抖阴社区

Capítulo 45

443 36 13
                                        

Dizem que o bom de uma briga é o sexo da reconciliação.
E, se fosse verdade, Elle e Max estavam dando aula prática nos últimos dias.

Depois do reencontro, não houve promessas emocionadas nem planos mirabolantes sobre o futuro.
O que houve foi toque. Corpo. Silêncio cheio de significado.
Um "fica" dito com o peso exato. E ele ficou.

Desde então, estavam reaprendendo a estar juntos como antes — com os pés descalços na cozinha, com olhares trocados de um canto pro outro da sala, com a rotina que voltava a fazer sentido aos poucos.
Sem pressa.
Mas com intenção.

Naquela manhã, Elle acordou antes do despertador. O sol filtrava pelas cortinas de linho do quarto de Max, e ele ainda dormia — um braço jogado por cima da cintura dela, a respiração pesada no pescoço.
Os lençóis estavam embolados, o corpo dele colado ao dela com a naturalidade de quem não queria nem precisava fingir nada.

Ela virou o rosto devagar e observou.
O cabelo bagunçado, a barba por fazer, o maxilar firme mesmo relaxado.
Era bonito. De um jeito simples.
De um jeito que ela quase perdeu.

Elle passou os dedos de leve pelo peito dele, apenas para senti-lo reagir.
E ele reagiu.

— Tá cedo... — Max murmurou, com a voz rouca e preguiçosa.

— Eu sei.

— Então volta.

A mão dele desceu da cintura para o quadril, puxando-a mais.
Ela riu.
— Você tem que voar pra Zandvoort em poucas horas.

— É. — ele fechou os olhos de novo. — Então a gente ainda tem tempo.

E beijou o ombro dela, lento, como quem não queria que o dia começasse.
Elle suspirou, de olhos fechados, deixando-se ficar mais um pouco.
Por mais alguns minutos, não havia GP, avião ou paddock.
Só os dois.
E a certeza que, apesar de tudo, eles ainda estavam ali.

O avião particular saiu de Nice pouco depois do meio-dia.
Durante o voo, Max estava em clima de piada, com um sorriso que Elle não via há semanas.
Ela usava uma calça confortável, blusa branca e óculos escuros, e toda vez que pegava o celular, ele tentava espiar.

— Você tá falando com quem? — ele perguntou, encostado na poltrona ao lado.
— Com a Victoria.
— Medo.
— Ela disse que Sophie tá preparando o "cenário de guerra" pra sua chegada.

Max ergueu as sobrancelhas.
— Ela exagera.
— Ela disse que sua mãe já separou o chinelo.

Ele deu uma risada curta.

— Não duvido.

— E eu quero muito ver isso de perto.

A casa de Sophie ficava numa rua calma, não muito longe do circuito.

Era uma casa viva.
Com cheiro de pão recém-assado, quadros antigos e móveis de madeira clara.
Havia brinquedos espalhados no tapete da sala, e o som de risadinhas infantis vindo dos fundos.

— Tá parecendo campo de batalha? — Max provocou, entrando primeiro com a mala de mão.

Sophie surgiu do corredor com o cabelo preso em um coque bagunçado, pano de prato no ombro e um olhar que só mãe consegue fazer.

— Eu devia te deixar dormir do lado de fora depois da vergonha que você me fez passar. — ela disse, seca.

Max já esperava.
— Mãe...

E levou o peteleco assim que se aproximou.
— Na frente de câmera? No paddock? Você acha que eu criei você pra sair no jornal por causa de soco?

Sophie virou para Elle.
— E você? Tudo bem? Ainda aguentando esse cabeça-dura?

Red Line | Max Verstappen ??Onde histórias criam vida. Descubra agora