ameaças de morte.
Yoongi esticou o pescoço, estalando as costas.
— É quase um spa... de guerra.
Eles seguiram pelo corredor estreito, espremidos entre outros presos. O cheiro era um misto de suor, mofo e metal enferrujado. Alguns já começavam a se empurrar antes mesmo de chegarem no vestiário. A tensão era densa como fumaça.
No chuveiro, a água caía como lâmina congelada. Não havia porta, nem dignidade.
Jungkook se virou para Yoongi, tremendo de frio.
— Precisamos de uma ligação. Eu preciso falar com Taehyung. — sussurrou. — Se alguém pode bolar um plano, é ele.
Yoongi esfregou o rosto e olhou ao redor. Um cara estava sangrando no canto, dois brigavam na outra ponta. Um terceiro apenas gargalhava enquanto esfregava sabão nos ombros tatuados.
— Já vou avisando, Jeon. — disse, entre dentes. — Depois que minha cara aparecer no Jornal... a sua vai estar ao lado. "Detetive envolvido com organização mafiosa e amante da principal testemunha."
Jungkook bufou, ainda com água escorrendo no rosto.
— Depois do que a gente descobriu sobre o chefe Park... eu acho que nunca mais piso numa delegacia na minha vida.
Yoongi deu uma risada sem humor.
— Você fala como se ainda tivesse escolha.
O silêncio pairou por alguns segundos. A água gotejava, o metal ecoava.
— No final de tudo... — Jungkook murmurou. — O que será que ela está fazendo agora?
Yoongi ficou em silêncio por um tempo.
— Espero que esteja viva. Só isso já é pedir demais ultimamente.
Ambos encararam o chão sujo.
E por um momento... o barulho da cadeia sumiu. Só o nome dela ficou.
Ada.
[...]
O sol entrava tímido pelas cortinas de linho claro. Tudo naquele quarto era impecável: o piso de mármore polido, o armário embutido de madeira esculpida, os lençóis finos de algodão egípcio. Uma mansão de revista. Um sonho para qualquer um.
Menos para ela.
Ada acordou com o rosto inchado e a garganta seca. Não sabia se tinha chorado mais durante a noite ou apenas sentido tanto que o corpo cedeu ao sono por exaustão.
Estava deitada naquela cama enorme, sozinha. A mente fervilhava. Tudo era mentira. Tudo era armadilha.
Um leve toc toc na porta.
— Senhorita Ada... o café está servido. — a voz da governanta era gentil, mas distante. — Seu pai a espera.
"Pai."
Ela quase riu ao ouvir a palavra. Quase vomitou. Afastou as cobertas devagar, o corpo dolorido de tensão, e caminhou até o banheiro de azulejos brancos. Lavou o rosto, prendeu os cabelos. Olhou seu reflexo no espelho: os olhos verdes estavam opacos. Quase irreconhecíveis.

VOC? EST? LENDO
Além do crime +18
FanfictionEm uma cidade onde a escurid?o n?o dorme e a justi?a é apenas uma ilus?o bem ensaiada, três destinos colidem em um jogo mortal de segredos, sangue e escolhas impossíveis. Jeon Jungkook é o detetive mais jovem a subir aos escal?es do FBI - inteligent...