Caveira:
Passei a mão no rosto, sentindo o olho arder pra caralho e tossi. Pretinha filha da puta jogou spray de pimenta na minha cara.
Tentei abrir o olho, mesmo com dificuldade, e vi que ela meteu o pé, me deixando aqui no beco. Ri e neguei com a cabeça. Dei o papo reto e levei spray na cara. Se soubesse, tinha mentido logo.
Falei que não tava com ninguém, porque é verdade. Quero o bagulho certo com a minha preta, mesmo bolado com ela. Mas ela veio na revolta, jogou o bagulho e ainda apontou o canivete pra mim. Se eu não tivesse tirado da mão dela no início, nem era spray que ela ia tacar.
O lance com a Rita é antigo, foi antes da Andriele voltar pro Brasil. Ficamos poucas vezes, e quando ela veio com papo de ser fiel, caí fora. Pior que minha tia ainda apoiava.
Depois conheci a Thays, era pra ser só mais uma, mas engravidou. Assumi, moramos juntos até o Ryan nascer. Depois me afastei. Mesmo assim, banquei tudo pra ela e pro meu moleque. Mas ela começou a causar barraco direto na favela e mandei logo pro Alemão, dei casa nova, continuei mantendo tudo. Até mês passado, às vezes ainda rolava alguma coisa, mas dei a última forma.
Queria apresentar meu filho pra Andriele, fazer o certo e afastar a Thays pra não ter problema. Mas deu merda. Thays apareceu no baile, pediu pra ficar no camarote, e no meio do rolo ficou dançando na minha frente e foi quando a Adriele viu.
Mas eu não dei moral pra ninguém. Nem Rita, nem Thays, nem ninguém. Passei o baile inteiro de olho nela, admirando e bolado de ver ela dançando daquele jeito. Mas não fiz nada. Nada. E no fim, ainda sou o errado por ter falado a verdade.
Caveira: Kako? – chamei no rádio e escutei ele responder – Cadê a Andriele?
Kako: Ela tá subindo aqui a rua – escutei a respiração dele acelerada – Tá parecendo furacão, patrão. Quase não tá dando pra acompanhar ela.
Dei risada e esfreguei a mão no rosto, ainda sentindo o olho arder um pouco.
Caveira: Não perde ela de vista – falei e ele confirmou. Desliguei a frequência e olhei para o canivete na minha mão.
Neguei com a cabeça e guardei no bolso. Subi na moto e fiz a volta para sair do beco, mas na mesma hora o rádio chiou de novo.
Kako: Porra, patrão, perdi ela – falou e fechei minha cara na mesma hora – Tava tendo uma briga, geral formando rodinha pra ver e ela foi junto, quando cheguei ela não estava mais.
Caveira: Acha ela, caralho. Tá maluco? Cadê os outros que estavam com você na segurança dela?
Kako: Tão tudo aqui. Estamos entrando nas ruas pra ver se achamos ela ou se entrou direto pro baile. – xinguei, já bolado e passei a frequência para o Artilheiro, mas o filho da puta nem respondeu.
Xinguei mais ainda e acelerei a moto dali, tentando falar com o Esquentado e foi quando ele respondeu.
Esquentado: Qual foi?
Caveira: Os seguranças perderam a Andriele de vista, porra. Manda fazerem a ronda aí no baile pra ver se acha ela.
Esquentado: Tá de brincadeira com a minha cara, porra? – gritou e escutei ele começar a falar com alguém lá. Desliguei a frequência e ajeitei o rádio melhor na minha mão, segurando o guidão e acelerando mais. Parei a moto na entrada do baile de qualquer jeito e vi o Pit se aproximando.
Caveira: Quero tu com mais outro fazendo a ronda pra procurar a Andriele. – apontei.
Pit: E sua segurança?
VOC? EST? LENDO
A alma do crime.
FanfictionEm um mundo onde a sobrevivência é tudo e a confian?a é uma fraqueza, A Alma do Crime revela os limites do poder e a alma corrompida de um homem disposto a sacrificar tudo para manter o controle. O Caveira, que sempre foi imbatível, verá sua lealdad...
