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Isso dói

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Elizabeth

Meses depois

Como o esperado, o livro de Jughead foi o maior sucesso. Primeiro lugar nos livros mais vendidos por dois meses e agora meu marido é uma celebridade no meio literário. Ele vai a coquetéis, da entrevistas e até foi capa de revista. Você junta um homem lindo, gostoso, com um sorriso encantador e inteligente, e você tem um ímã para mulheres. Devido aos meus oito meses e meio de gravidez, não posso acompanhá-lo em todos os eventos. 

-Você não precisa se arrumar tanto  —eu digo deitada na cama enquanto ele passa perfume. 

-E você não precisa ficar com ciúmes —ele vem até mim e se ajoelha ao meu lado, segurando minha mão. —Eu amo você, nem consigo nem ver outra mulher. Você sabe que eu adoraria que você fosse, mas você não consegue ficar quinze minutos de pé sem reclamar de dor e a médica já disse que você precisa ficar de repouso agora. 

-Eu sei —digo manhosa.  —Mas eu queria muito estar do seu lado nesses momentos.

-Você está sempre comigo, na minha cabeça e no meu coração. Você e Aurora —ele diz e cola sua boca na minha. —Tenho que ir, qualquer coisa me liga.

-Sim, papai  —eu digo e ele balança a cabeça.

-Não diz isso, Elizabeth. Não diz isso...  —ele diz saindo do quarto e eu começo a rir. 

Depois que Jughead saiu, comecei a estudar alguns casos, mesmo que só fossem para daqui muitos meses. Dormi em algum momento e acordei algumas horas depois sentindo contrações. A médica já havia alertado que isso seria comum nessas últimas semanas de gestação. Levantei com certa dificuldade e fui até a cozinha preparar um chá. Jughead ainda não tinha chegado. Coloquei a água para esquentar e fui checar meu celular.


Jughead: Como está?

Betty: Bem. Como está aí? Alguém já te agarrou?

Jughead: Chato, como sempre que você não está.

Jughead: E ninguém me agarrou.

Betty: Acho bom.

Jughead: Vá dormir, vou demorar para voltar.

Coloquei o sachê do chá na xícara e joguei a água quente. Peguei uns biscoitos e voltei para o quarto. Ainda sentindo umas leves contrações, deitei na cama e fiquei zapeando os canais da tv enquanto comia. 

A dor foi ficando mais forte e por isso decidi andar pela casa. Fui até o quarto da bebê. Não pintamos as paredes, decidimos deixar branca para que ela escolhesse a cor quando crescesse um pouco, mas todos os detalhes eram amarelos. Caminhei até o berço que ficava de frente para a janela com vista para o quintal. Era surreal pensar que daqui algumas semanas ela estaria aqui, que eu poderia vê-la, tocá-la. 

Fiquei mais um pouco no quarto da minha filha, arrumando pela milésima vez suas roupinhas, mas quando a dor ficou ainda pior em pé, voltei para o quarto.

Betty: Está voltando?

Jughead: Ainda não, por que?

Betty:Não consigo dormir. Estou com contrações.

Jughead: Em no máximo uma hora estou aí. Qualquer coisa liga para doutora.

Botei meus fones de ouvidos com música instrumental e consegui dormir apesar da dor. Em algum momento da madrugada, acordei com as contrações. Jughead já estava dormindo ao meu lado. Vi no celular que eram três da manhã. Sentei e bebi um pouco da água que estava no criado mudo. Jughead deve ter deixado aqui para mim.

-Amor?  —Jughead me chama.  —Como está se sentindo?

-As contrações estão ficando piores. 

-Vamos para o hospital  —ele diz já levantando da cama.

-A bolsa não estourou, não vai adiantar nada.

Ele trocou de roupa em um tempo recorde e pegou a chave do carro.

-Vamos —ele disse estendendo para mim um vestido que ele tinha pegado no closet. 

Em alguns minutos já estávamos a caminho e Jughead já havia contatado a doutora Liza. A cada minuto que passava, a dor ficava mais forte e agradeci por estarmos a caminho do hospital. Então a bolsa estourou, dentro do carro.

-Jughead  —disse olhando para o banco do carro todo molhado.

-Porra —Jughead disse. —Minha filha vai nascer.

-Nós não trouxemos as coisinhas dela. Não trouxemos nada  —eu disse ficando desesperada.

-Vou ligar para o Archie. A Verônica sabe onde está tudo, eles vão trazer. 

-Ok —eu disse e outra contração me atingiu. —Meu Deus.

-O que?  

-Isso dói. Muito. 

-Já estamos chegando  —Jughead disse e segurou minha mão.

Chegamos no hospital e doutora Liza veio de encontro a nós. 

-Aurora tirou a gente da cama hoje, hein  —ela diz sorrindo.  —Prontos?

-Sim  —dissemos juntos.

Senten?a [bughead]Onde histórias criam vida. Descubra agora