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XV

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 Luana Walsh

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Luana Walsh.

Merle estava morto. Ele havia sequestrado Michonne, ficamos sabendo que o Governador pediu Michonne e em troca nos deixaria em paz. Rick cogitou a ideia, por isso Merle havia seguido com o plano, mas ele desistiu no meio do caminho soltando Michonne. Ele morreu levando uma boa parte dos homens do Governador, o que para nós, foi uma luz no fim do túnel. Mas aparentemente, ninguém além de seu irmão havia ficado triste.

Daryl estava em seu poleiro, sozinho em sua própria tristeza. Já era noite, mas ninguém conseguia dormir, nem mesmo Baby. Então, após lhe alimentar, eu caminhei até o poleiro, onde Daryl dormia. Eu não o conhecia, nunca tínhamos conversado tanto tempo, não sabia de muitos detalhes de sua vida, porém, sempre que eu lhe encarava, sentia que seu coração era puro.

— Oi. — Murmurei, me sentando no colchão fino, ao seu lado.

Daryl apenas me encarou sem expressão, e então me ignorou.

— Eu sinto muito. — Disse.

— Todo mundo diz isso. — Murmurou. — Não faz diferença.

— Não. Mas talvez ficar do seu lado pode fazer. — Retruco. — Ninguém deve passar pelo luto sozinho. É doloroso.

— Acha que estou sofrendo pelo meu irmão? — Ele ergue a sobrancelha. — Pareço estar sofrendo?

— Não parece, mas sei que está. Era seu irmão, afinal. Vocês se amavam, do jeito de vocês... Mas era amor.

Ele deu uma leve risada irônica. Mas bastou alguns segundos, pra que ele limpasse uma lágrima teimosa em seu rosto.

— Você pode chorar se quiser. — Disse baixinho. — Faz bem.

Ficamos um tempo assim, Daryl com suas lágrimas silenciosas, enquanto eu embalava Baby. A pequena, por sua vez, emitia barulhos desconexos a fim de chamar atenção e logo seu desejo foi atendido. Daryl a encarou com curiosidade.

— Quer segurar? — Pergunto.

Ele não hesitou em estender os braços, o que me fez sorrir. Baby logo se acomodou no colo de Daryl, que apesar da falta de jeito, fez o possível para ser delicado. Como sempre, minha filha logo levou os finos dedinhos aos fios grudados no queixo de Daryl.

— Acho que ela tem uma coisa por barbas... — Disse, rindo.

— Talvez ela só goste de brigar. — Retruca. — Não é? Briguenta...

— Talvez. — Concordo. — Ei... Obrigada por voltar.

Ele apenas me encara, em silêncio.

— Sei que cheguei a pouco tempo, e você não me conhece... Mas... — Suspiro. — Gosto de você... Não sei explicar. É como se, apesar de toda a sua faixada, é como se eu pudesse ver quem você realmente é por seus olhos. Sei que sofreu, você tem um olhar de quem sofreu muito e aguentou muito. Talvez você tenha tido vários motivos pra trilhar um caminho ruim, talvez um caminho como seu irmão. Mas você manteve o que está ai dentro... — Aponto para seu peito, na direção do coração.

Redemption | Shane WalshOnde histórias criam vida. Descubra agora