Vamos fingir que a autora burra aqui não esqueceu de postar o capítulo inteiro e publicou apenas a cena de sexo? 🤡
Agora sim, o capítulo completo!! KKKKKK
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Já tinham se passado três dias desde a chegada de Gabriela, e, para o alívio de Carina, os dias haviam transcorrido com tranquilidade.
Como ela havia previsto, Alex estava interpretando o papel de bom marido com um zelo quase cômico: chegava em casa cedo, não fazia hora extra, mantinha-se sóbrio, presente, envolvido com a rotina da filha, e até gentil nas palavras. Fazia questão de estar à mesa no jantar, de se oferecer para lavar a louça ou ajudar Andrea com as tarefas da escola.
Carina não podia deixar de perceber como tudo aquilo era encenação. Um teatro cuidadosamente dirigido para os olhos de Gabriela. E, embora ele tentasse parecer espontâneo, havia um esforço contido demais em cada gesto.
Mas Gabriela não era uma plateia qualquer, e com certeza não era ingênua. Bastava observá-la em silêncio durante o café da manhã, com os olhos ligeiramente semicerrados e a xícara entre os dedos, para entender que ela não acreditava em uma só vírgula daquela encenação.
Ela sabia a verdade. E, se em nenhum momento ela o confrontava diretamente, era apenas porque entendia que existiam batalhas que se escolhe não travar de imediato. Havia algo em seu olhar que dizia que ela estava apenas aguardando.
Foi nesse espaço de dias que Carina também começou a notar algo que a inquietou mais profundamente do que esperava: o comportamento de Andrea.
À primeira vista, tudo parecia normal. A menina continuava carinhosa, falante, sorridente. Mas, aos poucos, entre as frestas do cotidiano, Carina percebeu sinais sutis, quase imperceptíveis, de uma hesitação nova.
Em alguns momentos, Andrea parecia se encolher levemente quando o pai se aproximava. Outras vezes, ela olhava para ele como quem calcula o risco antes de tomar uma decisão simples, como oferecer um abraço ou pedir ajuda com alguma coisa. Havia um tipo de dúvida em seus olhos. Como se seu coração dissesse uma coisa, mas o inconsciente dissesse outra.
Ainda assim, havia momentos em que Andrea o abraçava sem hesitar. Momentos em que ela se jogava nos braços dele com o entusiasmo espontâneo de uma criança que não pensa antes de sentir. E foi exatamente essa alternância entre a entrega e a cautela que chamou a atenção de Carina.
Ela conhecia aquele tipo de comportamento. Já tinha visto antes, nos olhos do seu irmão quando pequeno, em outras crianças, em outras histórias. Era a expressão de um coração dividido, confuso, tentando reorganizar o mundo ao redor quando as certezas haviam sido arrancadas do chão.
E, por mais que Andrea não dissesse nada em voz alta, Carina compreendia perfeitamente o que aqueles silêncios estavam gritando.
Uma noite depois que todo mundo foi dormir, Carina ficou sentada por um tempo no sofá, em silêncio, observando a casa que parecia mais quieta do que nunca. E foi ali, com a mente latejando entre as lembranças e os sinais do presente, que ela tomou uma decisão silenciosa.
Ia procurar uma psicóloga infantil.
Alguém com sensibilidade, com experiência, alguém que pudesse ajudar Andrea a entender o que estava sentindo, a nomear os medos, a dar forma àquela confusão tão densa.
Ela sabia que não podia apagar o que havia acontecido. Mas poderia, sim, ajudar Andrea a construir um caminho novo. Mais seguro, mais claro, onde ela pudesse ser ouvida, acolhida, e, principalmente, protegida.
Carina fez o que havia prometido para Maya e para Gabriela.
Em um dia comum de trabalho, enquanto caminhava pelos corredores do hospital com a mente cheia e o coração apertado, ela tomou a decisão de não adiar mais. Respirou fundo, passou pela sua sala e seguiu diretamente até a sala de Miranda Bailey.

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Between the Lines
FanfictionQuando Maya Bishop cruza o caminho da nova médica do Grey Sloan Memorial Hospital, ela n?o consegue ignorar a presen?a intrigante da mulher. Há algo em Carina DeLuca que a fascina - sua beleza, seu sotaque, sua postura confiante. Mas também há um mi...